Criptografia, inteligência artificial e blockchain devem fortalecer combate aos crimes digitais
12 de agosto de 2022Organizações investem nessas tecnologias para avançar na defesa de seus respectivos sistemas diante do crescimento dos crimes digitais
O aumento da robustez de sistemas e técnicas criptográficas, o uso de tecnologias e mecanismos digitais emergentes - como IA e blockchain – em aplicações de segurança, e a introdução de arquiteturas de segurança nativas, como parte da computação e arquiteturas de negócios, são avanços importantes que devem fortalecer o combate aos crimes digitais.
“A maioria dos desenvolvimentos atuais relevantes para a segurança cibernética para fins comerciais são incrementais e não disruptivos“, analisa Raul Colcher, membro do Instituto dos Engenheiros Eletrônicos e Eletricistas (IEEE), maior organização técnico-profissional do mundo dedicada ao avanço da tecnologia em benefício da humanidade, e sócio da Questera Consulting.
Para os próximos anos, Colcher prevê a apropriação de tecnologias de computação quântica para aplicação em soluções de segurança, o que deve aumentar drasticamente a proteção contra invasões e outras atividades criminosas.
“Os estágios de desenvolvimento que têm sido relatados em centros avançados em países como Estados Unidos, China, Japão, Alemanha e Israel parecem indicar que tais tecnologias podem, de fato, estar disponíveis dentro de um horizonte de cinco anos, pelo menos em suas formas pioneiras“.
O crescente número de invasões cibernéticas em corporações privadas e organizações públicas em todo o mundo criou um elemento crucial para o combate a essas fraudes digitais, segundo Colcher: o aumento da conscientização por parte de gestores sobre a importância de fortalecer o nível de informação e conhecimento da força de trabalho sobre essas questões.
“Quanto mais conscientização das pessoas para o problema, maior a possibilidade de se criar um ambiente mais seguro.”
Colcher cita como exemplo o sistema financeiro e bancário brasileiro. Apesar do número crescente de ataques, o especialista considera que os serviços dos bancos estão entre os mais avançados do mundo.
“A rede bancária investe pesado para proteger os ativos e informações de seus clientes, que são constantemente alvos de golpes, hackers e outras ameaças“, analisa.
Sobre o IEEE
O IEEE é a maior organização profissional técnica do mundo dedicada ao avanço da tecnologia em benefício da humanidade. Seus membros inspiram uma comunidade global a inovar para um futuro melhor por meio de seus mais de 420.000 membros em mais de 160 países.
Suas publicações, conferências, padrões de tecnologia e atividades profissionais são recomendadas por diversos especialistas. O IEEE é a fonte confiável para informações de engenharia, computação e tecnologia em todo o mundo.
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O QUE É CRIPTOGRAFIA?
A criptografia protege a segurança pessoal de bilhões de pessoas e a segurança nacional de países ao redor do mundo.
A criptografia de ponta-a-ponta (end-to-end encryption ou E2EE) é um recurso de segurança que protege os dados durante a troca de mensagens, de forma que o conteúdo só possa ser acessado pelos dois extremos da comunicação: o remetente e o destinatário.
Criptografia Simétrica utiliza uma chave única para cifrar e decifrar a mensagem. Nesse caso o segredo é compartilhado.
Criptografia Assimétrica utiliza um par de chaves: uma chave pública e outra privada que se relacionam por meio de um algoritmo. O que for criptografado pelo conjunto dessas duas chaves só é decriptografado quando ocorre novamente o match.
Criptografia Quântica utiliza algumas características fundamentais da física quântica as quais asseguram o sigilo das informações e soluciona a questão da Distribuição de Chaves Quânticas – Quantum Key Distribution.
Criptografia Homomórfica refere-se a uma classe de métodos de criptografia imaginados por Rivest, Adleman e Dertouzos já em 1978 e construída pela primeira vez por Craig Gentry em 2009. A criptografia homomórfica difere dos métodos de criptografia típicos porque permite a computação para ser executado diretamente em dados criptografados sem exigir acesso a uma chave secreta. O resultado de tal cálculo permanece na forma criptografada e pode, posteriormente, ser revelado pelo proprietário da chave secreta.