Plataforma da APM em parceria com a ANS centraliza informações de Saúde do idoso
29 de maio de 2017APM é parceira na iniciativa da ANS que racionaliza os gastos e otimiza o tratamento de pacientes por meio da unificação dos dados em uma plataforma digital, com nível de segurança da informação similar a dos bancos
A Caderneta de Saúde dos Idosos e o Portal de Saúde do Cidadão, ambos do Sistema Único de Saúde, também serviram de inspiração
Programa criado pela Associação Paulista de Medicina a Agência Nacional de Saúde Suplementar permitirá reduzir custos da saúde e a espera pelo atendimento.
Visando promover um cuidado totalmente integrado e com maior resolubilidade – por meio do compartilhamento de dados entre os profissionais da Saúde – que permite otimizar os custos de saúde e racionalizar o fluxo de atendimento, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), em parceria com a Associação Paulista de Medicina, prepara o lançamento do projeto Idoso Bem Cuidado, que começou a ser discutido em abril de 2016. Trata-se da centralização das principais informações de saúde dos idosos em um sistema eletrônico que facilita o acesso de profissionais em toda a rede privada, com segurança máxima e permissão do paciente.
“Sabemos que o idoso é um tipo de beneficiário que consome muitos recursos da Saúde, com histórico médico em geral muito grande e que, geralmente, está desorganizado. O paciente eventualmente passa por diversos especialistas, porém, muitas vezes, eles não conversam nem compartilham informações. Em outros casos, o médico precisa de uma informação específica de um exame que o idoso não levou para a consulta, por exemplo. Ou seja, quando não se tem toda a relação de dados, o prejudicado pode ser o próprio usuário, que não terá o tratamento completo, com a rapidez adequada”, explica o diretor de Tecnologia de Informação da APM, Antônio Carlos Endrigo.
No programa Idoso Bem Cuidado, cabe à Associação Paulista de Medicina desenvolver o portal e o aplicativo com as informações mínimas de saúde do idoso e sensibilizar os médicos sobre a importância de utilização do registro eletrônico compartilhado.
O médico tem uma resistência grande em dividir informações, e com razão, porque ele lida com dados sensíveis dos pacientes. Entretanto, hoje há sistemas de informação com softwares altamente seguros. E o próprio paciente, nesse caso o idoso, definirá quais os profissionais que poderão ter acesso às informações e a qual conteúdo”, reitera Endrigo.
O Conselho Federal de Medicina, em parceria com a Sociedade Brasileira de Informática em Saúde (SBIS), publicou uma resolução normativa que certifica os softwares que adotam todos os requisitos necessários de segurança.
Parceria e piloto
A preocupação com a inovação tecnológica, a estreita relação com seus associados e o empenho da APM em participar dos projetos da ANS – sendo uma das intuições mais presentes nos grupos de discussões promovidos pela Agência – foram decisivos, segundo o diretor de TI, para a parceria nessa iniciativa.
A Associação Paulista de Medicina assinou um termo de compromisso com o órgão regulador comprometendo-se a organizar um grupo de trabalho com empresas vinculadas ao ramo da tecnologia para o desenvolvimento do ambiente tecnológico. Na plataforma, estarão todas as informações do paciente que poderão ser compartilhadas entre serviços médicos, hospitais, laboratórios e outros profissionais da Saúde. Acredita-se que mais de mil idosos participarão dos testes, número suficiente para análise.
A ideia é que, no momento de espera da consulta, o paciente receba um comunicado por celular via SMS pedindo autorização para que haja transferência de suas informações para o outro especialista médico ou demais profissionais da Saúde. Se disser sim, automaticamente os dados resumidos de consultas anteriores vão para o prontuário do especialista.
Ao todo, 100 instituições se inscreveram para participar voluntariamente do projeto piloto para implementação do modelo de atendimento. Dessas, a ANS selecionou 50 operadoras e 14 prestadores de serviços em todo o País, cujas propostas são focadas, sobretudo, na atenção básica e no atendimento primário do idoso. A conclusão do piloto está prevista até o começo do próximo semestre.
O Idoso Bem Cuidado se baseia em projetos bem-sucedidos como o ‘Parto adequado’, implantado em 2015, uma iniciativa conjunta entre ANS, Hospital Albert Einstein e Institute for Healthcare Improvement, com apoio do Ministério da Saúde, que favoreceu a redução de cesarianas sem indicação clínica ou possíveis casos adversos.
O futuro almejado é unificar as plataformas pública e particular de informação, segundo o diretor de TI, e estender para outras áreas de atendimento, como a pediatria etc.
A ideia é que, no momento de espera da consulta, o paciente receba um comunicado por celular via SMS pedindo autorização para que haja transferência de suas informações para um outro especialista médico em questão, ou demais profissionais da Saúde. Se o paciente disser sim, automaticamente informações de consultas anteriores ficarão disponibilizados para acesso em hospitais, laboratórios e profissionais da Saúde.