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10 de maio de 2021

Além de “fábricas inteligentes”, a Indústria 4.0 é uma revolução também sob o ponto de vista do papel da cibersegurança dentro das companhias

Por Lucas Pereira

Indústria 4.0
Lucas Pereira, Diretor de Produtos da Blockbit 

Quem está atento as inovações, muito provavelmente já deve ter notado que, pouco a pouco, a imagem sobre como são as fábricas está mudando.

Ao invés de operações e linhas de produção manuais, por exemplo, estamos cada vez mais acostumados à ideia de espaços repletos de robôs e máquinas automatizando as tarefas.

Esse movimento tem nome: é a Indústria 4.0, movimento que vem revolucionando a forma como as empresas desenvolvem, produzem e distribuem seus produtos por meio de recursos de automação industrial e da integração das mais importantes tecnologias emergentes, incluindo atualmente conceitos como Internet das Coisas (IoT – de Internet of Things, em inglês), Inteligência Artificial (IA), Big Data e Computação em Nuvem, entre outros. 

O que poucos já perceberam, no entanto, é que, além de “fábricas inteligentes”, a Indústria 4.0 é uma revolução também sob o ponto de vista do papel da cibersegurança dentro das companhias.

A comunicação entre dispositivos, novos sistemas de automação e, principalmente, o avanço da Nuvem e da conexão 5G permitem melhores níveis de eficiência e flexibilidade nas operações – mas também podem servir como possíveis facilitadores para ataques maliciosos.  

Não por acaso, hoje, a cibersegurança é tida como uma das grandes prioridades para a sustentação das companhias de manufatura, ao lado de conceitos como conectividade e desenvolvimento de novos produtos.

Pesquisas do Gartner, por exemplo, indicam que 88% dos líderes de negócios de empresas da área industrial veem o risco relacionado à segurança cibernética como um risco comercial, e não apenas um risco tecnológico.

Além disso, 51% dos entrevistados sofreram um incidente de risco de segurança cibernética nos últimos dois anos – número que vem aumentando paulatinamente, à medida que as fábricas ganham escala em seus projetos de automação e integração tecnológica. 

A cibersegurança, portanto, já é uma preocupação essencial para o andamento dessa nova revolução industrial, tanto pela importância dos dados em circulação dentro das linhas de fabricação (projetos, fornecedores, grades de programação etc.) quanto pela própria operação e disponibilidade das máquinas, sensores e equipamentos envolvidos nos processos.

De acordo com o Gartner, por exemplo, até 2025, os ciberatacantes serão capazes de usar os ambientes de redes industriais (OT) para prejudicar ou colocar vidas em risco.  

Diante desse cenário, o que as lideranças devem fazer para garantir o sucesso de suas jornadas de inovação rumo à Indústria 4.0 e, ao mesmo, mitigarem as ameaças? A primeira ação é colocar a cibersegurança como um ativo que permeie os planos estratégicos.

Uma equipe com especialistas em segurança cibernética precisa fazer parte da estratégia para ajudar no desenvolvimento de projetos mais assertivos e para facilitar o gerenciamento e na resposta imediata a incidentes ou na busca de ameaças.  

Vale destacar, aliás, que essa política de proteção deve ser constante – assim como é a mensuração dos resultados de um negócio -, pois nunca se sabe onde e como um ataque pode surgir.

Para tornar as operações mais seguras, é recomendável implementar um abrangente plano de soluções de segurança cibernética, incluindo firewalls, sistemas de detecção de intrusão, gerenciamento de identidade e autenticação forte.

Outra abordagem é usar protocolos de comunicação seguros, como o TLS, ou redes privadas virtuais (VPNs) para proteger os dados transmitidos entre os dispositivos, afinal de contas eles são ativos importantes e devem receber atenção máxima. 

Paralelamente, é necessário também treinar os colaboradores para saberem como evitar vulnerabilidades e o que fazer em caso de ciberataque.

Além disso, é importante que as equipes de Tecnologia e Segurança da Informação estejam preparadas para monitorar as operações continuamente e até nos mínimos detalhes para detectar qualquer comportamento anormal ou atividade maliciosa – e para fazerem backups regulares dos dados e configurações dos sistemas para que eles possam ser restaurados rapidamente em caso de falha.  

Afinal de contas, a Indústria 4.0 tem o potencial de revolucionar a manufatura e a produção, mas é importante que todos estejam cientes dos riscos e da importância da segurança cibernética para proteger as operações e pessoas nesses novos tempos hiperconectados e cada vez mais inteligentes.

Neste cenário, as lideranças de cibersegurança têm um papel vital para permitir que os times e linhas de produção tenham sempre a máxima disponibilidade e performance que necessitam.

A boa notícia é que não faltam soluções e abordagens para ajudar empresas e colaboradores nessa missão.

Basta apenas conferir quais marcas farão seus movimentos para incluir que a segurança cibernética apoie e potencialize a revolução que a era digital está trazendo às Indústrias. O tempo está correndo.   

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