Retrospectiva 2022: Como foi o ano para a tecnologia?
2 de janeiro de 2023O Instituto Nacional de Padrões e Tecnologia dos EUA finalmente lançou quatro algoritmos, desenvolvidos por pesquisadores externos
Por Adriano da Silva Santos
Todos os números apontam para um dos piores anos para o setor de tecnologia em mais de uma década.
Colapsos de ações, implosões de cripto, interrupções na cadeia de suprimentos, congelamento de financiamento de startups e ainda por cima ataques hackers, que com toda certeza, farão muitos querer esquecer 2022.
No entanto, do outro lado, também surgiram uma série de grandes desenvolvimentos que prepararam o cenário para um futuro mais promissor.
Quando o relógio tocar anunciando o próximo ano, a Nasdaq, uma das gigantes em tecnologia, terá registrado um de seus maiores declínios anuais em pelo menos 14 anos.
Outros prejudicados foram os apostadores de criptomoedas, que viram não apenas os clientes de empresas, como as corretoras e a própria stablecoin TerraUSD/Luna sofrerem quedas acentuadas.
Essa turbulência, que está ligada ao aumento das taxas de juros, à desaceleração da economia global e às ressacas pós-COVID, que atingiram uma infinidade de empresas de tecnologia, desde grandes nomes como Google e Facebook, que cortaram funcionários, até startups que podem não sobreviver mais um ano.
Contudo, existem algumas notícias positivas também e novas apostas devem se concretizar em 2023. Uma delas é o pós-quântico, que deve ficar mais seguro.
Em algum momento nas próximas décadas, um novo paradigma na computação se tornará viável.
Em vez de fazer cálculos em unidades binárias (bits), os sistemas funcionarão em blocos mais complicados chamados bits quânticos (qubits).
Os cientistas da computação estão entusiasmados com a possibilidade de máquinas mais poderosas e eficientes.
Por outro lado, os pesquisadores de segurança estão reticentes, visto que isso significa que as abordagens criptográficas, que mantêm os dados seguros, podem ser quebradas.
Qualquer coisa armazenada hoje, de senhas a números de cartão de crédito, pode ser descriptografada no futuro por um computador quântico que ainda não foi inventado, mas está bem mais próximo de ser.
Em julho, o Instituto Nacional de Padrões e Tecnologia dos EUA finalmente lançou quatro algoritmos, desenvolvidos por pesquisadores externos, “que são projetados para resistir ao ataque de um futuro computador quântico”.
Sem essas salvaguardas, a comunidade em geral – de empresas financeiras a empresas de internet – carece de garantias de que os sistemas que estão implementando agora, serão seguros no futuro. Portanto, é algo a se atentar e ficar ligado para os meses que virão.
Além disso, acredita-se que possa haver um investimento ainda maior em máquinas inteligentes, vários sistemas de inteligência artificial chegaram às manchetes em 2022 por sua estranha capacidade de parecer humano.
As ferramentas de escrita desenvolvidas estão cada vez mais aptas a responder perguntas, criar poesia e escrever código e imagens. Isso deve avançar ainda mais!
Em relação à crise de credibilidade das criptomoedas, apesar de todos os fatores impeditivos que rondavam 2022 – não devemos esquecer que milhares de pessoas perderam toneladas de dinheiro e as vítimas são numerosas demais até para se contar – porém, há semelhanças estranhas com o estouro da pontocom duas décadas atrás, que abriu caminho para um período de vasta inovação, como pagamentos online e software de comunicação, que realmente melhoraram a vida de bilhões em todo o mundo.
Ou seja, há uma boa chance de que este último crash resulte em empreendedores focados em negócios que tenham valor prático.
Não poderia deixar de citar a transação do ano, a compra do Twitter. O bilionário, Elon Musk incendiou os noticiários ao decorrer do ano com a polêmica aquisição da rede social.
Em 2023, veremos o decorrer desta novela. Na verdade, provavelmente ainda em alguns anos. Todavia, a aquisição e desmontagem do serviço de mídia social voltou a atenção para um punhado de alternativas que futuramente poderão acabar se tornando soluções para que as plataformas de redes sociais sejam mais amigáveis e tolerantes no compartilhamento de informações e opiniões.
Qualquer que seja o futuro do Twitter, espera-se que o mundo esteja melhor, com discussões e debates envolvendo liberdade e o papel dos grandes players na intermediação de todo esse universo.
Sobre Adriano da Silva Santos
O jornalista e escritor, Adriano da Silva Santos é colunista colaborativo do Crypto ID. Formado na Universidade Nove de Julho (UNINOVE). Reconhecido pelos prêmios de Excelência em webjornalismo e jornalismo impresso, é comentarista do podcast “Abaixa a Bola” e colunista de editorias de criptomoedas, economia, investimentos, sustentabilidade e tecnologia voltada à medicina. Adriano Silva (@_adrianossantos) / Twitter Adriano Silva | LinkedIn
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