Relatório da Visa revela que ransomware e pig butchering estão entre as técnicas mais utilizadas no mundo pelos golpistas
25 de março de 2024Visa detalha os principais golpes de pagamento que estão afetando consumidores e empresas mundialmente
A Visa lançou esta semana a edição do segundo trimestre de 2024 do seu Relatório Semestral de Ameaças (Biannual Threats Report – Spring 2024 Edition), no qual destaca as principais ameaças de pagamento que têm afetado consumidores e empresas do mundo todo.
O documento aponta que os agentes de ameaça estão cada vez mais organizados e sofisticados e estão mirando o ponto mais vulnerável do ecossistema de pagamento: o ser humano.
“O uso de IA generativa e outras tecnologias emergentes tem tornado os golpes mais convincentes do que nunca, gerando perdas sem precedentes para os consumidores”, disse Paul Fabara, Chief Risk Officer and Global Head of Client Services da Visa.
Indíviduo como alvo principal
O consumidor tem sido cada vez mais visado por golpistas, que se valem de um forte componente emocional para criar oportunidades de fraude. Embora o número de fraudes denunciadas por pessoas físicas tenha diminuído no período de junho a dezembro de 2023, a perda monetária total aumentou, indicando que os golpistas têm praticado fraudes mais eficazes – e caras – contra suas vítimas. Os principais golpes praticados contra os consumidores foram:
– Golpes de “abate do porco” (pig butchering): aproveitando datas especiais como o Dia dos Namorados e a véspera de Ano Novo, os golpistas se valem das redes sociais e sites de relacionamento para convencer suas vítimas a entrar em um relacionamento online e investir em plataformas falsas de negociação de criptomoedas. Esse tipo de golpe usa IA para criar campanhas mais convincentes e já gerou prejuízos de bilhões de dólares para os consumidores. Segundo o estudo da Visa, 10% dos adultos entrevistados foram alvo desse tipo de golpe.
– Golpes de herança: as vítimas são contatadas por um escritório de advocacia ou outra entidade profissional aparentemente legítima e informadas de que são as beneficiárias de uma herança deixada por um parente do qual não tinham notícias há muito tempo. É exigido sigilo e o fornecimento rápido de informações pessoais, além de um pagamento inicial para garantir os ganhos futuros.
– Golpes de ajuda humanitária: os golpistas se aproveitam de tragédias contemporâneas para pedir doações por meio das redes sociais, lesando os doadores.
– Fraude de triangulação: agentes maliciosos criam lojas online falsas onde oferecem produtos de alta procura por um baixo preço, a fim de coletar as informações de pagamento de suas vítimas. Estabelecimentos comerciais legítimos enviam os produtos comprados online, mas as informações de pagamento do comprador já estão comprometidas.
Organizações e redes também são afetadas
Além de portadores de cartões, os agentes de ameaça estão sempre rondando organizações e redes em busca de fragilidades complexas, utilizando novas tecnologias para explorar vulnerabilidades com impactos de longo alcance.
O estudo da Visa identificou algumas tendências de fraude organizacional que impactam esse ecossistema. As cadeias de abastecimento e os serviços terceirizados têm sido cada vez mais visados por campanhas criadas para maximizar o impacto de uma violação e os fraudadores estão usando IA para identificar vulnerabilidades nos controles de fraude implementados pelos bancos.
“Os ataques de fraude de Autorização de Devolução de Compra (Para, na sigla em inglês) aumentaram 83% em relação ao mesmo período do ano passado. Cada ataque bem-sucedido levou a potenciais perdas de cerca de US＄ 115.000 para os bancos. Além disso, os casos de ransomware aumentaram 300% entre junho e dezembro de 2023, se comparados ao mesmo período de 2022. A Visa prevê que os agentes de ameaças de ransomware continuarão mirando infraestruturas críticas, incluindo organizações financeiras”, conclui Fabara.
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