IA tem que operar de forma propositiva para continuar evoluindo, destacam líderes em evento de tecnologia
4 de fevereiro de 2024Debates sobre IA marcaram celebração de 30 anos da consultoria keeggo, com participação de Rachel Maia, Nina Silva, Marcos Cavagnoli, entre outros
A keeggo, consultoria de tecnologia, comemorou seu trigésimo aniversário em evento realizado nesta semana, em São Paulo.
A ocasião reuniu executivos influentes para proporcionar uma imersão na linha do tempo da empresa e do setor de TI nos últimos 30 anos.
Foram homenageados parceiros como Caixa Econômica, Santander, Cielo e OpenText, além da apresentação do novo posicionamento e identidade visual da marca.
“Ao longo desses 30 anos, nossa jornada foi marcada pelo compromisso inabalável com inovação e excelência. Com orgulho, apresentamos a nova era da keeggo, com um portfólio renovado que integra ainda mais especialidades. Seguiremos buscando a evolução, de dentro para fora e de fora para dentro, para impulsionar empresas em direção a novas conquistas“, destacou Vitor Roma, CEO da keeggo.
Um dos pontos altos do evento foi o painel “Construindo o Amanhã: Inovações Tecnológicas que Moldarão o Mercado”, mediado por Rachel Maia, conselheira do Pacto Global da ONU e primeira CEO negra do Brasil.
Especialistas debateram tendências e perspectivas da inteligência artificial (IA) em diferentes setores da economia, do agronegócio ao mercado de trabalho.
“Em um mundo em constante evolução, impulsionado pela inovação e tecnologia, é essencial explorarmos e compreendermos as tendências que estão moldando o nosso amanhã. A ideia é plantarmos uma semente com a esperança de que seja cultivada por cada um e que traga frutos valiosos aos negócios e à sociedade”, comentou Rachel Maia.
Principais insights do painel:
Oportunidades
“Empresas estão utilizando a IA no sentido mais deep tech – como uma que agrega imagens de satélite com dados históricos e consegue prever que a safra do ano vai ser de X toneladas – até aquelas que vendem produtos alimentícios na internet e criam fotos de produtos com auxílio da IA”, apontou Alexandre Stephan, Partner da SP Ventures, empresa de fundo de investimento inicial para AgTech e Food Tech na América Latina.
“No entretenimento, a IA ajuda o produtor a entender o comportamento do consumidor por meio de dados. Conseguimos prever qual tipo de cardápio oferecer para as pessoas, a quantidade de produtos que serão vendidos, etc. Não só na operação de alimentos e bebidas, já chegamos a trocar o horário de artista do Rock in Rio com base em relatório de BI”, exemplificou Bruno Lindoso, fundador e CEO internacional da Zigpay, fintech brasileira especializada em tecnologia para meios de pagamento no setor de eventos.
Ética e inclusão
O PIB brasileiro é movimentado pelas pequenas e médias empresas, e a inteligência artificial é aceleradora desses negócios, destacou Nina Silva, CEO do D’Black Bank e líder do Movimento Black Money: “Para mim, o governo pode iniciar trabalhando em regulamentação. É necessário regular sem burocratizar”, acrescentou.
“A IA é um movimento de inclusão, que coloca todos no mesmo patamar. Estamos vivendo a primeira onda com o uso de ferramentas como o Chat GPT. Depois virá o tsunami. Muito se fala, mas pouco se capacita e aprofunda. No sentido de capacitação, isso pode transformar e incluir muita gente”, afirmou Fábio Neto, Partner e CSO da StartSe, escola internacional de negócios para empreendedores na América Latina.
“A responsabilidade social é extremamente alta. A IA é, por enquanto, uma criança. Mas ela vai ficar adolescente e adulta. E o que você faz enquanto criança é o que vai colher depois”, destacou Marcos Cavagnoli, Diretor de Fluxo de Pagamentos no Itaú Unibanco.
Mercado de trabalho
Pesquisas nos Estados Unidos revelam que 10% dos empregos dos americanos serão diretamente tirados por IA em dois anos, isso em um país cuja qualificação média é mais alta do que do Brasil – alertou Cavagnoli, que completou: “Teremos que requalificar profissionais, não só para uso da IA, mas para outras coisas que não terão mais sentido a partir do momento que a IA passar a fazê-las. Isso aconteceu cem anos atrás, na era Henry Ford, a diferença é que não precisa de cem anos para a IA”.
“O quanto a parte humana vai ser valorizada no mundo em que a Inteligência Artificial vai começar a ter tanto espaço? As profissões ligadas a cuidar do ser humano, liderar, inspirar, ensinar, provavelmente serão muito difíceis de uma IA tocar”, ponderou o executivo.
Futuro da IA e desenvolvimento sustentável
“Não vai adiantar o líder ser o ‘guru de IA’ se bater 80 graus no Rio de Janeiro”, disse Nina Silva, que acrescentou: “Todo mundo precisa estar na mesa discutindo e agindo, senão não tem como entender o que acontece na fazenda ou na comunidade de Paraisópolis, por exemplo. Como esses dados estão sendo trabalhados para que ele não vire um ativo, simplesmente? Eu já sei qual é o comportamento do consumidor, então eu volto à revolução industrial da massificação. Isso não é sustentável. Quando a próxima geração perguntar o que nós fizemos, talvez essa nova geração nem exista para perguntar”.
“O desenvolvimento sustentável tem hoje uma força maior do que em outras revoluções industriais. É mais fácil ter acesso a informação. É um jogo longe de ser ganho, mas a geração atual tem condição de fazer a coisa certa. Não podemos chegar no futuro e falar ‘não sabia que isso causaria desemprego’ ou ‘não sabia que teríamos problema de poluição’. Você pode escolher ignorar, mas você tem a informação”, disse Cavagnoli.
“O Brasil tem que estar como spoken person nas mesas de discussões globais. A inteligência artificial tem que operar de forma positiva e propositiva para que a gente possa continuar evoluindo. Uma evolução que nos traga benefício, não só para a ponta da pirâmide, mas para todos os layers – essa pirâmide que, muitas vezes, foi injusta com os menos favorecidos”, finalizou Rachel Maia.
O painel “Construindo o Amanhã: Inovações Tecnológicas que Moldarão o Mercado”, marcou o novo posicionamento da keeggo no mercado: impulsionar negócios através da transformação digital.
“Estamos orgulhosos da jornada até aqui e prontos para mais décadas de inovação. Nosso desejo é subir a régua, indo além do óbvio e do comum. Além do que uma consultoria de tecnologia faz, com foco em impulsionar novas conquistas”, afirmou o CEO Vitor Roma.
Sobre a keeggo
Há 30 anos, a keeggo é uma consultoria de tecnologia especializada em impulsionar a transformação digital de negócios por meio de soluções personalizadas em: Engenharia de Qualidade, Cibersegurança e Privacidade, Cloud & DevOp, Ciência de Dados, Inteligência Artificial e Desenvolvimento de Produtos.
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