Não são todas as pessoas que tem acesso a tecnologia no Brasil, mas saiba como isso vem se alterando e a sociedade se adaptando as mudanças
Por Lucas Vieira
Nesse início de 2020 ainda temos municípios no Brasil que não tem acesso à tecnologia 4G. Mesmo que não se encontre mais smartphones novos apenas com esta tecnologia, o interior mais remoto do país ainda tem problemas de acesso.
Em cidades mais pobres, os munícipes se aglomeram em frente a residências que possuem internet banda larga para conseguirem acessar informações que não estão em sua realidade.
No tocante a permitir que todos tenham o mesmo nível de acesso à informação, tem surgido diversos hubs tecnológicos com foco em atender locais mais remotos.
A infraestrutura para que todos possam utilizar estas tecnologias ainda não é uma realidade palpável, o que recai sobre a grande incógnita: desenvolver para os grandes centros e ter retornos mais rápidos, ou apostar em setores que ainda estão em expansão e não possuem o mesmo poder de compra?
De acordo com estudos do Sebrae, em algumas regiões do Brasil existem diferenças de até 44,5% na renda per capita entre os cidadãos das capitais e regiões metropolitanas em comparação ao interior dos Estados.
Nessas regiões mais afastadas ainda existem muitos dispositivos low-end, que dificultam a inserção digital das pessoas. Dos 44,4 milhões de celulares vendidos no Brasil em 2018, 14% são de entrada – segundo dados do IDC Brasil.
É necessário ainda que as aplicações sejam feitas, atendendo a este público, e que a infraestrutura chegue até os interiores para que ocorra um nivelamento do potencial de usabilidade.
Uma pesquisa recente da Pew Research Center mostra que 17% dos adultos no Brasil não têm acesso a qualquer tipo de tecnologia móvel e 33% têm um aparelho móvel não inteligente.
Apesar disso, o Brasil é líder em tempo de uso de smartphones entre os países emergentes, o que mostra a desigualdade no acesso aos produtos digitais que tanto podem auxiliar as pessoas nas tarefas diárias. Vale ressaltar que boa parte desse percentual está entre pessoas jovens e escolarizadas.
O uso desregulado dos smartphones levou Google e Apple a criarem dashboards de consumo diário de aplicativos e até de desbloqueio dos aparelhos, com o intuito de ajudar as pessoas a entenderem seus exageros e controlarem e limitarem o acesso.
A interiorização tanto de smartphones quanto da internet pode ajudar a desacelerar o inchaço das regiões metropolitanas e acelerar o crescimento, uma vez que o Cetic anota que apenas 39% das escolas rurais tem acesso à internet, com tecnologias que ajudem a desenvolver melhor o campo no Brasil.
Fonte: Soluti Responde – Artigo publicado originalmente no Canal Tech
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