Harvard refuta ideia de que criptografia dificulta o combate ao terrorismo
4 de fevereiro de 2016Pesquisadores da universidade reconhecem que a criptografia coloca desafios, mas não significa que terá de ditar o mercado de TI
Um estudo da Harvard, divulgado, refuta a alegação que uma maior utilização de criptografia em produtos de software dificultará as investigações sobre o terrorismo e a criminalidade.
Pesquisadores preveem que a expansão contínua de dispositivos conectados – como TVs inteligentes e carros, câmeras, entre outros – aumentará as oportunidades para rastrear alvos.
“O governo ou agências de inteligência podem começar a olhar pedidos de companhias como Samsung, Google, Mattel, Nest e outras fabricantes de dispositivos conectados para empurrar uma atualização ou uma chave digital para interceptar as comunicações de um alvo”, disse. “Esses são produtos reais agora”.
O estudo foi conduzido no Berkman Center for Internet Society e foi assinado por figuras conhecidas, incluindo especialistas em segurança da Escola de Direito de Harvard e um ex-diretor do Centro Nacional de Contraterrorismo dos Estados Unidos.
O setor de tecnologia está sob crescente pressão de alguns funcionários do governo nos EUA e Reino Unido que afirmam que reforçar a segurança dos dados, principalmente por meio de criptografia, diminuirá as capacidades de luta contra o terrorismo e a criminalidade.
Enquanto governos podem ter acesso a dados mantidos pelos provedores de serviços através de mandados, alguns sistemas foram concebidos de forma que os prestadores de serviços não podem fornecer qualquer tipo de informação.
Os chamados sistemas de criptografia end-to-end dão a posse de chaves de descriptografia somente aos seus usuários. Sem uma senha, a justiça, por exemplo, não poderia usar outros meios para tentar a descriptografia dos dados.
O artigo intitulado “Não entre em pânico: fazendo progressos no debate da criptografia” reconhece que a criptografia colocará desafios em algumas situações, mas não significa que terá de ditar o cenário futuro de produtos de tecnologia.
Fonte: Computer World