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Bruno Ribeiro gerente de inovação da CertiSign, em entrevista exclusiva, fala sobre o mercado de identidade digital

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Em entrevista exclusiva ao Crypto ID, Bruno Ribeiro, gerente de inovação da CertiSign, dá mais detalhes sobre o mercado de identidade digital e do posicionamento da Cia

Bruno Ribeiro, gerente de inovação da CertiSign

Crypto ID: Como tem sido a evolução da identidade digital nos últimos anos? De que forma esse mercado se desenvolveu?

Bruno Ribeiro: Nos últimos 30 anos, temos vivenciado uma evolução lenta da identidade digital, mas tivemos um grande salto no final da última década.

É importante dizer que a Internet foi criada sem uma camada de identidade digital na sua infraestrutura. Nos anos 90, a forma de se controlar o acesso aos sites e recursos online era por meio de de logon com usuário e senha. Ou seja, acessa ou não acessa, sem uma preocupação com quem está do outro lado.

Na medida em que as empresas passaram a controlar o acesso dos seus funcionários e clientes, elas implementaram soluções ditas centralizadas, onde cada usuário recebe um login e uma senha (ou outro fator de autenticação).

O escopo desse login é apenas a empresa em questão. Isso criou o cenário caótico de inúmeras contas online para acessar os vários serviços disponíveis, fazendo com que os usuários precisassem gerenciar um número sem fim de logins e senhas.

A solução seguinte foi a criação do conceito de federação, onde a conta de uma empresa é reconhecida por outra e vice-versa. Grandes grupos empresariais e parceiros passaram a poder conceder acesso a usuários sem a necessidade de replicar informações.

O cenário só mudou em meados da década de 2000, quando as big techs, como Facebook e Google, trouxeram ao mercado pela primeira vez uma implementação de identidade digital.

Nessas redes, as pessoas podiam criar um perfil com dados biográficos, fotos, conexões, etc. Além disso, usavam essas identidades para acessar outros serviços (o famoso “logar com Facebook ou Google”).

Crypto ID: O que o mercado espera para os próximos anos?

Bruno Ribeiro: A pandemia trouxe uma revolução para os processos de transformação digital. Com a maioria das pessoas trabalhando e consumindo produtos e serviços a partir de suas casas, a identidade digital se tornou o perímetro mais importante da segurança da informação.

Inovações que vinham se desenvolvendo de forma arrastada da noite para o dia viraram “hype” e entraram na agenda das empresas.

Biometrias, soluções de assinatura digital, plataformas de credenciais verificáveis e muito mais passaram a fazer parte do leque de soluções buscadas pelos clientes, e novos fornecedores surgiram entre 2020 e 2022 com aportes de risco generosos.

A partir do segundo semestre de 2022, com o arrefecimento da crise sanitária, e com as pessoas voltando às suas vidas normais, um choque de realidade se abateu sobre o mercado de identidade digital. Mas ainda assim estima-se um crescimento de USD 266.5 bilhões para esta indústria até 2027 (de acordo com a Liminal Market Research).

Crypto ID: O que podemos considerar como tendência para a identidade digital?

Bruno Ribeiro: A principal tendência na minha visão está nas soluções de identidade descentralizada (ou identidade autossoberana).

Nesse tipo de abordagem, as identidades digitais das pessoas são construídas por meio da emissão das chamadas credenciais verificáveis, dentro de ecossistemas seguros e confiáveis.

Os usuários armazenam suas informações em carteiras digitais e possuem total controle sobre os seus dados, liberando acesso somente àquilo que é necessário em cada contexto de identificação.

Apesar das imensas expectativas criadas em cima desse tipo de abordagem durante os últimos três anos, o boom desse tipo de solução ainda não ocorreu.

Mas considero inevitável, pois o eIDAS, legislação da União Europeia que regula identidade digital e transações eletrônicas, aponta na sua versão 2.0 para um ecossistema baseado em carteiras digitais e credenciais verificáveis.

Recentemente, o Fórum Econômico Mundial lançou um documento (Reimagining Digital ID) que recomenda um cenário descentralizado para as identidades digitais.

Crypto ID: De que maneira a identidade digital pode beneficiar bancos e instituições financeiras?

Bruno Ribeiro: As instituições financeiras são pioneiras na segurança da informação e no combate às fraudes digitais. A maioria já faz uso de soluções de onboarding digital para a abertura de contas online, autenticação biométrica para autorização de transações financeiras e assinatura digital para a formalização de contratos de crédito, para citar alguns exemplos.

Cada vez mais os bancos entendem que a identidade digital faz parte da infraestrutura dos seus ecossistemas, e certamente essas instituições desempenharão um papel crucial na vida digital das pessoas.

Hoje, é possível acessar o GOV.BR (plataforma brasileira de governo eletrônico) com a sua identidade bancária, o que mostra a importância e a reputação dessas instituições no espaço digital.

O Open Banking e Open Finance estão trilhando o mesmo caminho das recomendações para uma nova identidade digital global: usuários donos dos seus dados, privacidade, reutilização e interoperabilidade.

Crypto ID: De que maneira a CertiSign se posiciona nesse mercado e ajuda seus clientes?

Bruno Ribeiro: Nós somos especialistas e pioneiros em identificação e segurança digital. Desde 1996, desenvolvemos soluções para identificar pessoas, coisas, máquinas, sites, servidores e o que mais for necessário.

Somos muito conhecidos pela certificação digital, mas, hoje, já oferecemos soluções que podem ser usadas isoladas ou combinadas à certificação conferindo ainda mais autenticidade e segurança às transações online.

Podemos apoiar nossos clientes na construção de ecossistemas de identificação digital, porque temos infraestrutura tecnológica, soluções e expertise para isso. Inclusive, os principais bancos do país são nossos clientes.

Em suma temos quatro linhas de atuação: identificação de pessoas, coisas e máquinas; assinaturas eletrônicas; confirmação de identidade (podemos provar que uma pessoa é quem diz ser por meio de tecnologias e cruzando informações de bancos de dados públicos ou privados); gerenciamento de identidades e credenciais.

Neste contexto entram as nossas soluções: certificado digital ICP-Brasil, SSL, biometria facial com Liveness, assinaturas simples, avançada e qualificada, entre outras.

Cabe ressaltar que já temos tecnologia para Identidade Digital Descentralizada. Trata-se de uma evolução importante: de um lado, há os benefícios aos titulares com o controle de seus dados e comodidade de ter em um único local suas informações.

Do outro, há as empesas que, em vez de terem que investir em infraestrutura física e lógica para colher, tratar e armazenar dados, podem se beneficiar somente acessando o que for necessário para aquela determinada ação, sem o ônus do armazenamento e responsabilidades em torno dessa questão.

Todos os setores que oferecem serviços, produtos (seja no físico ou digital), podem se beneficiar com a identificação descentralizada. Exemplo: um banco digital pode definir quais são os documentos necessários para abrir uma conta.

Dentro do aplicativo, o cliente registra as informações e compartilha. Tudo já validado automaticamente pelos órgãos emissores. Rapidamente e com segurança a conta pode ser aberta.

Marco Americo D. Antonio é o novo CEO da CertiSign

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Sobre a CertiSign

CertiSign é uma Autoridade Certificadora no Brasil especialista em identificação e segurança digital. Desde 1996, desenvolve e integra soluções que proporcionam uma experiência digital simples e segura, oferecendo às pessoas mais tempo e liberdade, e às empresas, redução de fraudes e custos. 

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