Um ano de telemedicina no Brasil: o que mudou e o que está por vir?
19 de março de 2021No próximo dia 23, a telemedicina completa um ano em exercício no Brasil desde que se tornou uma necessidade para toda a população
Desde que foi autorizada pelo Ministério da Saúde em caráter emergencial, os brasileiros passaram a utilizar a tecnologia para evitar o deslocamento para clínicas, consultórios e hospitais, diminuindo o risco de exposição à Covid-19 e ajudando a controlar a disseminação da doença.
De lá para cá, só na Doctoralia, maior plataforma de saúde do mundo, mais de 740 mil consultas remotas já foram agendadas e mais de 15 mil profissionais de saúde passaram a utilizar a ferramenta de telemedicina no Brasil. No total, foram 6.5 milhões de minutos em videconsultas pela plataforma, o equivalente a 12,4 anos.
Com a adesão à tecnologia, pacientes e profissionais de saúde puderam dar continuidade aos cuidados, mesmo durante o isolamento social. Enquanto no primeiro período de medidas restritivas, em 2020, houve uma queda de 50% nas consultas, no segundo, agora em 2021, a redução foi menor que 1%, revelando que a tecnologia foi muito bem aceita entre os brasileiros e chegou para ficar.
A telemedicina não mudou somente o meio em que o atendimento é realizado, mas alterou o modo de cuidar da saúde. Hoje, o paciente está no centro do cuidado, é gestor da sua saúde e tem todo o controle na palma das mãos.
Um aplicativo que o auxilia nesse gerenciamento se tornou tão fundamental na vida quanto aqueles utilizados para pedir comida e transporte privado.
Uma pesquisa realizada pela Doctoralia em dezembro de 2020 revelou que 86% dos brasileiros aprovam o uso da telemedicina. A experiência do paciente tem sido tão positiva que 81% afirmam que vão continuar utilizando a ferramenta pós-pandemia.
Estrutura da telemedicina
Ainda que o Brasil tenha uma dimensão continental, ao longo do último ano, o alcance da tecnologia 5G cresceu no País e permitiu a realização de videoconferências com mais qualidade, contribuindo para a adesão e a fidelização de pacientes e profissionais de saúde à telemedicina.
Junto com o aumento do uso da ferramenta, veio a necessidade de garantir a segurança e a confidencialidade dos dados. Por isso, na Doctoralia, o sistema segue o padrão americano de criptografia avançada AES e está de acordo com a General Data Protection Regulation – GDPR, a Lei Geral de Proteção de Dados europeia, e a Health Insurance Portability and Accountability Act – HIPAA, a Lei de Portabilidade e Responsabilidade de Seguros de Saúde.
Perfil do paciente digital
Ao longo do último ano, o perfil do paciente digital também mudou. Em março de 2020, 69% dos usuários da Doctoralia eram mulheres e 31% homens. Em 2021, o público masculino cresceu e passou a representar 33,6% dos acessos. A faixa etária predominante em ambos os gêneros permaneceu de 25 a 34 anos.
Outra alteração relevante no perfil do paciente digital foi em relação à ferramenta utilizada para acessar a plataforma. De março de 2020 para 2021, aumentou o número de pessoas conectadas pelo celular (+4,4%) e caiu o acesso pelo computador (-4,2%) e tablet (0,2%).
Tendências
A telemedicina abriu portas para uma série de avanços tecnológicos na saúde. Com a consolidação das consultas remotas, a expectativa é de aumento no telediagnóstico, com análise de exames e emissão de laudo à distância, suporte remoto do médico ao enfermeiro para realização de exames físicos no paciente e uso de equipamentos em exames, como de eletrocardiograma, em que dados são captados e transmitidos eletronicamente ao médico.
A realização de telecirurgias também deve crescer. Além da participação de especialistas de qualquer parte do mundo por vídeo, orientando e guiando profissionais locais presentes, também estão sendo desenvolvidos equipamentos que permitem o controle de robôs à distância.
Fortalecendo a nova cultura de ter o paciente no centro do cuidado, os aplicativos de saúde devem concentrar todas as informações do indivíduo, desde as consultas agendadas e realizadas, passando por resultados de exames, lembretes para manutenção da rotina de cuidados, auxílio no controle de doenças crônicas, acesso ao seu prontuário médico e até permissão para o compartilhamento de todo seu histórico com profissionais de saúde que quiser.
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