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Líder de TI revela como a TI ajudou a melhorar os trabalhos dos ministros do STF

8 de outubro de 2010

por Roberta Prescott
InformationWeek Brasil
08/10/2010

Durante painel no IT Forum +, Lúcio Melre da Silva contou o processo e a governança de TI que sustentam o Supremo Tribunal Federal

Em 2007, os 11 ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) tinham de julgar 120 mil processos, um número que, até 30 de setembro deste ano, havia caído para 30,7 mil. Por trás desta redução há um trabalho para que cheguem ao STF apenas os casos que realmente necessitem de tal julgamento. E a TI está envolvida neste processo. “A tecnologia da informação serviu como suporte da criação dos institutos de repercussão geral (que elege o quais processos serão apreciados pelo plenário do STF) e de súmula vinculante”, conta o líder de tecnologia da informação do Supremo Tribunal Federal.

A Emenda Constitucional número 45 criou os institutos e a TI os tornou realidade. Atualmente, tudo tramita eletronicamente, da manifestação dos ministros às decisões. Tal realidade, contudo, não seria possível sem a adoção de processos de governança de TI. Entre 2007 e 2008, a TI do STF deparou-se com a necessidade de melhorar a prestação jurisdicional, de julgar os processos mais rapidamente, de ter uma comunicação eletrônica de atos processuais, um Diário de Justiça eletrônico, de contar com tratamento jurídico para documentos virtuais, o que culminaria na implantação do sistema de processos eletrônicos – repercussão geral – e, consequentemente, daria à TI mais credibilidade de TI.

O processo de governança de TI começou a ser adotado em 2008 e se estendeu até o ano seguinte. Melre seguiu cinco etapas para inserir governança no tribunal. Primeiro, em 2008, foi feita uma avaliação do cenário. Assim, identificaram-se os pontos de melhorias e o que deveria ser priorizado. A etapa seguinte foi a elaboração do plano estratégico da TI (Peti) e, na sequencia, sua implementação. Desde então, as etapas de reavaliação do Peti e sustentação e evolução são realizadas periodicamente. “É um processo continuo”, revela. Hoje, existe um comitê de governança de TI.

O caso foi contado durante painel Intercâmbio de Ideia na segunda edição do IT Forum +, que ocorre de 7 a 10 de outubro, na Praia do Forte, na Bahia. O STF tem orçamento anual médio de TI, entre investimento e custeio, na casa dos R$ 18 milhões. Melre está há três anos no STF, mas é funcionário do Superior Tribunal de Justiça – ele foi cedido para exercer função de secretário de TI no STF. Anteriormente, ele foi secretário de TI do STJ e do conselho da justiça federal.

Metodologia

Todo o processo de implementação da governança de TI foi feito com base no framework Cobit, que, como lembra Melre, diz o que precisa ser ajustado, mas não o como. Dos 32 processos do Cobit e 210 objetivos de controle, o STF priorizou a definição do planejamento estratégico de TI, o gerenciamento do investimento de TI, a avaliação e gestão dos riscos de tecnologia, o gerenciamento dos projetos, a aquisição e manutenção da infraestrutura tecnológica e a instalação e validação de soluções e mudanças.

Entre os fatores críticos, o CIO evidencia o comprometimento da alta administração e dos gestores, sem o qual nada pode ser executado. Além disto, ele pontuou o trabalho em equipe, a transparência na comunicação e motivação, a mediação de desempenho e as iniciativas de sustentabilidade, por meio da criação do comitê. “Como o ciclo de gestão é bianual, a cada dois anos muda o presidente, tivemos de trabalhar fortemente para a compreensão de todos da importância da GTI”, salienta Melre, que enumera também a reversão da cultura do apagar incêndio e o tempo de planejamento como dificuldades enfrentadas durante o processo.

O cenário atual agrada ao líder de TI. “O trabalho de governança em evolução sempre. Neste ano, fizemos novamente o diagnóstico de maturidade, que mostrou pontos a evoluir e também priorizamos alguns processos. O mais importante de tudo são as pessoas, pois depende delas o processo. Elas têm de se sentir participantes e não somente executoras.”

Fonte: Líder de TI revela como a TI ajudou a melhorar os trabalhos dos ministros do STF – 08/10/2010 – IT Web – Notícias

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