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Europa investe em criptografia à prova de computador quântico

Europa investe em criptografia à prova de computador quântico

8 de agosto de 2016
Pesquisa de segurança contra computador do futuro tem financiamento de € 3,9 milhões

Grande promessa do mercado de tecnologia, o computador quântico ainda está em desenvolvimento. Mesmo assim, já se investem milhões para manter a segurança da máquina do futuro. Uma nova criptografia, muito mais poderosa que a disponível atualmente, é aposta de estudiosos para garantir que não haverá vazamento de dados ou mau uso da nova máquina.

A União Europeia estima que os computadores quânticos não estarão disponíveis antes de 2025, mas investiu €3,9 milhões para que desenvolvedores criem uma criptografia que resista ataques desses computadores. A intenção é que a tecnologia de segurança esteja pronta muitos anos antes da criação da máquina.

A prevenção tem motivo. O secretário de Segurança Interna dos Estados Unidos, Jeh Johnson, conclamou cientistas e pesquisadores que criassem computadores capazes de quebrar a atual criptografia. O motivo seria a necessidade do governo americano em ter acesso a informações que possam comprometer a segurança.

No Brasil, especialistas explicam a importância da criação de uma criptografia fortificada para garantir a segurança das informações.

“Computadores quânticos terão o processamento a uma velocidade incrível, possibilitando a resolução de problemas que, com equipamentos tradicionais, seriam necessários bilhões ou trilhões de anos para respondê-los com precisão. Logo, o conteúdo encriptado hoje seria facilmente decifrado. Assim, será necessário o desenvolvimento de novos algoritmos e estratégias de criptografia para garantir a privacidade dos dados”, explica José Matias, diretor de Suporte Técnico da Intel Security.

O executivo da Intel acredita que a nova tecnologia trará vantagens para evolução da indústria. “Devemos entender que computadores quânticos, como estão sendo imaginados hoje, são máquinas gigantes, que consomem muita energia e devem ser usadas para resolver problemas muito complexos, que certamente requerem um alto grau de segurança. Com esse pensamento, é fácil perceber como a criptografia pode ser uma aliada nesse processo de evolução tecnológica.”, justifica Matias.

Governo

Fabio Assolini, analista sênior da Kaspersky, acredita que o assunto é importante, porém longe da realidade. “Não é possível entendermos hoje como fazer uma rede de segurança, criptografada para computadores quânticos, porque ainda não há ataques, não há computadores quânticos. No entanto, acho que estudos preliminares são extremamente importantes para proteger cada vez mais as nossas informações”, diz.

Segundo Assolini, o novo embate criado pelos EUA deve acelerar a regulamentação da criptografia pelos governos. “O governo norte-americano já tentou regulamentar a criptografia nos anos 1990, mas não deu muito certo. É compreensível que eles não gostem, porque limita o acesso das informações pelo governo. A CIA e o FBI alegam que esse tipo de tecnologia pode ajudar o terrorismo e, sob esse e outros argumentos, governos tendem a procurar formas de limitar a tecnologia. Isso, sem dúvida, pode prejudicar a segurança, inclusive do próprio governo, que também é usuário de criptografia”, explica o especialista da Kaspersky.

Fonte: ITSA Brasil

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