O simples clique que pode garantir a retenção de alunos
3 de dezembro de 2018Todo semestre carrega um mesmo desafio: fazer com que os universitários e novos acadêmicos compareçam às instituições de ensino para renovar seus contratos ou fazer novas matrículas.
Por Gustavo Brant
Essa tarefa fica ainda mais difícil quando avaliamos que os millennials já estão chegando à idade acadêmica e, diferentemente da geração Y, não são nada analógicos. Ou seja, o novo perfil do estudante acadêmico não vai mais à secretaria com uma pasta debaixo do braço carregada de documentos e fotocópias.
Esta nova geração está acostumada a fazer transações financeiras à apenas 1 clique entre uma mensagem e outra pelo smartphone. Não anteder sua necessidade digital, inclusive no início de sua vida acadêmica, é levar a ele um discurso contraditório de que a instituição caminha com a tecnologia para lhe oferecer a melhor preparação da sua nova profissão.
Já vemos algumas ações de “digitalização” acontecendo nas universidades. Áreas do aluno em sites das faculdades, conferência de notas on-line, acesso a vídeo-aulas e envio de trabalho, ou mesmo a emissão de boletos digitais. Então como as universidades, que já possuem essas ferramentas e batem no peito de serem modernas e digitais, podem exigir de seus alunos a ida presencial à secretaria – inclusive os alunos de Educação à Distância (EAD) –, alterando sua rotina eletrônica, para assinar um papel que, no final do dia, será arquivado como os demais.
Analisando o mercado de ensino, além da dificuldade no relacionamento com os alunos, vemos um cenário duro de se sobreviver. Nos últimos anos, o ensino superior brasileiro estagnou. Em 2016, de acordo com o MEC, foram 8,05 milhões de alunos em cursos de nível superior (presencial e a distância), apenas 0,25% a mais que 2015. E as análises que estão sendo feitas referentes ao ano passado seguem a mesma perspectiva.
Agora, se temos no Brasil quase 2,5 mil instituições de ensino superior, sendo que 10 grupos de ensino concentram 1/5 de todas as matrículas – mais de 280 mil estudantes, como os gestores das universidades conseguem respirar em meio a esse cenário? Como reter os atuais e atrair novos alunos?
O diferencial competitivo pode estar presente em pequenas ações, principalmente àquelas que impactam a rotina e o relacionamento com universitários.
As universidades precisam parar de usar a tecnologia apenas para transmitir notícias internas e informações de cursos, sem permitir que os estudantes conduzam sua jornada acadêmica.
Os estudantes não são mais tradicionais, então se o modelo de relacionamento não for modernizado, a instituição irá perder alunos por frustração e falta de engajamento. Lembre-se que, no Brasil, temos um alto índice de evasão, chegando a 53% nas universidades privadas e 40% em faculdades públicas (Inep-MEC).
Chegou a hora das instituições de ensino mudarem, de uma vez por todas, a maneira com que se relacionam com seus alunos. Ser digital é oferecer processos práticos, ágeis e que exijam o menor esforço possível dos estudantes – desde matrículas e rematrículas, solicitação de bolsas, contratos de estágio, entre tantas atividades do dia a dia de um estudante que as universidades insistem em complicar.
A assinatura eletrônica, além de atender aos requisitos de renovação de contrato com alunos, pode ainda levar mais fluidez aos processos das instituições de ensino junto à fornecedores e funcionários. Capacitar uma empresa para ser digital é simples, fácil, rápido e custa menos do que se imagina. Ser digital, no setor educacional, é mais do que necessário.
Gustavo Brant é executivo de negócios com 20 anos de experiência no segmento de tecnologia. Como vice-presidente de vendas da DocuSign na América Latina, é responsável por desenvolver novos negócios e implementar estratégias de vendas para impulsionar o crescimento da companhia, além de desenvolver e executar planos operacionais para aumentar a penetração da DocuSign em novos mercados. Com formação em Administração de Empresas pela PUC-SP e especialização em Marketing e
*Brant acumula em seu currículo passagens por multinacionais como Oracle, IBM, Dell, SAP, dentre outras.
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