Prognósticos de cibersegurança para 2020 segundo Kaspersky
6 de dezembro de 2019As principais ciberameaças em 2020, de acordo com a Kaspersky
Manipulação da opinião pública via redes sociais, ataques “humanitários” contra sistemas financeiros e o ressurgimento de ransomware direcionados são os destaques previstos para a América Latina
Dezembro de 2019
De acordo com os especialistas da Kaspersky, empresa global de cibersegurança, o ano de 2020 deve testemunhar o retorno do ransomware direcionado a cadeias de suprimentos, pois eles se provaram muito lucrativos e com maior retorno para os criminosos. Além disso, a situação social em vários países da América Latina deve impulsionar o uso de redes sociais para a manipulação da opinião pública e desinformação. A companhia ainda prevê que ataques desenvolvidos por grupos locais especializados em ciberameaças, e daqueles baseado em outros países, mas com foco na América Latina, aumentarão o desafios da segurança, inclusive, em países onde os incidentes avançados são visto hoje como algo menos importante.
A Kaspersky desenvolveu os prognósticos de 2020 para a América Latina com base na expertise de seus especialistas e a partir de análises feitas ao longo deste ano. As indicações devem ajudar tanto empresas quanto usuários finais a entender os desafios da segurança que podem enfrentar nos próximos meses e a se preparar para cada um deles.
Confira abaixo a lista completa dos prognósticos de cibersegurança para 2020:
- Manipulação de opinião pública via redes sociais. Durante o próximo ano, os usuários acompanharão ainda mais exemplos do uso de redes sociais para a propagação de campanhas com o objetivo de desinformar e manipular a opinião pública. Embora já tenham sido registrados casos relacionados a esse assunto, ainda não há investigações sobre os principais atores envolvidos, tampouco uma indicação concreta de como eles usam os meios de comunicação para divulgar “notícias”. O nível de orquestração de tais ataques alcançará uma sofisticação proeminente.
- Infecções por ataques às cadeias de fornecedores. Empresas de software populares da região se tornação alvos deste ciberataque. O nível de maturidade em cibersegurança de muitas dessas companhias, como softwares de contabilidade, é bastante baixo. No entanto, tendo em vista que a penetração desses programas geralmente é elevado, ataques a este nicho têm um alto impacto – porém, para os criminosos, o investimento é mínimo.
- Worms irão se aproveitar das vulnerabilidades no Windows 7. Como o suporte técnico deste sistema termina em 14 de janeiro do próximo ano e, de acordo com a Kaspersky, cerca de 30% dos usuários da região ainda o usam diariamente, os cibercriminosos devem aproveitar de suas brechas de segurança sem correções para atacar seus usuários, assim como aconteceu com o Windows XP.
- Roubo de senhas de sites de entretenimento. Com a crescente popularidade dos serviços de streaming (Netflix, Spotify, Steam) e o lançamento de novos serviços (Disney +, HBO Max), fica claro que esse tipo de crime aumentará, pois as senhas vendidas em mercados ilegais serão um bom negócio entre os cibercriminosos.
- Mais golpes relacionados ao bitcoin. Não apenas haverá um aumento nos ataques conhecidos como “sextorption”, onde a vítima é acusada de ter visto material pornográfico em seu computador e é ameaçada com a possibilidade de ser exposta, mas também outros golpes mais elaborados com o intuito de angariar fundos por meio de phishing direcionados a usuários de sites de compra, venda e troca de criptomoedas.
- Mais ataques a instituições financeiras. Insatisfeitos com os ataques apenas a clientes de serviços financeiros, os cibercriminosos agora procuram comprometer os próprios bancos ou qualquer instituição que ofereça esse tipo de serviço, como correspondentes ou hubs de transações, como observado recentemente no Brasil, México e Chile. Esses tipos de ataques continuarão na América Latina, realizados por grupos de cibercriminosos locais e internacionais, como o “Lázarus” e “Silence”, que aumentarão sua presença na região.
- Ressurgimento do ransomware e ataques mais direcionados. No próximo ano, ao invés de exigir dinheiro para decifrar as informações, veremos um aumento nas campanhas de extorsão em que a vítima será forçada a pagar um resgate para que suas informações não sejam expostas publicamente. Isso será particularmente problemático para hospitais, escritórios de advocacia e contadores, bem como qualquer tipo de entidade que lide com informações de terceiros sujeitas à regulação. Além disso, certos grupos de cibercriminosos escolherão alvos de alto perfil, nos quais o impacto do ataque e sua repercussão na imprensa poderão comprometer a operação e a reputação das organizações afetadas.
- Expansão do SIM Swapping como serviço na América Latina. Os criminosos oferecerão a clonagem de uma linha telefônica específica para que outras pessoas possam realizar atividades ilegais, como roubo de identidade ou obter acesso a sites financeiros com o objetivo de roubar o dinheiro da vítima.
- Exportação “humanitária”. Os ataques deste tipo serão direcionados a instituições financeiras e seus clientes, relacionados à migração e deslocamento na região de pessoas por várias razões. Esses cenários trarão novos desafios, mesmo para países onde o cibercrime de alto nível é quase inexistente.
- Expansão de ataques de chantagem. Destinados à empresas e grandes corporações e motivado pela adoção das novas legislações que criminalizam incidentes de vazamento de dados. Essas leis, inspiradas no GDPR européia, estão sendo adotadas em toda a América Latina, com o objetivo de aplicar penalidades severas às empresas que deixam expostos os dados pessoais de clientes e colaboradores. Como resultado, os criminosos, ao invadir uma infraestrutura corporativa (e roubar dados), lançam ataques de chantagem às empresas vítimas, que terão que escolher entre pagar a penalidade imposta por lei ou pagar ao criminoso, causando perdas diretas às empresas da região.
“O ano de 2019 confirmou a relevância da cibersegurança, especialmente em ambientes corporativos, registrando vários vazamentos significativos de dados após ataques a empresas, vulnerabilidades em aplicativos de mensagens instantâneas e infecções por ransomware para governos municipais e entidades críticas”, afirma Dmitry Bestuzhev, diretor da equipe de pesquisa e análise para a América Latina na Kaspersky. “Para 2020, prevemos um aumento desses tipos de ataques na região, especialmente aqueles com maior potencial de impacto na reputação da empresa afetada, bem como no número de pessoas atingidas. Isso também impulsionará a expansão de crimes que não foram implantados em toda a região, como a SIM Swap e certos tipos de golpes financeiros, realizados não apenas por cibercriminosos locais, mas por agentes internacionais atuantes na América Latina”, destaca o executivo.
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