Últimas notícias

Fique informado

Japonês torna-se bilionário com serviços de assinatura eletrônica

5 de outubro de 2020

Spotlight

Doc9 lança Guia Prático de Prompts para ChatGPT no Jurídico: Como Maximizar a Eficiência com a Inteligência Artificial

Para obter os melhores resultados com o ChatGPT no contexto jurídico, siga as dicas importantes do Guia Prático de Prompts da doc9.

28 de maio de 2024

Governo Federal apoia Rio Grande do Sul na emissão 2ª via da Carteira de Identidade Nacional

O mutirão coordenado pelo Governo do RS começou nos abrigos de Porto Alegre. Expedição da segunda via será imediata

20 de maio de 2024

Os investidores estão otimistas em relação ao serviço de assinatura eletrônica da Bengo4, chamado CloudSign, no período da Covid-19.

À medida que mais pessoas permanecem de home office, as empresas japonesas estão adotando assinaturas eletrônicas em substituição aos carimbos físicos, chamados hanko, para autenticar documentos –uma prática que o Japão segue pelo menos desde o século 19.

Hanko, carimbo físico utilizado para
autenticar documentos

“A CloudSign está transformando a tradicional cultura do hanko”, disse Motoe.

Segundo a Bengo4, o CloudSign é o serviço de assinatura eletrônica dominante no Japão, atendendo 80% do mercado do país.

Mais de 100 mil empresas em uma variedade de setores usam o sistema, contra menos de 50 mil de um ano atrás.

“O preço das ações da Bengo4 aumentou drasticamente com as expectativas de uma consolidação mais rápida dos serviços de contrato eletrônico, à medida que os esforços do governo para abandonar o uso de selos pessoais ganham força em resposta à Covid-19”, escreveu Haruka Mori, analista do JPMorgan, em nota. Mori acrescentou que há um “rápido desenvolvimento de infraestrutura legal para apoiar a disseminação de contratos eletrônicos”.

A Bengo4, cujo nome é uma brincadeira com a palavra japonesa para “advogado” (pronuncia-se “bengoshi”), começou como uma plataforma online para os advogados.

Taichiro Motoe, fundador da Bengo4 – Foto reprodução Forbes

Ela foi listada no mercado de pequena capitalização da Bolsa de Valores de Tóquio em 2014 e, um ano depois, lançou a CloudSign em busca de crescimento como uma empresa recém-aberta. Antes de se tornar um empresário, Motoe foi advogado na Anderson Mori, um importante escritório de advocacia japonês. Após três anos, ele saiu da companhia para abrir o seu próprio gabinete, o Authense Law Office, e fundou a Bengo4 no mesmo ano.

Além de empresário e advogado bilionário, Motoe, que nasceu em Illinois mas cresceu em Kanagawa, perto de Tóquio, também é legislador.

O fundador de 44 anos é membro da câmara alta do Parlamento do Japão desde 2016 e foi o legislador mais bem pago do país no ano passado, com uma receita informada de 845 milhões de ienes (cerca de US$ 7,8 milhões), principalmente com vendas de ações. No início do mês passado, ele se juntou ao gabinete do recém-eleito primeiro-ministro Yoshihide Suga no cargo de vice-ministro parlamentar das finanças.

O governo japonês, que declarou estado de emergência por causa do coronavírus em abril, ajudou a impulsionar o crescimento de assinaturas eletrônicas para manter os trabalhadores em casa.

Em 17 de julho, o governo esclareceu que o uso de serviços eletrônicos podem ser considerados a assinatura do usuário se o provedor de serviços garantir que é criptografado e não pode ser alterado, segundo informou um relatório do escritório de advocacia internacional Clifford Chance.

O novo governo do Japão planeja continuar a impulsionar a digitalização em todo o país. No início de setembro de 2020, Suga instruiu seu gabinete a acelerar o lançamento de uma agência governamental que irá aumentar a digitalização no Japão.

As vendas da Bengo4 aumentaram antes mesmo dos esforços recentes do governo

A empresa registrou vendas de 1,16 bilhão de ienes (cerca de US$ 1 milhão) no trimestre de abril a junho, um aumento de 24% na comparação anual. O crescimento foi liderado pela CloudSign, cujas vendas trimestrais mais do que dobraram para 262 milhões de ienes (aproximadamente US$ 2,4 bilhões).

A Bengo4 prevê que as vendas trimestrais da CloudSign quase dobrarão novamente no próximo ano para cerca 500 milhões de ienes (aproximadamente US$ 4,6 milhões).

“Queremos expandir os negócios da Bengo4 para US$ 100 milhões em vendas nos próximos quatro a cinco anos”, diz Motoe.

CloudSign ainda tem espaço para um crescimento adicional

Motoe estima que apenas 1% das empresas na terceira maior economia do mundo utilizam atualmente um sistema de assinaturas eletrônicas e espera que esse número cresça para quase 5% no próximo ano.

Há potencial para uma flexibilização regulatória precoce nos setores imobiliário e financeiro e em áreas relacionadas ao direito corporativo”, observou Mori no relatório do JPMorgan.

Em julho, a empresa japonesa de internet Digital Garage anunciou que adotaria a CloudSign em seu sistema de gerenciamento online de contratos de compra de imóveis.

A ideia de US$ 1 bilhão veio a Motoe quando ele estava frustrado com a cultura hanko enquanto trabalhava como advogado.

“Tive que carimbar uma pilha enorme de contratos, um por um. Senti muita ineficiência na estrutura empresarial”, afirma. “Com o tempo, vi a assinatura eletrônica se tornar bastante popular em países estrangeiros e acreditei que algum dia seria um sucesso no Japão também”, acrescenta Motoe.

Faça previsões, prepare-se e espere”

Diz Motoe, citando um de seus provérbios favoritos do colega bilionário Masayoshi Son, CEO da SoftBank e a segunda pessoa mais rica do Japão.

Atualmente, com o rápido crescimento das assinaturas eletrônicas, Motoe tem grandes planos para a Bengo4.

“Quero comercializar informação e fazer com que mais pessoas tenham acesso mais fácil aos especialistas”, diz.

“A CloudSign mudou o sistema e a cultura empresarial do Japão. Esse é o tipo de mudança que a Bengo4 deseja alcançar.” Ele explica que “no mundo contemporâneo, algumas pessoas sabem mais do que outras, como em temas sobre direito e impostos, então a diferença entre os conhecimentos é maior. Preencher essa lacuna por meio da internet certamente mudará o mundo para melhor.”

Fonte: Forbes Brasil