ABES apresenta tendências para o mercado brasileiro de software em 2023
15 de março de 2023O total aplicado se distribui em 26% para o mercado de software, 19,5% para o mercado de serviços e 54,6% para o mercado de hardware
A ABES — Associação Brasileira das Empresas de Software apresentou hoje, durante webinar aberto ao público em seu canal no YouTube, o Estudo Mercado Brasileiro de Software — Panorama e Tendências 2023.
De acordo com dados da International Data Corporation (IDC) analisados pela ABES, o Brasil hoje manteve 1,65% dos investimentos em tecnologia em nível global, e 36% dos investimentos em toda a América Latina (contra 40% na pesquisa anterior).
Considerando o total de investimentos globais em tecnologia da informação (software, hardware e serviços) durante o ano de 2022 — que foi de US$ 3,11 trilhões, contra US$ 2,79 trilhões –, o Brasil caiu duas posições, figurando agora em décimo-segundo lugar neste ranking de investimentos, com US$ 45,2 bilhões aplicados e lidera na América Latina, cujo total de investimentos alcançou US$ 124 bilhões (contra US$ 115 bilhões em 2021).
O Brasil segue como referência entre os países considerados emergentes, apresentando maior maturidade em investimentos em TI — que prioriza os valores dedicados ao desenvolvimento de software e incremento da oferta de serviços.
O total aplicado se distribui em 26% para o mercado de software (U$ 11,7 bilhões), 19,5% para o mercado de serviços (U$ 8,8 bilhões) e 54,6% para o mercado de hardware (U$ 24,7 bilhões), o que mostra que o país caminha para a média global, cuja distribuição é de 28% em software, 26% em serviços e 45% em hardware.
Em nível nacional, a ABES aponta um ligeiro aumento da dispersão dos investimentos em TI pelo país, o que sinaliza que a tecnologia e inovação estão chegando em maior volume às regiões mais remotas do País.
Nas regiões Nordeste e Norte, o crescimento foi de 1%, enquanto na região Sul o aumento foi de 0,7%. Na região Centro-Oeste, a queda de participação no total dos investimentos em TI foi de 0,4%, e na região Sudeste, a queda foi de 0,5%.
“O crescimento do mercado de tecnologia, em nível global, foi de 7,4% em 2022. No mesmo período, o Brasil apresentou um crescimento de 3%, abaixo das expectativas de crescimento de até dois dígitos esperados, e diversos fatores contribuíram para este resultado. A Guerra da Ucrânia que não estava no radar, o alto impacto da inflação na Economia Global, que impacta investimentos no Brasil, a mais disputada eleição presidencial da história recente, a própria Copa do Mundo, a alta na taxa de juros, a volatilidade do dólar ao longo do ano, foram alguns dos fatores que contribuíram para este resultado inesperado de baixo crescimento. Outro ponto a se destacar foi a queda de investimentos em devices, como celulares e notebooks, que puxaram o percentual de crescimento para baixo. Contudo, pode parecer pouco, mas esse índice de 3% mostra uma positividade da indústria em continuar realizando investimentos em tecnologia. E a tendência, para 2023, é que haja um crescimento global na ordem de 4,5%, e o Brasil, mais deve apresentar um índice levemente acima da média, de 5,4%”, aponta Jorge Sukarie Neto, conselheiro da ABES.
Confira outras tendências apresentadas em primeira mão pela ABES durante o evento:
5G: O novo core 5G foi projetado para ser cloud-native, com um núcleo e funções virtualizadas. A IDC acredita que, em 2023, haverá mais acordos entre Telcos e Cloud Providers para funções do core das redes e virtualização.
Nos próximos cinco anos, o consumo de nuvem pelo segmento de Telecom crescerá, em média, 35,2% em IaaS e 42,2% em PaaS anualmente.
Internet das Coisas (IoT): Impulsionado pelos gastos de IoT no Brasil, que devem chegar a R$ 11,2B em 2026, sendo 38% desse valor destinados a conectividade, o mercado de redes móveis privativas deve crescer acima de 35% ao ano neste período.
As oportunidades estarão concentradas em conectar com eficiência endpoints de IoT, dispositivos móveis corporativos, substituir a infraestrutura de rede, além de convergir e combinar meios.
Cibersegurança: A região da America Latina terá a segunda maior taxa de crescimento no planeta em 2023 em cibersegurança, chegando a 12,2% e perdendo apenas para a China.
Soluções de Cybersecurity Analytics, Intelligence, Response and Orchestration (CAIRO) terão o maior aumento de procura.
No Brasil, os gastos com soluções de segurança atingirão US$ 1,3B em 2023, com crescimento de 13% em relação a 2022.
Nuvem: Em 2023, os gastos com IaaS+PaaS passarão de US$ 4,5B no Brasil, avançando 41% YoY. Os gastos com infraestrutura em nuvem pública já corresponderão a pouco mais da metade dos gastos com infraestrutura digital (conjunto de recursos que habilitam a base da TI.
Entre eles temos nuvem pública, nuvem privada, serviços de Data Center, além de servidores e armazenamento adquiridos para uso em Data Centers, próprios ou contratados) em 2023.
Inteligência Artificial: A IA segue amadurecendo no Brasil e deve ultrapassar US$ 1B de gastos em 2023 — cerca de 33% YoY. Os gastos com soluções de automação inteligente (IPA) superarão US$ 214M em 2023 no Brasil, crescimento próximo de 17% sobre o ano anterior.
A íntegra do Estudo Mercado Brasileiro de Software — Panorama e Tendências 2022 está disponível para download neste link.
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Sobre a ABES
A ABES (Associação Brasileira das Empresas de Software) tem como propósito contribuir para a construção de um Brasil mais digital e menos desigual, no qual a tecnologia da informação desempenha um papel fundamental para a democratização do conhecimento e a criação de novas oportunidades para todos. Nesse sentido, tem como objetivo assegurar um ambiente de negócios propício à inovação, ético, dinâmico, sustentável e competitivo globalmente, sempre alinhado a sua missão de conectar, orientar, proteger e desenvolver o mercado brasileiro da tecnologia da informação.
Atualmente, a ABES representa aproximadamente 2 mil empresas, que totalizam cerca de 85% do faturamento do segmento de software e serviços no Brasil, distribuídas em 24 Estados brasileiros e no Distrito Federal, responsáveis pela geração de mais de 210 mil empregos diretos e um faturamento anual da ordem de R$ 80 bilhões em 2020.