Mutualidade entre 5G e Edge Computing no cerne das experiências tecnológicas
11 de maio de 2022A Edge Computing pode fornecer aos desenvolvedores um ambiente para criar os aplicativos 5G que não existem hoje
Por Adriano da Silva Santos
Tipicamente focada na habilitação de melhores produtos, a transformação digital está tendo um papel chave, sendo a principal responsável pela implementação de novos serviços, experiência ou modelos de negócios.
Não obstante, a nova era digital tem sido um desafio para as empresas, reconfigurando a forma como as empresas interagem com seus clientes, e mudando os processos e métodos de gerenciamento de seus empreendimentos.
Com o desenvolvimento de tecnologias virtuais, o sistema clássico de fazer business tem sido interrompido, à medida que as indústrias desbloqueiam potenciais através da adoção do ambiente tecnológico.
Nessa estrutura, as empresas estão procurando atualmente reconstruir sua abordagem, aproveitando dispositivos e aplicativos inovadores para criar processos inovadores. Essas marcas rapidamente começaram a procurar ferramentas que pudessem agregar facilidade e otimização aos seus processos diários, e desde o início da pandemia – dado no Brasil em meados de março de 2020, a demanda por inovação tecnológica aumentou 46,7% entre as organizações de todos os setores, segundo a Statista.
De acordo com a própria plataforma, somente em 2022, os gastos com transformação digital (DX) devem chegar a 1,8 trilhão de dólares e, até 2025, os gastos globais de transformação digital devem chegar a 2,8 trilhões de dólares.
Esses dados de aumento dos gastos não surpreendem, pois há uma infinidade de novos dispositivos e aplicativos disponíveis, com protótipos chegando ao mercado a cada dia que passa.
No entanto, de todas as inovações tecnológicas, um estudo conjunto recente do Google Cloud e da Omidia descobriu que os dois que estão crescendo em um ritmo acelerado entre as empresas são a computação de borda, ou Edge computing e o 5G, bem como seus equipamentos associados.
Adentrando esse cenário, nota-se que o 5G é mais do que apenas largura de banda e latência; trata-se de virtualização e compartilhamento. Os dois itens permitem que os aplicativos em execução tanto na nuvem quanto no limite, otimizem economicamente a capacidade e o desempenho da rede.
Portanto, isso requer uma mudança fundamental para as operadoras em sua abordagem de vender e apoiar ecossistemas de aplicativos, ao mesmo tempo em que olham além das limitações em termos de cobertura e throughput de suas próprias redes.
É importante perceber que ambas as tecnologias, embora relativamente novas no cenário empresarial, já se tornaram comuns entre as organizações de todas as indústrias.
A computação de borda, que é definida como ” uma parte de uma topologia de computação distribuída na qual o processamento de informações está localizado perto da borda, onde coisas e pessoas produzem ou consomem essa informação”, foi adotada rapidamente graças à sua capacidade de oferecer menos latência, custo reduzido e maior desempenho.
Conforme o estudo do Google Cloud e da Omidia, a vantagem deve crescer, já que 7 em cada 10 empresas devem investir na borda nos próximos 12 meses. Além disso, 70% de todas as empresas esperam gastar US $100.000 ou mais no limite durante os primeiros 24 meses de implantação, com cerca de um quarto de todas as indústrias se preparando para gastar US $1 milhão ou mais.
A pesquisa de mercado ecoa isso, já que o tamanho global do mercado de computação de borda multifaces deve atingir US $23,36 bilhões até 2028, exibindo um CAGR de 42,6% no período previsto.
O ascendente crescimento da computação de borda pode ser atribuído ao aumento de eficiência que oferece aos trabalhadores remotos e em campo, bem como à conformidade aprimorada, dando às empresas a capacidade de identificar e corrigir problemas mais rapidamente.
Verdadeiramente, no entanto, as empresas estão se voltando para o limite para os insights otimizados, pois a tecnologia permite que as empresas acessem dados situacionais em tempo real e inteligência para melhorar a tomada de decisões e a resposta.
Todavia, no levantamento supracitado descobriu-se que um terço das empresas dizem que a computação de borda é simplesmente parte de uma iniciativa de transformação digital em toda a empresa, que também engloba a adoção do 5G.
Para a tecnologia sem fio de quinta geração, a velocidade potencial de 20 Gbps é um atrativo significativo, porém sua baixa latência de 1 milissegundo ou menos, e sua capacidade de suportar taxas de dados de vários gigabits têm sido ainda mais atraentes para aplicações corporativas.
O relatório ainda trata sobre a questão da impulsão na adoção do 5G e o quão bem ele combina com a borda, à medida que as empresas começam a usar uma combinação das duas tecnologias para obter os melhores resultados. Oito em cada dez empresas acreditam que a disponibilidade do 5G é altamente importante para se beneficiar da computação de borda.
O mercado de aplicações habilitadas para 5G está crescendo rapidamente, como realidade aumentada, IoT em massa, robótica, AUVs/drones e outros dispositivos. Isso torna a uníssono do 5G dez vezes mais rápidas velocidades e a latência reduzida da borda, trazendo recursos de computação para a rede críticos para empresas que buscam acompanhar os avanços digitais.
Além disso, a Edge Computing pode fornecer aos desenvolvedores um ambiente para criar os aplicativos 5G que não existem hoje, abrindo caminho para mais uma rodada de inovações. A borda física é um lugar extremamente complexo e variado, na qual a quantidade de dados gerados e atuando em tempo real — devido à IoT e ao vídeo — é maior por vários fatores do que o atual ecossistema de nuvem orientado por aplicativos.
A nuvem escalou e teve sucesso economicamente porque era e é um meio compartilhado em cada camada. O 5G e a computação de borda (ou nuvem de borda) provavelmente escolherão este modelo para lidar com a complexidade e quantidade de dados gerados.
Infelizmente, por mais benéfico que a adoção de borda e 5G possa ser para as empresas, o processo não vem sem seus obstáculos. O estudo constatou que os principais desafios para os fabricantes que buscam implementar o 5G e a Edge Computing incluem eficiência operacional, produtividade dos funcionários, segurança e habilidades. Pelo menos 40% têm apenas um site habilitado para borda, mas 61% se expandiram, provavelmente para cinco sites ou menos. Contudo, quase 40% acreditam que uma rede 5G privada é essencial para usar a borda.
No geral, as dificuldades de implantação à parte, ambas as tecnologias continuarão a crescer e desempenharão um papel importante na sociedade à medida que as empresas se aventurarem ainda mais em uma nova era digital.
Esse procedimento torna a adoção da borda, do 5G ou alguma combinação de ambos, essencial para os empreendimentos que desejam acompanhar tanto a concorrência quanto às demandas dos consumidores.
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