A sigla ESG, que vem do inglês Environmental, Social and Governance, ou seja, Ambiental, Social e Governança (ASG, em português), é aplicada pelo universo dos negócios há alguns anos e é apontada pelo mercado como uma das principais tendências para 2021
Por Tonico Novaes, CEO da Campus Party
“Patentear o www, seria como patentear o sol”.
A fala de Tim Bernes Lee – criador do www (Wordwide Web) – na última edição da Campus Party Digital em 2020 sintetiza de maneira categórica um movimento histórico inédito que estamos vivenciando.
Pela primeira vez, uma nova geração está ensinando a seus pais e avós, que cultura e propósito valem mais do que ganhos de capital apenas.
Chamem de Y, Z ou que letra for, fato é que uma parcela significativa dos jovens em várias partes do mundo, incluindo o Brasil, está mais preocupada com soluções que ficarão de legado para a sociedade, do que com novas marcas e patentes.
Na sopa de siglas do mundo de TI, tais como VR, AR, MR, IoT, BI, CRM, ERP, SaaS, LTE, uma nova frente abarca esse movimento: ESG.
Alguns teóricos e estudiosos, inclusive, já vem clamando pelo acréscimo do T de tecnologia nessa sigla, que traduzida do inglês, significa governança ambiental, social e corporativa, mas acredito que o mais correto seria incluir aí um D de digital, afinal esse novo paradigma, simbolicamente, vai muito além do que um conjunto de técnicas.
Na prática, esse movimento ESG + D já vem acontecendo no mercado e, até aqui, pelo menos no caso brasileiro, cabem às startups o papel principal. De acordo com um estudo recente da Distrito, maior ecossistema independente de startups do Brasil, mais do que iniciativas governamentais ou empresariais, o maior alavancador desse fenômeno são justamente os novos pequenos negócios que se propõem a ser disruptivos, tendo o universo digital com meio e não como fim.
O projeto Include se encaixa perfeitamente nesse contexto. Trata-se, sem dúvida alguma, de um dos legados mais importantes que a Campus Party entrega nas cidades que passa pelo Brasil, desenvolvendo espaços em periferias e comunidades carentes, cujo propósito é formar jovens de 12 a 18 anos em tecnologia, programação e robótica.
Esses jovens, na maioria das vezes marginalizados pela sociedade, tem o contato com essas iniciativas e adquirem conhecimento e expertise em disciplinas que poucas escolas priorizam de fato hoje em dia.
Várias autarquias públicas, universidades e entidades privadas já se tornaram parceiras do projeto, permitindo, inclusive, que uma parcela significativa desses alunos tenha a possibilidade de ganhar bolsas de estudo para se desenvolverem mais. Nada mais representativo, ao meu ver, do que seria um ciclo completo ESG + D.
Atualmente, enfrentamos a ameaça constante das fake news, deep fakes e diversas outras armadilhas digitais que começam a entrar em rota de colisão com o que eu chamo de sociedade 5.0, onde o ser humano deve ser colocado no centro de tudo e a própria tecnologia deve servi-lo e não substitui-lo. Depois de dois séculos da revolução industrial, onde basicamente robôs passaram a substituir a força de trabalho, principalmente nas linhas de produção; agora, nesse milênio, estamos encarando a revolução digital, onde o robô começa a dar passos largos no sentido de substituir nosso intelecto por meio da inteligência artificial, machine learning, blockchain, etc.
Tentando vislumbrar um pós pandemia, precisamos entender como poderemos recomeçar o mundo (Reboot the World) através da co-existência do computador e o ser humano.
Estamos diante de um cenário, onde precisaremos trazer o individuo, ou grupo de indivíduos, para o centro de tudo não só para os próximos cinco anos, mas para as próximas duas décadas, que é quando toda essa digitalização deve se concretizar com mais força.
No país que abriga a Amazônia, a maior floresta tropical do planeta, precisamos condicionar peremptoriamente a revolução digital, independente dos ganhos financeiros que possa eventualmente propiciar, aos pilares que regem as questões relacionadas ao meio ambiente/ sustentabilidade, inclusão social/ diversidade e cultura corporativa/ ética.
Essa nova geração, é bom que se diga, nunca esteve tão atenta, e não lhe faltam meios para zelar pelo futuro da nossa sociedade e do nosso planeta, independente de novas siglas que venham a surgir no caminho.
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Campus Party – O maior evento de tecnologia do mundo está com uma nova edição totalmente digital e gratuita agendada para os dias 22 a 24 de julho.
ESG: sustentabilidade na área de tecnologia
A Era da Experiência: tecnologia e sustentabilidade para um novo planeta
Campus Party, maior experiência tecnológica do mundo, está de volta em uma versão digital planejada especificamente para atender os gostos e interesses do público brasileiro.
O objetivo é promover no mundo virtual o mesmo sentimento de pertencimento e diversão que as comunidades de campuseiros espalhados por todo o País estão acostumados a ver e sentir nas edições presenciais.
O festival ocorrerá no período de 22 a 24 de julho e já tem as participações confirmadas de Maitê Lourenço (CEO e fundadora do BlackRocks Startups), Eva Lazarin (CEO e fundadora da Benkyou), Débora Garofalo (Coordenadora do Centro de Inovação da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo), Luís Justo (CEO do Rock in Rio), Ricardo Cappra (Chief Data Scientist do Cappra Lab), Caito Maia (Fundador da Chilli Beans), Dado Schneider (criador da marca Claro) e Paco Ragageles (fundador da Campus Party), entre vários outros nomes de peso em seu line-up.
Para se inscrever e poder participar gratuitamente do evento, basta acessar o site http://digital.campus-party.org/brasil