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Como as transações em cripto podem contribuir na inclusão bancária?

26 de dezembro de 2022

Existem fortes indícios para se acreditar que os meios e formas de pagamento com as criptomoedas se consolidam ainda mais no próximo ano

Por Adriano da Silva Santos

cripto
Jornalista e escritor, Adriano da Silva Santos

Há uma coisa que todas as criptomoedas têm em comum: elas estão mudando a maneira como a sociedade se envolve nas atividades financeiras do dia a dia.

A percepção de dinheiro, propriedade e valor lentamente estão se alterando para uma valorização mais forte das moedas baseadas em blockchain e criptografia.

Nesse cenário, é amplamente aceito que as moedas em geral precisam atender a seis critérios principais: devem ser duráveis, portáteis, divisíveis, fungíveis, escassas e amplamente aceitas como pagamento.

E embora a maioria geralmente satisfaça os cinco primeiros requisitos, sua aceitabilidade como método de pagamento, e não apenas como instrumento de investimento especulativo, tem sido historicamente baixa.

Entretanto, isso pode estar chegando ao fim. Investimentos como Tokens, NFTs, DeFI, Stablecoins e as tradicionais Bitcoins e Ethereum estão em processo de regulamentação em algumas regiões como Reino Unido, União Europeia, parte da Ásia, na Arabia Saudita e claro, no Brasil.

Esse movimento está ocorrendo em consonância ao aumento na inclusão financeira dos brasileiros.

De acordo com os dados do relatório “Financial Inclusion – Evolution and The Digital Push” da Capco em 2017, 30% da população não era bancarizada. Hoje, esse número representa 16%.

A adoção de novas tecnologias mudou a relação do brasileiro com o dinheiro. Assim como o Pix, as criptomoedas foram um dos alicerces para essa transformação, que à medida em que se torna mais popular entre o público geral, mais é usada como um meio de pagamento em si.

Além disso, uma pesquisa recente feita pela Deloitte em colaboração com o PayPal mostrou também que grande parte dos comerciantes acreditam que muitos de seus clientes atualmente têm um interesse significativo em usar moedas digitais para pagamentos.

Eles estão convencidos de que o interesse do cliente aumentará com o tempo, e quase 75% relataram planos para aceitar pagamentos com stablecoin ou outros ativos digitais, ambos até 2024.

Por outro lado, a legislação brasileira ainda encontra dificuldades para adotar criptomoedas descentralizadas, como o Bitcoin.

Conforme descrito na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), todos os salários devem ser pagos em moeda corrente, ou seja, o real.

No entanto, com mais pessoas investindo em moedas digitais, a expectativa é que elas possam participar de maneira mais efetiva da economia brasileira, mesmo que não sejam diretamente vinculadas ao salário.

Outro sintoma dessa tendência é que a partir de 2023, em importantes cidades do país, como Rio de Janeiro e São Paulo, contribuintes poderão pagar seus impostos, como IPTU, através de moedas digitais.

No caso dos cariocas, por exemplo, é esperado que tenham a opção de utilizar mais de uma criptomoeda para efetuar o pagamento e que futuramente, outros tipos de impostos sejam habilitados para essa modalidade.

Além disso, o Banco Central também está em trâmites para emitir as diretrizes do novo Real Digital, moeda virtual do Brasil.

Os testes iniciais começarão no próximo ano e a principal diferença, em razão das demais opções, será o marco regulatório do Banco Central, que será o órgão responsável pela segurança jurídica nessas futuras transações.

Portanto, existem fortes indícios para se acreditar que os meios e formas de pagamento com as criptomoedas se consolidam ainda mais no próximo ano.

Para que esta nova era digital traga melhorias significativas para nossas sociedades, precisamos de fortes estruturas regulatórias – que estão em andamento –, bem como uma comunidade informada e educada de empresas e consumidores com conhecimento e poder para moldar este espaço e fazê-lo cada vez mais inclusivo a todas as classes sociais.

Sobre Adriano da Silva Santos 

O jornalista e escritor, Adriano da Silva Santos é colunista colaborativo do Crypto ID. Formado na Universidade Nove de Julho (UNINOVE). Reconhecido pelos prêmios de Excelência em webjornalismo e jornalismo impresso, é comentarista do podcast “Abaixa a Bola” e colunista de editorias de criptomoedas, economia, investimentos, sustentabilidade e tecnologia voltada à medicina.  Adriano Silva (@_adrianossantos) / Twitter Adriano Silva | LinkedIn

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