Na nuvem, longe da mente: três conclusões da lacuna de percepção de armazenamento de dados de segurança e sustentabilidade da Geração Z
8 de agosto de 2023Os líderes de TI passam o dia pensando nos dados em nuvem, desde como economizar no armazenamento até se proteger contra ransomware
Por Gustavo Leite
Por outro lado, a maioria dos consumidores não pensa duas vezes sobre armazenamento e manutenção de dados. Mesmo os consumidores da Geração Z, um grupo demográfico digitalmente nativo mais jovem, não são muito melhores.
Muitos deles mantêm contas online não utilizadas e dados associados sem pensar nos riscos de proteção de dados, impacto ambiental e custos financeiros do armazenamento digital.
No início deste ano, uma pesquisa com mais de 13.000 consumidores, incluindo 1.000 no Brasil, examinou alguns de seus hábitos de dados digitais e o que eles sabem sobre as implicações ambientais do armazenamento de dados.
Aqui estão três principais conclusões dos dados e como os líderes e consumidores de TI podem tornar a proteção de dados e a sustentabilidade uma prioridade.
À medida que o armazenamento de dados cresce exponencialmente, também aumentam o impacto ambiental e os riscos de segurança
Espera-se que o tamanho dos dados em tempo real na esfera de dados global aumente dez vezes — de cinco zettabytes para 51 zettabytes — entre 2018 e 2025.
A maior parte disso são dados corporativos. E quando uma média de 50% dos dados de uma empresa são redundantes, obsoletos ou triviais, e outros 35% são obscuros, ou seja, têm valor desconhecido, as possíveis repercussões de armazenar essa vasta quantidade de dados superam os benefícios.
Além do custo financeiro do armazenamento, os dados têm um grande impacto na pegada de carbono de uma organização. Mais dados significa mais energia usada para armazenamento de dados, levando a mais emissões de CO2.
Mais dados e contas de clientes online também significam uma pegada digital maior, o que expõe empresas e indivíduos a maiores riscos de segurança cibernética e conformidade de dados.
Existe um risco ainda maior quando se trata de contas não utilizadas, que os consumidores têm em abundância – 60% dos entrevistados da Geração Z têm contas online que não usam mais.
Desses, quatro quintos (80%) relatam ter contas de entretenimento e compras que não usam mais e quase três quartos (71%) relatam ter uma conta bancária online que não usam mais.
Se um indivíduo ignorar contas inativas que contêm informações financeiras ou outras informações confidenciais e suas senhas forem comprometidas, ele poderá sofrer uma violação de dados e nem saber disso.
A geração Z não percebe o papel que desempenha na poluição do armazenamento de dados
Embora o impacto ambiental do gerenciamento de dados corporativos mais amplo esteja sob constante escrutínio, a pesquisa descobriu que os consumidores da Geração Z não estão cientes de como seus próprios hábitos digitais se relacionam com isso e podem impactar negativamente o meio ambiente.
Na verdade, 51% dos consumidores da geração Z falharam em reconhecer que as versões eletrônicas de seus extratos relacionados à conta e outras informações digitais armazenadas desnecessariamente têm um impacto ambiental negativo.
Para o consumidor médio, é fácil esquecer que os data centers são movidos principalmente a combustíveis fósseis e geram aproximadamente a mesma quantidade de CO2 que o setor aéreo.
A maioria dos esforços de sustentabilidade concentra-se em conceitos gerais de redução de energia ou na opção por materiais mais sustentáveis para reduzir as pegadas de carbono, portanto, não é de surpreender que muitos consumidores desconheçam as implicações ambientais do armazenamento de dados associados às suas próprias contas online.
As organizações devem planejar adequadamente essa lacuna de conhecimento e implementar estratégias de desduplicação para os dados do cliente para minimizar com eficiência os dados redundantes armazenados na nuvem.
Onde está a responsabilidade? Educar os clientes para alinhar as expectativas e transmitir as melhores práticas
Quase metade (44%) dos entrevistados da Geração Z crê ser errado que as empresas desperdicem energia e causem poluição armazenando informações desnecessárias online.
Mas, tendo em mente a propensão dos consumidores em manter contas online não utilizadas, a responsabilidade recai sobre os consumidores de excluir suas contas inativas e informações desnecessárias, e as organizações de limpar quaisquer dados de consumo redundantes, obsoletos ou triviais de seus armazenamentos e backups de dados.
Armazenar dados desnecessários na nuvem aumenta as pegadas de carbono e os riscos de proteção de dados para organizações e indivíduos, por isso é importante que todos estejam cientes do papel que desempenham na criação e redução de dados não otimizados na nuvem.
Para fazer isso, as organizações devem armar seus clientes com os fatos e delinear as melhores práticas de gerenciamento de dados pessoais em termos simples.
O uso de infográficos e recursos visuais pode facilitar a compreensão dessas informações para aqueles com formação e conhecimento técnico limitados.
As organizações também devem enviar lembretes aos usuários que não estão ativos há mais de um ano para fechar todas as contas não utilizadas e excluir todos os dados obsoletos, observando a proteção de dados positiva e os impactos ambientais que isso pode ter.
Agora é a hora de abordar as estratégias de gerenciamento de dados
Os consumidores continuarão a examinar de perto as práticas de sustentabilidade das organizações e, com o passar do tempo, tornar-se-ão cada vez mais conscientes da proteção de dados e dos riscos de segurança.
Se uma organização não priorizou técnicas para reduzir o armazenamento desnecessário na nuvem e retransmitiu a importância desse assunto para os consumidores, agora é a hora de começar.
Com os inúmeros benefícios de simplificar o armazenamento de dados, incluindo custos reduzidos, melhores resultados ambientais e maior preparação para ataques de ransomware, toda a empresa ganhará com uma revisão das práticas inadequadas de gerenciamento de dados.
Sobre o autor
Gustavo Leite é vice-presidente para América Latina da Veritas Technologies
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