Enem começa a ter prova digital a partir do ano que vem, e 100% até 2026
3 de julho de 2019O Ministério da Educação ( MEC ) anunciou nesta quarta-feira que em 2020 vai aplicar o Exame Nacional do Ensino Médio ( Enem ) digitalmente para 50 mil candidatos, em 15 capitais do país. Os planos do MEC são de que em 2026 já não haja mais a prova impressa. Os estudantes que prestam a prova neste ano, no entanto, não serão afetados com nenhuma mudança
O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) terá aplicação digital a partir de 2020.
No primeiro ano da novidade, a aplicação ocorrerá em modelo-piloto. A implantação do Enem Digital será progressiva, com início no próximo ano e previsão de consolidação em 2026. Nada muda para os participantes inscritos em 2019.
As primeiras aplicações digitais serão opcionais. Os participantes poderão escolher, no ato de inscrição, pela aplicação-piloto no modelo digital ou pela tradicional prova em papel. No primeiro ano de teste, o modelo digital será aplicado para 50 mil pessoas em 15 capitais do país.
“O Enem Digital é o futuro que se abre”, disse o ministro da Educação, Abraham Weintraub, durante coletiva de imprensa na manhã desta quarta-feira, 3 de julho, na sede do Ministério da Educação (MEC). “Depois de 100 anos de provas sendo realizadas no papel, a educação brasileira aponta para o futuro e vai abrir processo para fazer o Enem em uma versão digital”, continuou.
Com essa nova versão, por meio de computador, o governo federal pretende realizar o exame em várias datas ao longo do ano, por agendamento. A aplicação permanecerá em dois domingos, nos dias 11 e 18 de outubro de 2020, e os resultados serão divulgados de forma conjunta.
Em 2020, portanto, o Enem terá três aplicações: a digital, a regular e a reaplicação. Este último caso é voltado para candidatos prejudicados por algum problema logístico ou de infraestrutura durante a realização da prova digital. Eles terão direito à reaplicação, que ocorrerá em papel.
Há também economia com a impressão e ganho para o meio ambiente. Somente em 2019, mais de 10,2 milhões de provas serão impressas para o Enem. Os custos da aplicação superam R$ 500 milhões para os mais de 5 milhões de participantes confirmados na edição.
Do ponto de vista técnico, o Enem Digital vai permitir a utilização de novos tipos de questões, com vídeos, infográficos e até com a lógica de games. Também será possível aplicar o Enem em mais municípios, aproximando o exame dos brasileiros.
“A aplicação em computador representa uma redução da complexidade da logística de aplicação. Esse formato tem foco no desenvolvimento da avaliação do aluno; permite avaliar os diversos itinerários previstos com a reforma do ensino médio; além de potencializar as individualidades dos alunos a partir de instrumentos de inteligência artificial”, explicou Alexandre Lopes, presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
O Ministério da Educação, por meio do Inep, já se prepara para a aplicação-piloto em 2020, com o desenvolvimento/aquisição da plataforma digital e desenho da aplicação a partir de dados coletados pelo Censo Escolar.
Mudança progressiva
O Enem Digital será implantado gradualmente. Em 2019, a aplicação será em papel, como nas demais 21 edições do exame, e haverá a aplicação regular e a reaplicação.
Em 2021, serão realizadas duas aplicações digitais, em datas distintas, agendadas previamente, também opcionais. A edição servirá como aprimoramento da aplicação-piloto. Permanecem a aplicação regular e a reaplicação em papel.
De 2022 a 2025, o Enem Digital seguirá sendo aprimorado. A previsão do Inep é realizar até quatro aplicações digitais, em datas distintas, com agendamento prévio e ainda opcional para os participantes.
Em 2026, a versão em papel para de ser distribuída e o exame só será em formato digital. A consolidação do modelo digital será marcada por diversas aplicações regulares ao longo do ano, por agendamento, em todo o país, e reaplicação também em modelo digital.
“A gente sempre tem que ficar atento porque bandido é sempre criativo, mas hoje achamos que a segurança e a tecnologia que o Brasil tem permite fazer isso. Além disso, é só essa última etapa da aplicação é analógica, o resto todo é digita”, disse o ministro.
Prova terá mais versões
Além de modernizar o exame, fazer mais de uma edição por ano e reduzir custos no futuro, o Enem digital é defendido pelo governo como uma forma de introduzir na prova os itinerários formativos. Esses itinerários são as cinco áreas específicas nas quais o aluno poderá se aprofundar em parte do ensino médio, segundo estabeleceu a reforma dessa etapa escolar, feita no governo de Michel Temer.
Ao passar a cobrar os itinerários, a prova do Enem terá de ter mais versões, com essa parte específica, explica Lopes. Ele diz que a previsão é que as escolas adotem os itinerários formativos no ensino médio a partir de 2021.
Veja as capitais que receberão a prova em formato digital em 2020
- Belém (PA)
- Belo Horizonte (MG)
- Brasília (DF)
- Campo Grande (MS)
- Cuiabá (MT)
- Curitiba (PR)
- Florianópolis (SC)
- Goiânia (GO)
- João Pessoa (PB)
- Manaus (AM)
- Porto Alegre (RS)
- Recife (PE)
- Rio de Janeiro (RJ)
- Salvador (BA)
- São Paulo (SP)
Diante desse cenário fica a pergunta: Será que os estudantes se identificarão para acessar o dispositivo utilizando seus certificados de atributos contido na carteira de estudante?