Pensar na revolução do seu mercado e deixar de lado o ‘ganha-pão’ atual pode ser doloroso para a maioria dos executivos, mas as forças de mercado são impiedosas com as escolhas erradas.
Por Sergio Leal*
Empresas como Uber, AirBNB e similares não deixam dúvidas dos riscos da estagnação para empresas em qualquer mercado frente as oportunidades de ruptura digital. Pense em uma represa onde algumas rachaduras deixam escapar pequenos filetes de água, e que sem aviso prévio promovem a ruptura de toda a estrutura.
Como andam os cyber seguros?
O mercado de seguros passa por um momento delicado de transição, como podemos ver pelos números projetados para os próximos anos.
Estudos** mostram que os prêmios pagos para ‘cyber incident’ (problemas acontecidos no meio digital) devem crescer de 2.5 bi para 7.5 bi em 5 anos.
**Cyber insurance to triple to $7.5 bn by 2020: Report Insurers and reinsurers are charging high prices for cyber cover and putting a ceiling on potential losses, deterring companies from buying cyber polices, consultancy PwC said in the report.
Ainda segundo o estudo, os grandes players do mercado de seguros olham com desconfiança o ‘cyber mercado’ e esquivam-se de participar deles, seja através da imposição de custos altos na contratação ou de limites com tetos muito baixos.
Se olharmos qualquer pesquisa sobre o volume de prejuízos ligados a atividades digitais (invasões, DDOS…) na maioria das empresa veremos que o espaço é carente por proteção e a empresa que encontrar uma ‘fórmula mágica’ terá a sua frente um mercado de potencial gigantesco e de baixa concorrência.
Existe vida fora do ‘mundo cyber’?
Quando enxergamos essa separação artificial entre as atividades ‘analógicas’ e ‘digitais’ estamos apenas negando a realidade de que tudo agora está em fundido. Não existe mais o carro ou a casa desconectados. Se essas tecnologias (chamadas Internet das Coisas) ainda não são tão populares a expectativa é que exista uma explosão de uso nos próximos anos, similar ao que aconteceu com os smartphones desde a criação do iPhone.
As seguradoras que continuarem com ‘medo’ de operar os ‘cyber riscos’ estarão fadadas a ver suas oportunidades de mercado diminuindo rapidamente, situação que lembra muito a da Kodak, criadora da câmera digital em 1975, quando era ‘dona do mercado fotográfico’.
A Kodak optou por permanecer fora do mercado digital reforçando sua posição no mercado de câmeras analógicas e filmes acreditando que isso não trazia grande risco para a companhia, e o resto é história.
* Sérgio Leal
- Ativista de longa data no meio da criptografia e certificação digital.
- Trabalha com criptografia e certificação Digital desde o início da década de 90, tendo ocupado posições de destaque em empresas lideres em seu segmento como Modulo e CertiSign.
- Criador do ‘Blue Crystal’: Solução software livre completa de assinatura digital compatível com ICP-Brasil
- Criador da ‘ittru’: Primeira solução de certificação digital mobile no mundo.
- Bacharel em Ciências da Computação pela UERJ desde 1997.
- Certificações:
– Project Management Professional (desde 2007)
– TOGAF 9.1 Certified
– Oracle Certified Expert, Java EE 6 (Web Services Developer, Enterprise JavaBeans Developer)- Sérgio Leal é colunista e membro do conselho editorial do CryptoID.