Empresa de inovação dá o tom do Carnaval 4.0 da Rosas de Ouro
21 de fevereiro de 2020E não é que deu samba?
O projeto de um time de empresas, liderado por um dos diretores da SPI Integração, era provar que os recursos da tecnologia poderiam desembarcar na avenida sem desafinar o enredo de uma escola de samba.
A equipe de carnavalescos da Roseira, que não só topou o desafio de inaugurar uma nova fase do carnaval de São Paulo como preparou um desfile surpreendente, unindo tradição e vanguarda tecnológica.
Não foi simples provar que robôs, QR Codes, internet das coisas, realidade virtual e aumentada, entre outras soluções de tecnologia embarcada, poderiam desfilar em harmonia com o samba. A missão, apresentada, em um primeiro momento, por um dos diretores da SPI Integração — empresa de engenharia líder na condução e implantação de projetos de indústria 4.0 –, Elcio Brito, foi ganhando força ao longo de 2019 até reunir empresas do setor de inovação e estudantes de tecnologia, todos de forma orgânica e voluntária. Um time, convencido de que o carnaval comporta o que é desenvolvido por engenheiros e tecnólogos em laboratórios, conseguiu persuadir carnavalescos de que apresentar o futuro na avenida — e não apenas cantá-lo — iria inaugurar uma nova era na maior festa popular do país.
Já com a Rosas de Ouro esquentando os tamborins para entrar no sambódromo de São Paulo e mostrar seu enredo “Tempos Modernos”, no próximo domingo (23), podemos afirmar que o poder de persuasão desse time é indiscutível. “Como pesquisadores nas áreas de engenharia de software, estudiosos da Indústria 4.0, diante da triste realidade brasileira de inovação, que nos coloca como 66º no ranking mundial da categoria, e sabendo que não podemos contar com investimentos em pesquisas para impulsionar avanços tecnológicos no país, pensamos em caminhos que motivassem uma discussão generalista sobre a importância da tecnologia em nosso dia a dia”, explica Elcio, que é coautor do livro Automação & Sociedade: Quarta Revolução Industrial, um olhar para o Brasil. Segundo ele, o Carnaval já é um palco onde a sociedade se manifesta sobre temas importantes. “E o debate sobre o futuro e os avanços tecnológicos não poderiam continuar longe desse espaço.”
Élcio atribui o sucesso do projeto, principalmente, à genialidade do carnavalesco da Rosas de Ouro André Machado, que entendeu a proposta e fez a ideia virar enredo. “A tecnologia é considerada como algo frio, incapaz de provocar emoções”, diz o diretor. “Mas a visão futurista de André captou a importância de fazer dessas novas tecnologias um espetáculo de interatividade, popularizando o conceito do Carnaval 4.0, o carnaval dos tempos modernos, provando que as inovações tecnológicas podem trazer o público para dentro do desfile, potencializando a experiência.”
Abre alas
A quarta revolução está acontecendo devido ao desenvolvimento acelerado e simultâneo da tecnologia no mundo físico e é essa interação que será explorada pela Rosas. Um robô auxiliando a bateria; o personagem ROXP4, criado em realidade aumentada, ajudando a apresentar detalhes do enredo; componentes com próteses biônicas em alas inclusivas e dispositivos de QR Code impressos em fantasias e adereços, aptos para serem lidos pelos foliões com smartphones, que abrirão aplicativos com filtros que permitirão uma integração ao figurino da escola são alguns exemplos dos recursos que a Rosas vai colocar para sambar. “O carnaval da Roseira está democratizando os conhecimentos sobre a Revolução 4.0”, afirma o diretor da SPI.
Mas, vale lembrar, que a tecnologia não estará apenas a serviço da aproximação público-componentes, durante a apresentação da Rosas, mas também da organização e precisão de seu desfile. O acompanhamento da evolução no sambódromo e os horários de entrada e saída de cada ala são algumas das informações que poderão ser monitoradas pelos dirigentes para que questões técnicas fiquem afinadas, não prejudiquem o desenrolar do espetáculo e, consequentemente, não penalizem a escola.
Muitas andorinhas fazendo verão (e o Carnaval!)
Graças ao trabalho de comunicação para divulgar a proposta, em menos de um ano, o time estava formado para dar um show de inovação, oferecendo seus respectivos expertises para tornar possível o Carnaval 4.0 da Rosas de Ouro. Os estudantes de tecnologia da USP, FEI e Mauá — que desenvolveram experiências digitais com o apoio do IPT e da Universidade Federal do ABC (UFABC) –, pesquisadores, acadêmicos, cientistas e engenheiros estão nos bastidores desse projeto, levando suas contribuições técnicas e intelectuais para a avenida.
Além da SPI, integram o Comitê de Gestão do Carnaval 4.0 as empresas People+Strategy, EloGroup, CNC, ATTO, UMANTECH e N&DC. “As aplicações foram feitas, de forma colaborativa, entre professores, alunos, empresas de tecnologia e startups, que poderão aproveitar essas experiências para criar serviços ao mercado”, adianta Élcio.
Futuro
De acordo com Élcio, a parceira da Rosas de Ouro com as empresas do projeto Carnaval 4.0 vai além do desfile. “Nosso objetivo é equipar a escola com inovação e conhecimento e assim construir uma Rosas 4.0, fazendo dela a precursora dos desfiles do futuro.”
Para ele, a transformação digital está mudando o formato do produto, a forma como o carnaval é produzido e, consequentemente, o modelo de negócio. “Sem ciência e tecnologia não aproveitaremos as oportunidades trazidas pela revolução 4.0 para discutirmos os rumos da nossa sociedade.”
Sobre a Rosas de Ouro
Sete vezes campeã do carnaval de São Paulo pelo grupo de elite da Liga das Escolas de Samba, a Sociedade Rosas de Ouro é uma das maiores agremiações do país com 49 anos de tradição e exaltação da maior cultura popular brasileira. Fundada pelo visionário e eterno presidente, Eduardo Basílio, a Rosas de Ouro tem em seu DNA apostar em temas ousados para compor seus carnavais. No ano passado, a escola conquistou o 3° lugar no grupo Especial da LigaSP com “Viva Hayastan!”, homenagem ao povo armênio. Este ano é a responsável por encerrar os desfiles no sábado, dia 22 de fevereiro, sábado, às 05h10, com o enredo “Tempos Modernos”.
Sobre a SPI
A SPI é uma empresa nacional de engenharia, com 27 anos de mercado, líder na condução e implantação de projetos da Indústria 4.0 , que opera auxiliando seus clientes em processos produtivos inovadores. Possui uma equipe multidisciplinar de profissionais composta por engenheiros e técnicos de quatro áreas de conhecimento da engenharia: produção, mecânica, elétrica e software, com expertise em tecnologias como a robotização, internet das coisas, inteligência artificial, sistemas ERP, sistemas PLM, sistemas MES, sistemas LIMS, sistemas SCADA, sistemas DCS, dispositivos móveis, beacons, dentre outras. O centro tecnológico e o assembly shop da companhia ficam em São Caetano do Sul (SP). A empresa conta ainda com escritórios em Detroit (EUA), Rosário (Argentina), São Leopoldo (RS), Salvador (BA) e Belo Horizonte (MG).