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8 de maio de 2020

“Sem necessidade de bancos, caixas eletrônicos, cofres e depósitos centralizados de ativos, poderíamos guardar, negociar e transferir nossos bens diretamente”

Por Reinaldo Rabelo

Reinaldo Rabelo – CEO do Mercado Bitcoin e do MB | Digital Assets

O Bitcoin foi descrito em 2008 no famoso whitepaper atribuído a um incógnito Satoshi Nakamoto, sendo colocado em produção em menos de seis meses, com promessa de eliminar completamente os intermediários de operações financeiras.

A partir daquele instante, conhecemos o protocolo (popularizado como “Blockchain”) que iria permitir a transferência de ativos digitais de forma confiável – porque descentralizado, imutável, auditável e irreversível. Por tais características e disrupção que poderia provocar, esse ativo digital (criptomoeda) foi considerado a Internet do dinheiro, mais até do que o dinheiro da Internet.

Sem necessidade de bancos, caixas eletrônicos, cofres e depósitos centralizados de ativos, poderíamos guardar, negociar e transferir nossos bens diretamente (“peer to peer – P2P”), a partir do controle do conjunto endereço-senha (chaves pública e privada) de uma rede aberta e distribuída.

Em 22 de maio de 2010, foi feito o primeiro pagamento utilizando esse protocolo, quando um desenvolvedor húngaro, Laszlo Hanyecz, pagou duas pizzas grandes com 10 mil BTC (incríveis R$ 650 milhões, em valores atuais) e toda aquela construção teórica passou a trilhar o caminho da prática.

Hoje, o mercado de criptos e tokens gira em torno de US$ 400 bilhões (market-cap) e inúmeros negócios têm surgido em torno daquele protocolo inicial – inclusive, negócios que propõem intermediação e centralização.

Nesse ponto, importante fazer um destaque para a provocação inicial do Bitcoin. Em uma leitura menos revolucionária, a eliminação de intermediários não deveria ser lida como “de todo e qualquer intermediário”, mas sim, “dos intermediários desnecessários”. Em uma sociedade complexa, digital e global, será desgastante (para não dizer impossível) obrigar as pessoas a operar diretamente todas as frentes de relacionamento social.

Assim, para operar no mercado de criptomoedas, apesar de o protocolo permitir uma gestão direta sobre os ativos, um indivíduo pode optar por não conhecer suas questões técnicas e delegar essa função para um intermediário contratado para tanto (um “intermediário útil”, portanto).

Aqui, a utilidade das exchanges de criptoativos, como o Mercado Bitcoin, a maior nesse nicho da América Latina. O cliente de uma dessas corretoras pode, então, expor parte do seu patrimônio às criptomoedas e, mesmo, utilizar aquelas que servem para pagamentos ou voucher (utility-tokens), com assistência de uma equipe técnica.

Esse serviço, vale destacar, não é diferente do prestado por plataformas de e-commerce. Uma bicicleta, por exemplo, pode ser negociada diretamente (como o bitcoin); todavia, os marketplaces ajudam a conexão entre compradores e vendedores, bem como, em um acordo de preço mais próximo ao valor real de mercado.

Contudo, ao contrário do que normalmente ocorre no e-commerce, as exchanges guardam os ativos que estão sendo transacionados na plataforma, como forma de garantir ao comprador que ele receberá a criptomoeda em troca do pagamento realizado (sistema de troca de titularidade ou DVP – delivery versus payment).

Essa guarda (como seriam os galpões para custodiar as bicicletas, na analogia utilizada), pode ser exercida pela própria exchange ou por custodiantes qualificados e segregados – exigência comum no mercado financeiro tradicional.

No Brasil, apesar de alcançar número relevante de curiosos por criptomoedas (estima-se que cerca de 3 milhões de pessoas já compraram algum tipo de ativo digital), não há um serviço dedicado a custódia digital.

Por essa razão, é tão relevante o investimento feito pela Gear Ventures, em parceria estratégica com a Kryptus – empresa brasileira de criptografia e segurança cibernética, responsável pela ICP-Brasil e pelos caixas eletrônicos da Tecban.

A Bitrust, empresa criada para oferecer custódia qualificada para exchanges, investidores institucionais e fundos de investimento, contará ainda com parceiros nas áreas de auditoria e em serviços regulados por Banco Central e CVM, quando exigidos. Em virtude de avanços na regulação, as big four têm atuado como consultoria e auditoria permanente em casos internacionais de custódia digital.

Com esses parceiros, unidos ao conhecimento do Mercado Bitcoin, que realiza custódia de ativos digitais de seus clientes desde 2013, e a possibilidade de construir um hardware (HSM) customizado para a operação Kryptus, o ecossistema de blockchain e criptoativos brasileiro pode ser mais robusto e disputar o pujante mercado global. 

Investimentos como esse é uma mostra de que, com time especializado, empresas inovadoras, resiliência, responsabilidade e ousadia, podemos construir plataformas de referência mundial.

Sobre o Mercado Bitcoin

Mercado Bitcoin é a maior plataforma de negociação de criptomoedas e ativos alternativos da América Latina que oferece liberdade, segurança e liquidez nas negociações. A empresa está entre as 25 exchanges mais confiáveis do mundo para negociar criptoativos, segundo estudo conduzido pelo Blockchain Transparency Institute (BTI).

Com mais de 1,9 milhão de clientes e cerca de 12 bilhões de reais já negociados desde sua criação em 2013, a empresa está transformando a relação das pessoas com seu próprio dinheiro e democratizando o acesso a ativos alternativos com liquidez e segurança.

Sobre a Kryptus

A Kryptus é uma multinacional brasileira provedora de soluções de criptografia e segurança cibernética altamente customizáveis, confiáveis e seguras para aplicações críticas, com foco na entrega de serviços de alto nível para resolução das missões de seus clientes.

Fundada em Campinas (SP), em 2003, atua hoje nos setores público e privado dos mercados do Brasil, LATAM, Europa, Oriente Médio e África, sendo reconhecida pelo Ministério da Defesa do Brasil com o selo EED – Empresa Estratégica de Defesa, além de contar com selo Gartner Cool Vendor.

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