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Jovem desaparecido deixou ‘chave’ para decifrar livros criptografados

Jovem desaparecido deixou ‘chave’ para decifrar livros criptografados

6 de abril de 2017

Bruno Borges, de 24 anos, está desaparecido desde o último dia 27 de março em Rio Branco. Estudante deixou 14 livros escritos à mão e criptografados.

Junto com os 14 livros criptografados deixados no quarto, o estudante de psicologia Bruno Borges, de 24 anos, desaparecido desde o último dia 27 de março, em Rio Branco, também deixou as “chaves” que servem como guia para a decodificação. De acordo com a família, os escritos foram feitos com a utilização de pelo menos quatro códigos diferentes.

A investigação do caso é feita pela Polícia Civil do Acre de maneira sigilosa.

Ao G1, o coordenador da Delegacia de Investigação Criminal (DIC), delegado Fabrizzio Sobreira, afirmou que todas as possibilidades estão sendo consideradas para apurar o paradeiro do acreano.

Alguns dos livros do estudante foram escritos à mão em apostilas e outros espalhados – de forma organizada e totalmente simétrica – nas paredes, teto e chão do quarto. Além do material, também foi colocado no cômodo uma estátua do filósofo italiano Giordano Bruno (1548-1600), por quem tem grande admiração, orçada em R$ 7 mil.

A mãe dele, a psicóloga Denise Borges, falou com exclusividade ao G1, mostrando uma série de razões que a fazem acreditar que o caso não se trata apenas de mais um sumiço de pessoa.

O coordenador da Delegacia de Investigação Criminal (DIC), delegado Fabrizzio Sobreira, afirmou que todas as possibilidades estão sendo consideradas, mas que o caso segue em sigilo.

A última vez que os parentes o viram foi durante o almoço convencional com a família, na segunda-feira, após os pais voltarem de uma viagem de mais de 20 dias. Denise conta que Bruno voltou para casa e todos seguiram o dia normal de trabalho.

Mais tarde, o pai de Bruno, o empresário Athos Borges, retornou para a residência da família em Rio Branco e percebeu que o filho não estava. “Eu fui a última pessoa a ver o Bruno. Eu deixei ele na esquina de casa e dali eu fui embora. Ele falou até mais pai, e a partir dali a gente não teve mais notícia”.

Atrás da porta do quarto, mantida 24 dias trancada enquanto os pais viajavam, no lugar de móveis, uma estátua do filósofo Giordano Bruno (1548-1600), por quem tem grande admiração, orçada em R$ 7 mil, e 14 livros extremamente organizados, escritos à mão. Alguns deles copiados nas paredes, teto e no chão. Todas as obras – identificadas por números romanos – criptografadas.

O desaparecimento de Bruno só foi percebido quando o pai entrou no quarto e viu as mudanças que haviam sido feitas no local. “Eu entrei lá e não vi a cama, não vi nada, só vi aquilo tudo. Naquele momento eu vi que o Bruno tinha ido embora”, conta o empresário.

Enquanto os pais viajavam, Bruno ficou em casa com o irmão gêmeo Rodrigo Borges, que não quis comentar o caso, e Gabriela Borges, a irmã mais velha.
“Ele falava que era o projeto dele, eu questionava o porquê que não poderia saber o que era o projeto e ele me disse que iria me contar o que era em duas semanas. As pessoas falam porque que você não foi lá e abriu aquela porta? As pessoas têm que entender que não se tratava de uma criança, é um adulto e tem a privacidade dele. Me incomodava, mas eu não podia arrombar a porta”, disse Gabriela.

A irmã conta ainda que Bruno chegou a deixar uma chave que relaciona letras aos símbolos e, com base nisso, os irmãos conseguiram traduzir algumas coisas. “O título de um dos livros é ‘A teoria da absorção do conhecimento'”, contou.

O mistério repercutiu nas redes sociais depois que um vídeo – gravado sem autorização da família – viralizou.
No quarto, os escritos são feitos de forma impecável, com precisão e simetria, como em uma página de caderno. Várias simbologias foram desenhadas no cômodo e também ao redor da estátua.

Um quadro na parede em que Bruno aparece sendo tocado por um extraterrestre também mostra o interesse do jovem pelos mais diversos assuntos.

Denise lembra que o filho havia falado, há bastante tempo, de um projeto em que estava trabalhando e para o qual precisaria de dinheiro. Em resposta, ela falou que patrocinaria se soubesse do que se tratava, pedido que foi rejeitado. Segundo a mãe, Bruno iniciou a produção em 2013 e, há um ano, passou a se dedicar na finalização.
“Ele dizia que era secreto e não dei o dinheiro. Então, começou a procurar pessoas que acreditassem nele sem contar o que era o projeto.

Ele só me falava que estava escrevendo 14 livros que iriam mudar a humanidade de uma forma boa. Ele me pediu um ano sem trabalhar para terminar e eu, orientada por um médico, deixei”, fala.

Mistério despertou interesse na internet e alguns tomaram iniciativas para decifrar os códigos.

O guia para a criptografia foi encontrado com relativa facilidade, e alguns conteúdos já foram decifrados.

Seguindo o código de decodificação, um dos livros recebeu o título de ‘A teoria da absorção do conhecimento’, que trata sobre questões de cunho filosófico, como a procura pela ‘verdade absoluta’.

1 página dos 14 livros criptografados foi fotografada e revelada

Os livros criptografados estão em posse da Polícia do Civil do Acre, que também está investigando o caso. De acordo com o coordenador da Delegacia de Investigação Criminal (DIC), o delegado Fabrizzio Sobreira, todas as possibilidades estão sendo consideradas, porém o caso segue em sigilo.

Apesar disso, uma página dos 14 livros criptografados foi fotografada e postada na internet. Não levou muito tempo: ela foi descriptografada e o conteúdo do texto revela algumas ideias escritas por Bruno antes de seu desaparecimento.

O diretor da Antecipe, plataforma de gerenciamento de vulnerabilidades, Igor Rincon, e o líder de desenvolvimento, Renoir dos Reis, montaram um site chamado “Decifre o Livro” para ajudar a descriptografar outras páginas que venham a surgir.

Via: G1 e Tecmundo

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