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O que está por trás dos recentes movimentos de IBM, Amazon e Microsoft sobre reconhecimento facial?

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Nesta semana três gigantes de tecnologia – IBM, Amazon e Microsoft – anunciaram restrições à disponibilização de seus produtos de reconhecimento facial em meio aos protestos pela morte do americano George Floyd

Por Igor Rocha

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Igor Rocha – Pioneiro no mercado de certificado digital e consultor independente.

A tecnologia não teve nenhuma relação direta com o incidente, embora tem sido utilizada intensivamente pela polícia para vigilância e identificação de suspeitos.

O principal argumento utilizado para justificar as restrições foi uma limitação da tecnologia, que atualmente apresenta maior imprecisão na identificação de pessoas com tom de pele escuro, o que pode resultar em viés racial pela dificuldade no processamento de imagens de afro-americanos.

Ao que parece, em verdade, o caso George Floyd serviu como deixa para que as empresas assumissem um posicionamento mais cauteloso em relação ao uso do reconhecimento facial, em particular, para finalidades de vigilância, que já estavam sob intenso questionamento da sociedade em diversas partes do mundo.

Há uma grande diferença entre utilizar a biometria facial em um smartphone ou em um terminal de autoatendimento para autenticar uma transação bancária e ser monitorado por câmeras de vigilância enquanto caminha pela rua ou mesmo quando está em um centro de compras, como um shopping center.

No primeiro caso há plena consciência da finalidade e controle por parte do cidadão. Já no segundo os objetivos, via de regra, não são totalmente claros e quando o são, os benefícios para as pessoas são no mínimo controversos.

Um exemplo emblemático é o da China com seu onipresente sistema de monitoramento por câmeras que potencializa o chamado “score social”, visto por muitos como instrumento de controle e inibidor de liberdades individuais.

Se a diferença entre o remédio e o veneno é a dose, importante também sabermos dosar a tecnologia. Diante do risco de causar um dano maior do que o benefício esperado, melhor mesmo dar um passo a trás para poder seguir depois, com a certeza de um melhor caminho.

Fonte: Linkedin

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