O que esperar para o mercado de criptomoedas em 2022?
30 de dezembro de 2021
Estudo da Mercurius Crypto, casa de pesquisa em criptoativos, destaca os principais
momentos de 2021 e as perspectivas para o mercado no próximo ano
2021 pode ser considerado um dos anos mais importantes e fundamentais para os investidores do mercado de criptomoedas.
A consolidação e o início do processo de regulação de diversos produtos financeiros para o mercado de varejo e institucional, a exemplo dos ETFs de Bitcoin e Ethereum, aprovados no Canadá e Brasil, além do ETF de futuros aprovados nos EUA, abriram margem para que o setor de criptoativos se expandisse de forma nunca antes vista.
É o que aponta estudo realizado pela Mercurius Crypto, casa de pesquisa em criptoativos, que destaca, ainda, o crescimento significativo do segmento de plataformas de contratos inteligentes, que retirou grande participação de mercado do Bitcoin. Dessa forma, é importante apontar a consolidação da Ethereum, além do desenvolvimento de ecossistemas como os da Solana, Polkadot e Avalanche .
Para Orlando Telles, sócio fundador e diretor de research da casa, a ascensão do mercado de NFTs (tokens não fungíveis) e dos games em blockchain introduziram um dos conceitos mais revolucionários do mercado de criptomoedas: o play to earn, no qual o usuário ganha dinheiro por jogar, destacando o crescimento de metaverses, como o game Axie Infinity e o The Sandbox.
“Após este período de grande desenvolvimento do mercado de criptomoedas é natural pensar o que podemos esperar para o próximo ano. Acredito que há tendências com potencial para incomodar o mercado, bem como outras que podem fazer com que o setor de cripto cresça ainda mais”, pontua o especialista responsável pela condução do estudo.
Entre os aspectos que devem ficar no radar da comunidade cripto está a grande pressão regulatória para o mercado, em especial para o segmento de finanças descentralizadas (DeFi). Telles destaca que autoridades regulatórias norte-americanas e europeias já mostram sinais claros de ressalva quanto ao mercado de Stablecoins, expondo indícios de uma agenda regulatória mais focada em criptoativos para o próximo ano.
No curto prazo, este cenário pode ter um efeito negativo no mercado dado a insegurança regulatória. No entanto, para o longo prazo, há uma perspectiva bem positiva para os protocolos que já estão mais à frente da regulação e tendem a se adequar mais rápido, como a Aave, que deve iniciar o Aave Arc no próximo ano, produto com KYC/AML desenhado para atender o público institucional, e a Uniswap, que busca estabelecer parcerias com players centralizados de grande porte, como o Paypal. “Movimentações como essas podem proporcionar um grande crescimento para o mercado DeFi no segundo semestre do próximo ano”, diz.
Além disso, a mudança da política monetária ao redor do mundo, que deve ocorrer no próximo trimestre devido a amenização da pandemia e o aumento significativo da inflação em diversos países, também pode afetar o mercado de criptoativos de forma negativa, especialmente o Bitcoin. Telles explica que este cenário pode inibir a presença de investidores institucionais que, devido às baixas taxas de juros, passaram a diversificar e aumentar a possibilidade de retorno de suas carteiras. “Essa classe de investidores pode enxergar nesta movimentação um risco ainda maior em suas posições no mercado”.
Atualizações e escalabilidade para o mercado em 2022
O estudo aponta, também, que em termos de atualizações dos protocolos deve-se observar uma grande movimentação, especialmente no mercado de plataformas de contratos inteligentes, como a Ethereum. Uma das mudanças mais esperadas deve ocorrer logo no primeiro semestre de 2022 com a implementação do Proof of Stake, em um evento conhecido como The Merge. Esta alteração terá um impacto significativo na política monetária do ativo e deve afetar, de forma positiva, o seu valor.
Além disso, pode-se destacar um mercado voltado para o processo de escalabilidade de blockchain, devido ao grande crescimento das plataformas de contratos inteligentes. Com isso, ativos como a Polygon (MATIC), solução de segunda camada da rede da ETH, devem apresentar uma evolução considerável.
No setor de contratos inteligentes é previsto a consolidação de algumas narrativas de soluções de primeira camada (Layer 1), com a expansão de diversos ecossistemas, como o da Solana, que possui muitos ativos no setor de games em blockchain e que deve lançar suas soluções nos primeiros trimestres de 2022, e a Polkadot, que deve ver o amadurecimento das primeiras parachains operantes em sua rede.
Cripto muito além do Bitcoin
Um dos aspectos que o ano de 2021 ajudou a consolidar foi que criptoativos não são apenas Bitcoin, e que na verdade trata-se de uma rede complexa com inúmeras aplicações, desde games até infraestrutura do setor financeiro. O resultado dessa conscientização foi a entrada de capital de fundos venture capital nunca observada, fazendo com que 2021 possa ser considerado o maior ciclo de investimento no mercado de criptomoedas da história. Este grande volume de capital tende a ter impactos significativos no longo prazo, principalmente nos últimos trimestres de 2022 e no início de 2023.
“Acredito que o próximo ano evidenciará novos segmentos do mercado de criptomoedas, como a Web 3.0, o armazenamento de dados criando um mercado ainda mais independente com muitos casos de uso, e os investimentos em infraestrutura que estão sendo realizados para o segmento DeFi e de games em blockchain. Todas essas movimentações serão essenciais para um ciclo ainda maior nos próximos anos, o que pode tornar esses setores mainstream“, completa o especialista.
Sobre a Mercurius Crypto
A Mercurius Crypto é uma casa de pesquisa em criptoativos com forte atuação nas redes sociais, que tem como objetivo disseminar conhecimento sobre criptomoedas. A empresa conta, ainda, com a Mercurius PRO, plataforma de educação em cripto exclusiva para assinantes. Mais informações no site, Instagram, YouTube e Telegram.
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