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Até 2030 a indústria 4.0 deve atrair US$ 10 trilhões de investimento

13 de novembro de 2019

Este e outros dados sobre a indústria 4.0 foram apresentados no painel A Sociedade do Amanhã, organizado pelo Procurement Club

Fernando Di Sora, CEO da Level Group e um dos organizadores do evento ‘A sociedade do amanhã’, abriu o painel realizado na Welcome Tomorrow, principal evento de mobilidade e propósito do mundo.

“Inovação e tecnologia estão cada vez mais presentes no dia a dia da área de procurement das empresas. Participar de um evento desta magnitude e com executivos de alta relevância para o mercado para discutir sobre as grandes tendências do setor é um dos principais objetivos do Procurement Club”,disse Fernando.

Mediado pelo CEO da Regus Tiago Alves e pela jornalista Maria Cândida, o primeiro painel abordou o tema smart city e desenvolvimento urbano. Especialista no conceito de cidades inteligentes, Diego Conti destacou a preocupação em importarmos tudo exatamente como ocorre fora. “As definições de smart city precisam ser feitas localmente. Nem tudo que vem do Vale do Silício ou demais partes dos Estados Unidos, Europa e China servem para o Brasil. Muitas vezes não temos nem dinheiro para implantar determinados conceitos”.

Mayra Faour Auad, Miguel Fonseca, Lucas Nassar e Mario D’Andrea

Diretor-presidente da Acepth – Associação dos Comerciantes, Empresários e Proprietários de Imóveis do Triângulo Histórico de SP –, Rafael Guedes concordou e reforçou, “além de levarmos em conta o ambiente, é importante também que as pessoas se conscientizem do papel e da força que elas têm na transformação do futuro”.

Para contar como largaram o mundo corporativo para se lançar no empreendedorismo no painel, estavam presentes Leandro Baran, investidor e CEO da SouthRock Lab; André Ghion, fundador da Move2; e José Luiz de Aguiar Júnior, diretor comercial da Molécoola. Todos foram unânimes em afirmar que o principal ponto para empreender é trazer o DNA da execução. “Larguei um cargo de vice-presidente da SAP na América do Sul para empreender. Até hoje alguns dos meus amigos me chamam de louco, mas o ponto é que eu não queria mais entregar resultado apenas, eu gostaria ser um executor do que eu gosto e acredito”, contou Baran.

Ghion disse que muitas pessoas ainda confundem empreendedor com empresário. “São coisas diferentes. O empreendedor vai além, ele, de alguma forma, causa impacto na sociedade e no mundo ao seu redor”, relatou. Aguiar Júnior contou como foi largar a vida de executivo e apresentou o case da Molécoola. “Eu morava em um apartamento bem maior que o atual e tinha dois carros de luxo. Hoje, tenho apenas um carro, bem mais simples, mas sou muito mais feliz, pois faço o que gosto e consigo mudar radicalmente a vida das pessoas, incluí-las realmente na nossa sociedade”, comemorou.

Para falar sobre smart office, Luana Lorenzato, gerente de Procurement, Facilities & Services do Mercado Pago, apresentou o case ‘Melicidade’, o escritório de 34 mil metros quadrados do MercadoLivre, a indústria com localização na cidade de Osasco, Grande São Paulo. Segundo Luana, a Melicidade foi projetada com base em três objetivos: encantar talentos, aproximar-se fisicamente de parceiros e clientes e promover sustentabilidade. Com 2 mil placas fotovoltaicas, a empresa economiza mais de 35% de energia. “Em todo o Brasil, apenas o estádio do Mineirão é capaz de gerar mais energia que a Melicidade”.

O painel que tratou sobre a indústria da mobilidade contou com a presença de Mario D’Andrea, CEO da Dentsu, como mediador; Miguel Fonseca, diretor da Toyota, Mayra Faour Assad, CEO da YOURMAMA; e Lucas Nassar, arquiteto e urbanista. “Muitos devem estar se perguntando o que um publicitário faz num painel desse. Mas é justamente para mostrar a vocês como pessoas e marcas podem contribuir para os conceitos de mobilidade”, explicou D’Andrea. Fonseca afirmou que até 2025, 40% do portfólio da Toyota no Brasil serão de carros eletrificados. “Em 2030, este número estará em 80%”.

Nassar, por sua vez, destacou que se a solução do país são os carros elétricos, o conceito já nasce ultrapassado. “Não adianta termos carros elétricos se os espaços das ruas continuarão a ser ocupados. Resolveremos o problema ambiental, mas o trânsito continuará aumentando”. Nassar acredita que falta ouvir as pessoas. “Devemos propor aos cidadãos que eles se apropriem de espaços públicos. Isso sim traz resultados concretos na mobilidade. Devemos inseri-las nas resoluções dos problemas para melhorar a mobilidade urbana”.

A YOURMAMA trouxe a série documental ‘Hack The City’, que conta a trajetória de personalidades desafiadas a encontrarem soluções para problemas existentes na cidade de São Paulo e resolvê-los por meio do design e da tecnologia. “Mais do que um produto de audiovisual, queríamos entregar um legado para a cidade. E já estávamos felizes com o impacto causado na capital paulista, mas quando soubemos da indicação na categoria curta-metragem do Emmy, foi muito gratificante, pois comprovou que o trabalho foi bem feito”, comemorou.

Para finalizar, o diretor da Ericsson para a América Latina, Tiago Machado, fez uma provocação sobre como a modernidade chega até nós. “No século XVIII, as carroças tinham 3,7 metros de largura, medida exata de dois cavalos. Com isso, as estradas tiveram a mesma largura e as ferrovias seguiram a estrada. O primeiro foguete dos Estados Unidos, construído em 1981, era o que havia de mais moderno na época. Mas ele tinha os mesmos 3,7 metros de diâmetro, pois foi construído em Utah e transportado de trem para a Flórida. Fosse mais largo que isso, não passaria nos túneis que há pelo caminho. Conto tudo isso para mostrar a vocês que não adianta sermos os mais inovadores do mundo se somos analógicos para tanta coisa. A indústria 4.0 deve atrair US$ 10 trilhões de investimento até 2030, temos que estar preparados para este crescimento, precisamos inovar sempre”, desafiou.

O evento aconteceu quinta-feira, 7 de novembro, no São Paulo Expo, em São Paulo.

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