LCNC: Simplificar a programação, pode possibilitar buracos na cibersegurança
5 de setembro de 2022As ferramentas LCNC (Low-code/no-code) podem preencher a lacuna entre a experiência do desenvolvedor e as necessidades de negócios, criando uma classe de não programadores
Após mais um ano de trabalho remoto induzido pela pandemia, os departamentos de TI sentem a crise da crescente demanda por habilidades de codificação, juntamente com menos desenvolvedores disponíveis no pool de talentos.
Em meio à escassez global de mão-de-obra, há uma preocupação particular com a falta de talentos especializados em ciência de dados, que muitos executivos veem como fundamental para sustentar a rentabilidade.
Organizações sobrecarregadas recorrem a soluções de IA, que prometem integrar poderosos recursos de dados em plataformas fáceis de usar para profissionais de negócios.
As ferramentas LCNC (Low-code/no-code) podem preencher a lacuna entre a experiência do desenvolvedor e as necessidades de negócios, criando uma classe de não programadores.
As taxas de adoção do LCNC estão aumentando a cada ano.
Uma pesquisa da Gartner projeta que 65% do desenvolvimento de aplicativos será de baixo código até 2024.
A vantagem mais crítica que as ferramentas LCNC fornecem é sua capacidade de habilitar aqueles sem um profundo conhecimento em codificação ou até mesmo, liberar tempo para cientistas de dados enfrentarem desenvolvimentos mais complexos.
Contudo, embora existam casos de uso simples que os não programadores podem pilotar, como a automação robótica de processos, as ferramentas LCNC têm seus limites.
As empresas precisam estar cientes dessas limitações para fazer uma avaliação clara sobre se as ferramentas LCNC oferecerão um retorno sobre os seus investimentos.
O desafio para as empresas é encontrar um equilíbrio entre os limites e os benefícios dessas tecnologias.
Esses recursos de código são projetados principalmente para facilitar o uso, no entanto, essa eficiência vem ao custo de possíveis retrocessos de desempenho.
Para se ter uma noção, às vezes, as ferramentas código baixo ou sem código não têm o desempenho que as personalizações proporcionam.
No momento em que os desenvolvedores têm o poder de ajustar todos os aspectos dos programas que escrevem, eles podem arrancar o seu melhor.
Além do fato de que, plataformas desse tipo muitas vezes não têm o poder de processamento em cibersegurança de programas mais complexos.
Essas medidas de segurança digital limitadas podem deixar as organizações mais vulneráveis a bugs e outras ameaças virtuais.
Outro ponto é que as plataformas LCNC também têm baixa visibilidade de código, o que é crucial para os desenvolvedores identificarem e mitigarem preventivamente problemas de segurança antes que ocorra uma violação significativa.
Para usuários menos experientes, as diferenças de desempenho e segurança provavelmente não serão notadas; no entanto, aqueles com mais expertise provavelmente estarão muito mais conscientes dos seus riscos.
Portanto, é crucial que antes de implementar essas ferramentas, as organizações devem considerar como as compensações no desempenho afetarão os usuários finais.
Apesar de qualquer pessoa poder utilizar esses recursos para otimizar os fluxos de trabalho, há um equívoco de que eles não requerem nenhum conhecimento técnico ou de codificação.
Em síntese, sem uma linha de base de conhecimento, as organizações que usam esses procedimentos são limitadas às personalizações e ajustes personalizados que podem fazer para ajustar a saída e funcionalidade de suas plataformas.
Entretanto, da mesma forma, uma vez que a tecnologia Low Code é habilitada, funcionários ou profissionais devem trabalhar dentro de restrições apertadas e específicas da plataforma quando surgem problemas.
Ferramentas com limitações produzirão resultados limitados, e a menos que se gerencie expectativas, profissionais da área e não-programadores podem ficar frustrados com isso.
Aqueles com menos experiência são improváveis de desbloquear recursos avançados e por outro lado, aqueles com mais experiência serão limitados a atividades um pouco básicas.
Ou seja, é crucial que as organizações analisem e considerem o que esperam realizar para obter melhores resultados.
Questões como qual o nível de conhecimento de domínio necessário ou se estão usando inputs de qualidade são perguntas que devem ter respostas antes da implementação de qualquer modelo tecnológico empresarial.
Mesmo que isso não transforme especialistas em domínios em desenvolvedores — nem torne os desenvolvedores especialistas em domínios — pode ajudar a fechar lacunas.
As empresas que adotam aplicativos desse tipo para resolver brechas quanto a mão de obra qualificada, podem inadvertidamente sobrecarregar suas equipes de TI já esticadas se não souberem ou não levarem em conta esses fatores.
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Sobre Adriano da Silva Santos
O jornalista e escritor, Adriano da Silva Santos é colunista colaborativo do Crypto ID. Formado na Universidade Nove de Julho (UNINOVE). Reconhecido pelos prêmios de Excelência em webjornalismo e jornalismo impresso, é comentarista do podcast “Abaixa a Bola” e colunista de editorias de criptomoedas, economia, investimentos, sustentabilidade e tecnologia voltada à medicina.
Adriano Silva (@_adrianossantos) / Twitter
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