Empresas de varejo também precisam se proteger de ataques cibernéticos, alerta especialista
9 de dezembro de 2022Datas comemorativas como Black Friday e Natal têm 21% mais ataques virtuais, no setor do varejo, do que em outros períodos do ano
Mais uma vez a Black Friday abriu a temporada de descontos que costumam seguir até o Natal. Esse é o momento em que aumenta a incidência de crimes digitais tanto contra quem compra, como para quem vende.
Segundo o diretor de Red Team da Cipher, Alexandre Armellini, parte dos criminosos visa o consumidor para obtenção de dinheiro imediato – pequenas quantias em escala.
“A outra parte está de olho nos dados das redes varejistas, engrossando as estatísticas de ataques de ransomware (sequestro de dados digitais) e golpes fraudulentos, cobrando resgates que podem chegar a milhões de dólares”, diz.
Perigos no varejo
“O Brasil é o quarto maior alvo de ransomware do mundo, com mais de 8 milhões de casos entre janeiro e setembro deste ano, também somos o segundo lugar em ataques do gênero nas Américas (atrás somente do México), com 31,5 bilhões de incidentes só na primeira metade de 2022. “Nesse cenário hostil, a consultoria internacional BIP, publicou a primeira edição do “Cibersegurança em Varejo – 2022”, mostrando que ataques às plataformas digitais tem sido o problema mais crítico para 55% de 80 grandes varejistas nacionais”, afirma o especialista.
O estudo também identificou que o volume de ataques em datas comemorativas é 21% maior do que no resto do ano, e as principais são a Black Friday e o Natal, respectivamente.
Somente no primeiro semestre, foram identificados 2,9 milhões de ciberataques contra o e-commerce, sendo um quarto deles o sequestro de dados: um aumento de 62% em comparação a 2020, gerando perdas de R$ 3,6 bilhões para o setor.
“Os crimes no varejo não prejudicam só o cliente, mas toda a cadeia envolvida num processo de compra e venda. Não é só o consumidor que têm de estar mais atento. As empresas também correm riscos e precisam incorporar a segurança cibernética na operação, mesmo que esse não seja o foco de seu produto ou atuação no mercado. Isso inclui investimentos em equipamentos, profissionais e na educação dos funcionários, que podem involuntariamente abrir portas para a entrada de criminosos digitais.“
Encontre vulnerabilidades antes dos criminosos
Para Armelinni, a segurança de dados é vital, especialmente para redes varejistas, que precisam buscar alternativas tão criativas quanto as técnicas praticadas pelo cibercrime para proteger informações críticas.
Uma das recomendações do diretor da Cipher é aplicar testes de segurança e testes de penetração, antevendo ações maliciosas e resolvendo ou mitigando possíveis vulnerabilidades.
Os testes de segurança são aplicados por profissionais atentos à evolução do crime digital, analisando sistematicamente as situações reais de mercado e antecipando soluções para eventuais falhas ou brechas.
“Lembre-se que o crime não pode ser mais organizado do que sua segurança”, realça Armellini.
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