Brasileiros confiam mais no setor de tecnologia do que na média global, diz estudo da Edelman
19 de dezembro de 2022Pesquisa feita em 15 países abordou diversos tópicos que apontam otimismo ou desconfiança no setor de tecnologia
O Relatório Especial do Edelman Trust Barometer 2022: Confiança na Tecnologia, que mede o índice de confiança na tecnologia, mostra que 86% dos brasileiros confiam no setor desde outubro de 2022. Este recorte do estudo, divulgado em dezembro deste ano, revela que a confiança nacional na tecnologia está acima da média global, que é de 76%.
Após uma década de volatilidade quando se trata de confiança na tecnologia em nível global, com uma queda geral na confiança de janeiro de 2012 a janeiro de 2022, o setor, em outubro de 2022, é o segmento mais confiável do Brasil, à frente de outros, como alimentos e bebidas (80%), energia (79%), e automotivo (77%).
Em comparação com o comportamento global, os brasileiros estão mais otimistas sobre como a tecnologia pode ser usada positivamente para impactar a sociedade, embora sejam críticos em relação aos pontos sensíveis.
O relatório mostra que, em média, 79% dos brasileiros estão preocupados com a privacidade dos dados. Um número semelhante (77%) preocupa-se com a segurança cibernética, em média, e 82% preocupam-se com o uso de desinformações ou fake news como uma ameaça tática.
O comportamento dos CEOs das big techs é também um ponto visto como crítico pelos brasileiros. Menos da metade deles (47%) acredita que os responsáveis pelas empresas de tecnologia estão fazendo bem em usar sua influência para beneficiar a sociedade como um todo e não apenas para melhorar sua imagem ou para objetivos pessoais.
“O estudo deste ano traz um retrato sobre a queda da confiança das pessoas no setor, ao mesmo tempo em que revela elementos macroeconômicos que estão mudando a percepção do que é tecnologia e como ela pode impactar a sociedade.”
“O Brasil, por sua vez, se destaca como um país que confia mais no segmento, mas também teme mais alguns pontos da tecnologia do que a média global. É um aprendizado que pode servir de guia para muitas empresas do setor que buscam consolidar sua reputação“, disse Gabriel Guimarães, diretor de clientes de Tecnologia da Edelman Brasil.
Pontos de destaque do relatório produzido pela Edelman:
As principais conclusões mostram que, em outubro de 2022, a tecnologia ganhou um conceito mais abrangente, além de softwares e hardwares, ao mesmo tempo em que o setor enfrenta os impactos da polarização política e mais demandas da população para que CEOs atuem em questões como ruptura econômica e clima.
A pesquisa destaca ainda uma ambiguidade entre os entrevistados de países desenvolvidos e em desenvolvimento em relação à confiança: de ceticismo quanto ao impacto ou de entusiasmo com as promessas da inovação tecnológica.
Entre 2012 e janeiro de 2022, o Brasil acompanhou uma tendência mundial de queda na confiança em tecnologia, caindo 3 pontos e atingindo o índice de 80%. A média global no período registrou uma queda de 5 pontos, chegando a 72%.
Em outubro de 2022, o índice voltou a subir e tecnologia foi o setor mais confiável no Brasil, liderando entre 86% das respostas e à frente dos setores de bebidas e alimentos, energia, automotivo, companhias aéreas e planos de saúde.
Brasileiros confiam mais em tecnologia nacional do que na estrangeira, em média. O índice dos que confiam em empresas de tecnologia sediadas no Brasil é de 68%. Já os que confiam em empresas com sede no exterior totalizam, em média, 60%.
Entre os brasileiros que desconfiam das empresas de tecnologia sediadas no exterior, as principais razões incluem: falta de confiança nos governos estrangeiros (60%); falta de confiança em suas leis de proteção de dados (42%); e a suposição de que os governos teriam acesso aos dados dos usuários brasileiros (40%). Os participantes puderam responder com mais de um motivo.
79% dos brasileiros, em média, se preocupam com privacidade de dados. Este tópico abrange o risco de que o comportamento online seja monitorado sem o consentimento e que dados sejam utilizados negativamente em algumas situações, como, por exemplo, para negar uma oportunidade de emprego ou aplicação de crédito.
Nos mercados considerados desenvolvidos, a preocupação é de 69%, em média; nos países em desenvolvimento, é de 78%, em média.
Em média, 77% dos brasileiros se preocupam com a segurança cibernética. Entre os tópicos destacados estão a atuação de hackers, ciberataques, se alguma companhia estrangeira de tecnologia pode comprometer a soberania nacional, além do risco de empresas de tech do Brasil fornecerem produtos militares a outros países.
Desinformação ou fake news usadas como uma arma causa preocupação em 82% dos brasileiros.
67% dos brasileiros se preocupam que tecnologias de deepfake tornarão impossível saber se o que as pessoas estão vendo ou ouvindo é real ou não.
Trabalhadores brasileiros se preocupam mais que a média mundial se a tecnologia ou Inteligência Artificial será capaz de fazer o mesmo trabalho tão bem ou melhor que eles. No país o índice é de 57% e, globalmente, é de 51%.
51% dos brasileiros consideram que o governo não tem a compreensão adequada de avanços tecnológicos e como regulá-los de forma eficaz. Em escala global, esse índice é de 56%.
No Brasil, a maioria acredita que a tecnologia pode resolver desafios sociais urgentes em diferentes áreas:
– Acesso ao sistema de saúde – 81% (média global: 75%)
– Competitividade econômica – 78% (média global: 75%)
– Qualidade da informação – 78% (média global: 70%)
– Acesso a trabalhos mais bem remunerados – 74% (média global: 71%)
– Mitigar consequências de mudanças climáticas – 74% (média global: 68%)
– Escassez de comida – 71% (média global: 64%)
– Impacto de desacelerações econômicas – 70% (média global: 63%)
– Combater preconceito e discriminação – 68% (média global: 61%)
64% dos brasileiros acreditam que as companhias de tecnologia são lideradas por pessoas que genuinamente se importam com o bem-estar das pessoas e da sociedade. Esse mesmo índice é de 56% globalmente.
Porém, menos da metade (47%) dos brasileiros confia que os CEOs das empresas de tecnologia estão usando sua influência para benefício da sociedade como um todo e não só para realçar a própria imagem ou para objetivos pessoais. Na média global, esse número é ainda menor: 38%.
Embora a confiança no setor de tecnologia como um todo seja alta, alguns subsetores ainda precisam conquistar os brasileiros. De acordo com a pesquisa, a confiança em cada subsetor entre os brasileiros é a seguinte:
– 5G: 83%
– Tecnologia para a saúde: 79%
– Assistentes digitais: 71%
– Inteligências Artificiais/ Robóticas: 69%
– Realidade Virtual/ Realidade Aumentada/ Realidade Mista: 65%
– Web 3: 63%
– Blockchain: 59%
– Tecnologia autônoma: 57%
– Criptomoedas: 47%
Sentimento de segurança e credibilidade ao buscar informações
Segundo os brasileiros, para ganhar a confiança dos usuários nas novas tecnologias, as empresas precisam comunicar seus benefícios e desvantagens, assim como educar o público.
Para que os brasileiros se sintam seguros ao compartilhar dados, eles dizem que as empresas devem dar ao consumidor o controle sobre como seus dados são coletados e utilizados, e fornecer ações para que eles possam garantir que suas informações estejam seguras.
A transparência sobre como as informações são coletadas, a garantia de que os dados não serão compartilhados com o governo, e outras medidas também são importantes.
Como fontes de verdade sobre tecnologia e inovação, as vozes mais confiáveis de acordo com os brasileiros são o time de suporte de TI no trabalho, familiares e amigos, e especialistas da indústria de tecnologia. Para os brasileiros, o empregador é o canal mais credível de informação sobre a tecnologia e seu impacto na sociedade.
Acesse o relatório completo.
Sobre o Relatório Especial do Edelman Trust Barometer 2022: Confiança na Tecnologia
O Relatório Especial do Edelman Trust Barometer 2022: Confiança na Tecnologia foi desenvolvido pela Edelman Data & Intelligence (DxI) e consistiu em entrevistas online de 30 minutos realizadas entre 31 de agosto e 12 de setembro de 2022 com mais de 15 mil pessoas – cerca de 1 mil respondentes em cada um dos 15 países pesquisados.
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