Legados da pandemia: Transformação digital e investimentos em cibersegurança, aponta pesquisa da PwC
11 de dezembro de 2020Estudo mostra as principais mudanças na forma com que as empresas passaram a abordar questões de cibersegurança, proteção de dados e privacidade depois da pandemia
Declínio das receitas, aceleração da digitização e mais investimento em cibersegurança: essas devem ser algumas das principais consequências que a pandemia trouxe para as empresas, segundo a pesquisa Digital Trust Insights 2020, da PwC.
Realizado entre julho e agosto deste ano, o estudo partiu de uma questão que se tornou ainda mais relevante em meio à pandemia da Covid-19: em se tratando de cibersegurança, o que vem a seguir?
“As conclusões da pesquisa são especialmente relevantes nesse momento, em que a segurança da informação completa 40 anos como uma área específica. Além disso, os desafios impostos pela pandemia ajudaram a reforçar a importância dessa área para manter a normalidade das operações nas empresas com segurança e mostrar a capacidade de resiliência das organizações – e isso está diretamente ligado aos investimentos em segurança cibernética feitos pelas empresas ao longo destes anos.”
“O futuro (e o agora) é cada vez mais digital, de modo que se segurança cibernética e proteção de dados são fundamentais para a confiança e resiliência das empresas e de seus ecossistemas digitais. Por isso, devem fazer parte do planejamento integrado das companhias”, diz Edgar D’Andrea, sócio da PwC Brasil e líder da área de Cibersegurança e Proteção de Dados.
Foram entrevistados mais de 3.200 executivos e profissionais de TI de 44 países. Da América Latina, foram 272 profissionais, o equivalente a 8% dos participantes – 109 (3,35%) deles brasileiros.
Do total de participantes, 22% estão ligados ao setor de tecnologia, mídia e telecomunicações, seguidos por varejo e consumo (20%) e profissionais de serviços financeiros (19%) e manufatura industrial (19%). Entrevistados ligados ao setor de saúde e serviços de utilidade pública/energia (8% cada) vêm em seguida, além de 4% de entrevistados ligados a setores do governo e administração pública.
Efeitos da pandemia: maior digitização e mais investimentos em cibersegurança
A partir da pergunta mais ampla, o estudo questionou os participantes a respeito do envolvimento da cibersegurança e privacidade no desenvolvimento estratégico das companhias, bem como quais ações estão sendo tomadas para modernização/melhoria da estrutura cibernética e possíveis resultados esperados.
Um dos primeiros impactos provocados pela pandemia deve persistir até o ano que vem: 83% dos entrevistados brasileiros afirmaram que a receita da empresa em 2020 deverá diminuir (ante 79% global), situação que deve continuar em 2021 para 62% dos participantes nacionais (ante 64% global).
Uma tendência identificada pelo estudo é que a digitização acelerada dos processos deve ser maior no Brasil (48%) e na América Latina (50%) do que no mercado global (40%). Mais da metade (56%) dos entrevistados brasileiros também afirmaram que uma das mudanças causadas nas indústrias pelo impacto da Covid-19 deve ser a escolha de novos processos de definição de verbas para gastos ou investimentos em cibersegurança (ante 54% na América Latina e 44% no global).
Além disso, o envolvimento de questões de segurança cibernética e privacidade em todas as decisões ou planejamento de negócios também deve ser uma consequência dos cenários enfrentados ao longo da pandemia (49% Brasil, 53% América Latina, 50% global).
Tanto que, segundo 57% dos entrevistados, os investimentos em cibersegurança para 2021 devem aumentar em relação ao montante dedicado em 2020 (enquanto 35% afirmaram que os valores devem ser menores).
Numa análise global, o estudo identificou como prováveis impactos mais duradouros da Covid-19 a digitização acelerada (40%), o modo de trabalho remoto permanente e em tempo integral (39%) e o foco aprimorado na qualidade da infraestrutura de TI e Telecomunicações (37%). Quase todas as organizações (96%) também afirmaram planejar mudanças em suas estratégias cibernéticas como resultado da Covid-19, com 50% planejando incluir a segurança cibernética e a privacidade em todas as decisões de negócios.
E, claro, mais dinheiro possibilitou maior resistência: as organizações com receita inferior a US $1 bilhão foram menos resilientes ao impacto da Covid-19, em comparação com organizações maiores de US $1 bilhão.
“Parte dos resultados da pesquisa comprovam aquilo que já suspeitávamos: as organizações que já vinham se preparando para uma transição digital foram as que melhor puderam enfrentar os obstáculos provocados pela pandemia. Durante a quarentena, o trabalho remoto e a transição do ambiente físico para o virtual também ajudaram a demonstrar, para muitas pessoas, a importância de colocar questões de cibersegurança no centro de suas decisões estratégicas”, afirma Edgar D’Andrea.
“É esta abordagem que permitirá às empresas, em situações de crise, continuarem trabalhando, garantindo a continuidade dos processos e a prevenção de fraudes, entre outras situações”, conclui.
A cibersegurança e o mundo do ‘Novo Normal’
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