Privacidade é o desafio central para implementação do DREX, apontam especialistas em 1º Fórum de Inovação TQI
27 de outubro de 2023Evento promovido nesta semana em São Paulo, reuniu players do mercado financeiro para debater o projeto piloto do real digital que, passado esse desafio inicial da privacidade, carrega potencial de ganho de automação, simplificação e diminuição da burocratização dos processos, redução do custo de transação e, a longo prazo, a inclusão digital e de acesso a produtos e serviços financeiros para novos entrantes
A TQI – empresa mineira de tecnologia e inovação que há 30 anos atua como extensão dos clientes nas áreas de financeiro, telecom e atendimento, logística e transporte, conteúdo e serviços, saúde, agro & aviação – promoveu nesta terça-feira (24) no Espaço Next Door do Restaurante Cantaloup, em São Paulo, o 1º Fórum de Inovação – DREX.
O evento destacou os impactos da agenda de inovação do Banco Central (Bacen) e trouxe luz à questão da privacidade, tida como o desafio central do processo de desenvolvimento e início da operação da primeira moeda digital oficial da história do Brasil. Ainda em fase de testes, a perspectiva é que o real digital esteja vigorando plenamente até o início de 2025.
Especialistas presentes no evento destacaram que os desafios serão grandes, mas quando solucionados, antevêem a incorporação de todos os benefícios da economia tokenizada: ganho de automação, simplificação e diminuição da burocratização dos processos, redução do custo de transação e, a longo prazo, a inclusão digital e de acesso a produtos e serviços financeiros para novos entrantes.
A programação do 1º Fórum de Inovação começou com a palestra de Carlos Augusto de Oliveira, diretor executivo da Associação Brasileira de Fintechs, que traçou um panorama completo das inovações implementadas pelo Bacen nos últimos dez anos até a chegada dos testes para a viabilização do real digital.
“A falta de privacidade é sem dúvida o principal problema a ser resolvido. Hoje no projeto piloto do DREX, um banco faz a transação para outro banco e todas as demais instituições dentro da plataforma têm acesso às informações, como acontece naturalmente no ambiente transacional das criptomoedas. É preciso alterar esse aspecto, garantindo que não haja prejuízos na performance e provoque uma degradação da solução. Não temos ainda um sistema de blockchain capaz de rodar como o Pix, por exemplo, que tem tempo de resposta pequeno, pouco consumo de energia e latência baixa”, comenta.
Larissa Moreira, coordenadora de crypto e CBDC (Central Bank Digital Currency) do Itaú Unibanco, que também é líder da squad de Negócios do GT CBDC na Febraban (Federação Brasileira de Bancos), reitera a afirmação.
“A privacidade é o desafio deste momento. Existem algumas soluções que estamos testando, mas que também geram questionamentos de como faremos para adaptar as características, regulações e requisitos oriundos de um ambiente regulado, estável e resiliente – como é o mercado financeiro hoje -, para serem incorporadas a uma tecnologia que é completamente antagônica em sua essência, descentralizada, com todo mundo tendo acesso a tudo”, diz.
Larissa acredita que existem possibilidades promissoras para solucionar esse desafio, mas ainda é uma incógnita se elas conseguirão entregar escalabilidade. “Eu tenho uma visão de que existem duas grandes rodovias lado a lado: uma no âmbito regulado, CBDC, de bancos centrais, mas temos também uma via da economia tokenizada. Hoje no Brasil já temos um marco legal de criptoativos em vigor, temos também o projeto do Bacen de desenvolver uma infraestrutura legal para regular as emissores de ativos virtuais e distribuidores. Não tem possibilidade de retrocesso: o desafio é conectar os dois mundos e absorver os benefícios da tecnologia”, complementa.
Benefícios para a sociedade
Os dois especialistas participaram de um painel mediado por João Bezerra Leite, membro do conselho consultivo da TQI e que acumula 35 anos de experiência em tecnologia, pagamentos e banking, tendo passado por diversas posições executivas no Itaú-Unibanco e Rede, contando ainda a participação de Dorival Dourado Jr., também conselheiro da empresa e ex-VP global de Produtos do Grupo Experian.
Os quatro discorreram sobre como o novo sistema de registro de operações financeiras deve transformar o sistema econômico, investigando quais as possíveis consequências da implementação do DREX em curto, médio e longo prazo para a economia nacional.
Dourado Jr. enxerga essa inovação do setor financeiro dentro de três perspectivas. “O DREX precisa envolver necessariamente a simplificação dos processos, redução do custo de transação e na inclusão social. Precisamos trabalhar para que essas inovações levem realmente o benefício direto para a sociedade, não resolva simplesmente o problema do regulador, então entendo que temos que construir essa agenda junto às entidades envolvidas no processo”, reforça.
E levanta uma reflexão. “Sempre falamos muito em inclusão financeira. Mas sempre que temos um regulador muito forte, tem-se que tomar cuidado para não haver uma “intrusão financeira”. Sei que é um assunto polêmico, mas acredito que o próprio ecossistema pode se organizar para garantir que os princípios básicos estejam mantidos nessa iniciativa”, conclui.
João Bezerra Leite complementa o pensamento de Dourado. “A forma como o mercado privado, os bancos e as fintechs, reagirem à criação do DREX, que eu espero que seja uma reação altruísta e positiva para beneficiar a sociedade, é o que terá poder de fazer com que o nível de intrusão financeira de um Bacen forte seja menor”, opina.
Sobre o evento
Fernando Zei, CEO da TQI, explicou que a ideia do evento foi promover uma conversa aberta sobre os desdobramentos, potencialidades e consequências do lançamento do DREX.
“Estes eventos corporativos proporcionam um rico networking entre especialistas na tecnologia para o ambiente financeiro, promovendo troca de experiências e democratização de informações relevantes. O fórum foi criado para compartilharmos os diversos assuntos que a TQI está acompanhando bem de perto, para gerar insights únicos”, comentou.
Helvécio Ribeiro, CFO da empresa, contou que a missão da TQI é alavancar o desempenho e o negócio de seus clientes. “Ajudamos nossos parceiros a transformar seus negócios implementando, integrando, implantando e sustentando soluções digitais, que impactam na operação e geram valor. Como disse Peter Drucker, a melhor forma de prever o futuro é criá-lo. E é o que estamos fazendo aqui hoje”, disse.
Cristiano Oliveira, COO, acredita que o evento foi importante para informar o mercado quais são as principais novidades e desdobramentos sobre a primeira moeda digital oficial do Brasil. “Nos preocupamos muito com a inovação e queremos compartilhar com o mercado os insights e novidades que a TQI pode trazer para os diversos segmentos. A TQI atua fortemente no segmento financeiro e está em constante mutação. Queremos ser ágeis em nos reinventar, o DREX é mais um momento de virada, e estamos saindo na frente.”, conclui.
Sobre a TQI
Fundada em 1992, a TQI é uma empresa de tecnologia e inovação que atua como extensão dos clientes nas áreas de financeiro, telecom e atendimento, logística e transporte, conteúdo e serviços, saúde, agro & aviação.
Seu objetivo é o de transformar o negócio dos clientes por meio de soluções ágeis em tecnologia e inovação constantes. A matriz é localizada na cidade de Uberlândia, Minas Gerais, com filial em São Paulo (SP).
Com um time de alta performance, engajado e apaixonado por resultados e um relacionamento muito próximo com cada um dos clientes, a TQI entrega excelência.
O jeito de ser da companhia e sua forma de trabalhar transformam ideias em soluções extraordinárias. A empresa oferece soluções sob medida para negócios que precisam desenvolver projetos na área de tecnologia e buscam um parceiro de confiança.
A TQI foge do padrão das “fábricas de software”, já que sua ideologia envolve compreender de fato a essência do negócio do cliente e criar valor com inteligência de negócios, com métricas balanceadas no processo e dados para tomada de decisão.
A experiência que a TQI proporciona aos seus colaboradores é um fator competitivo crítico. Através de um processo de atração cauteloso, a empresa oferece uma vivência única desde o processo de recrutamento ao offboarding.
Trabalhar na TQI é bem visto por seus colaboradores. Em pesquisa realizada pelo Great Place to Work (GPTW), o índice de satisfação dos colaboradores da TQI alcançou 95%, reforçando que todo o compromisso da marca com uma cultura que valoriza a diversidade é um diferencial reconhecido pelos seus colaboradores.
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