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No estudo anual da força de trabalho de cibersegurança publicado pelo (ISC)², a lacuna da força de trabalho de segurança cibernética aumentou

Por Adriano da S. Santos

Devido ao rápido aumento da tecnologia, uma parcela crescente de nossas vidas pessoais e empresas profissionais são supervisionadas online, no fenômeno em constante crescimento que é a World Wide Web. Como resultado, as chances de informações importantes estarem nas mãos de alguém que você não conhece aumentarão.

No Relatório global de riscos de 2020, os ataques cibernéticos foram classificados como o quinto maior risco. O risco crescente causado significa que a segurança cibernética em 2022 se tornou de importância substancial.

Expectativa alta

Ao longo dos anos, um relevante número de empresas, pequenas e grandes, sofreram com esses ataques. De acordo com o Estudo de Custo de Cibercrime da Accenture, 43% dos ataques cibernéticos são direcionados a pequenas empresas. Como uma reação a essas movimentações, tiveram uma maior integração da cibersegurança nos negócios, muito por conta dos recentes conflitos e desvios de dados, acontecidos durante a guerra no sudeste europeu, entre Rússia e Ucrânia.

No Brasil, a situação não é muito diferente. Um estudo realizado pela consultoria PwC apontou que a maioria das empresas brasileiras planejam aumentar seus orçamentos nesse segmento em 2022, cerca de 83% das organizações devem gastar mais com segurança cibernética no próximo ano, de acordo com a pesquisa. Isso se compara com o aumento previsto nos orçamentos citados por 69% dos entrevistados.

Fica evidente ao testemunhamos um aumento de ataques cibernéticos nas empresas, um declínio acentuado dos trabalhadores em segurança cibernética. De acordo com um estudo anual da força de trabalho de cibersegurança publicado pelo (ISC)², a lacuna da força de trabalho de segurança cibernética aumentou em todas as regiões do mundo, exceto na região pacifico asiático.

Devido a esse desafio, muitas empresas têm encontrado dificuldade em empregar especialistas em segurança cibernética que, por sua vez, afetarão os níveis de proteção. Mas, apesar da seca de talentos, empresas de todo o setor privado e público têm sido assíduas, tentando lutar contra os novos desafios que vieram à tona e proteger suas organizações, mas têm encontrado cada vez mais dificuldade. 

Sendo assim, as empresas começaram a se aventurar em uma via diferente de proteção, no qual aparece em meio a uma maior conscientização dos perigos e responsabilidades das empresas com os dados de seus clientes. Os ataques cibernéticos no Brasil, por exemplo, estão entre as principais preocupações dos tomadores de decisão de negócios, com cada ameaça exigindo uma resposta diferente, novas ferramentas e treinamento para que as equipes possam estar preparadas para futuros incidentes.

Para se ter uma ideia, o mercado global foi de US$ 125,1 bilhões em 2021, devendo crescer para US$ 299,1 bilhões até 2030, crescendo a uma taxa de crescimento anual composta (CAGR) de 10,1% durante o período de previsão de 2022 a 2030, conforme os indícios do relatório “Cybersecurity Market Size, Share & Trends Analysis – Global opportunity”.

Mesmo com a elevação de investimentos em segurança cibernética, os dados colhidos PwC trazem inúmeros fatores que contrapõem a efetividade desses ornamentos, como a falta de uma compreensão mais sofisticada em torno dos riscos de terceiros e da cadeia de suprimentos envoltas no ambiente digital. 

Existem várias maneiras pelas quais se pode manter atualizado com as informações mais recentes sobre segurança cibernética, para ficar sempre um passo à frente desde seguir profissionais de segurança e influenciadores, navegar continuamente em páginas de mídia social relacionadas à esse meio, participar de eventos ao vivo úteis sobre o tema e verificar a vulnerabilidade e os feeds de aconselhamento de risco. 

Mapeamento do setor

Porém, nem tudo são notícias ruins. Os brasileiros, em contraponto, são os responsáveis por terem os melhores indicadores se comparado com os demais países nessa frente. Aproximadamente 24% das empresas em todo o mundo têm pouco ou nenhum entendimento desse tipo de risco, enquanto no Brasil representam somente 18%, tanto em termos de compreensão dos riscos quanto de realização de ações relacionadas.

As soluções de segurança cibernética são essenciais para qualquer organização detectar, monitorar, combater e relatar ameaças cibernéticas. Assim, o crescente volume de dados online está impulsionando o mercado, a implantação de plataformas baseadas em nuvem e a tendência crescente de IoT, BYOD, Inteligência Artificial e Machine Learning devem trazer amplas oportunidades inclusive de emprego. Recentemente, a Microsoft introduziu uma campanha de desenvolvimento de habilidades de segurança cibernética em 23 regiões, uma delas aqui.

O curso visa combater a alarmante escassez de profissionais de segurança na internet. Até 2025, haverá 3,5 milhões de empregos em segurança cibernética disponíveis globalmente, representando uma margem de 350% acima em um período de oito anos, conforme a Cybersecurity Ventures, pesquisadora que acompanha a economia cibernética global. 

O impacto disso surge em meio as interrupções na cadeia de suprimentos até ataques de ransomware, os cibercriminosos tornaram-se cada vez mais sofisticados e o cenário de ameaças ficou mais diversificado. Este método tornou-se lentamente uma das principais ameaças cibernéticas por vários anos e tornou-se mais prolífico. Um dos ataques de ransomware mais conhecidos foi o surto do WannaCry de 2017.

Isso afetou mais de 200.000 computadores em mais de 150 países em todo o mundo. Isso levou a custos globais de 6 bilhões de libras. A rentabilidade dos ataques de ransomware tornou as empresas de ataque através deste método uma empresa com criminosos impedindo com sucesso que os usuários acessem seus sistemas e, em seguida, exigindo e recebendo pagamentos para recuperar o acesso.
Diante desse cenário, os dados da PwC, diagnosticaram que 14% dos líderes brasileiros têm interesses e preocupações quanto à segurança ciberespaço em 2020, contra 8% em todo o mundo.

Em 2021, 50% das empresas pesquisadas afirmaram ter alocado até 10% de seu orçamento tecnológico para ações relacionadas à segurança. Aliás, a despeito disso, um terço das organizações no Brasil, se comparado com todo o mundo, tem práticas avançadas de confiança de dados, saindo-se melhor na adoção de processos e tecnologias para recursos de criptografia. Em média, 53% das empresas pesquisadas no país auditaram a segurança de terceiros ou fornecedores, enquanto menos da metade das empresas globais pesquisadas o fizeram.

Desafios para consolidação

Nos anos mais recentes, o surgimento do COVID-19 fez com que as equipes de segurança tivessem que operar em um ambiente diferente sem manter a capacidade de acessar ferramentas importantes, com os cibercriminosos aproveitando para explorar determinadas áreas. As empresas têm lutado para se adaptar ao novo clima de segurança cibernética moldado pela pandemia.Do outro lado, emergiu oportunidades benéficas para o crescimento da área a nível internacional.

Devido à crise epidemiológica, a demanda por serviços de segurança virtual obteve um crescente, justamente para evitar que as organizações roubassem dados, ao levar em conta que quase todas as transações estavam sendo realizadas através do ambiente digital. Ademais, um estudo separado publicado em fevereiro de 2021 constatou que a maioria das organizações brasileiras não conseguiram aumentar seus gastos com segurança por meio dos problemas mundiais de saúde.

Inclusive,  Marsh, empresa de consultoria em nome da Microsoft apontou que 84% das organizações não obtiveram êxito desde março de 2020 e para piorar, 30% dos entrevistados mencionaram ter percebido um crescimento nos ciberataques maliciosos.

O setor ainda está muito restrito a alguns players. A partir de um documento da Statista, pode-se reparar que os Estados Unidos detinham cerca de 36% do mercado global de tecnologia da informação e comunicação (TIC). Com uma participação de mercado de 16%, a União Europeia ficou em segundo lugar, seguida por 12%, a China ficou em terceiro lugar.

Fora desses números, segundo previsões, o segmento deverá atingir mais de US$ 6 trilhões em 2021 e quase US$ 7 trilhões até 2023. Na sociedade atual, o crescimento contínuo é outro lembrete de como a tecnologia se tornou onipresente e crucial. Nos próximos anos, os gastos tradicionais em tecnologia deverão ser impulsionados principalmente por big data e analytics, mobile, social e cloud computing.

O aumento repentino no volume de dados criou uma mudança significativa para as operações online contribuindo para o seu desenvolvimento. Exemplificando esse movimento, se observa que para 77% dos líderes brasileiros entrevistados, as organizações se tornaram muito complexas no intuito de proteção de dados (em comparação com 75% em todo o mundo). 

A questão cibernética na Ásia e no Pacífico se comparado ao nível nacional, pode-se notar que claramente há um enorme desnivelado, devido aos inúmeros e crescentes ocorridos de ameaças em âmbito virtual e também, as políticas favoráveis por parte dos governos antidemocráticos. Na China, o governo fortaleceu suas capacidades defensivas. 

Novos ares 

Precisamente por isso, segundo o relatório do Mercado de Cibersegurança 2022, houve uma reconfiguração quanto às informações mais detalhadas de fatores que influenciam a demanda, o crescimento, as oportunidades, os desafios e as restrições desse ramo. Primeiro ponto é em relação à estrutura e às perspectivas para as indústrias globais e regionais.

O relatório inclui dados sobre pesquisa e desenvolvimento, lançamentos de ferramentas, respostas de como elas reagem em escala massiva e obviamente, os locais de fomento para novos players. A análise estruturada oferece uma representação gráfica e uma quebra diagramática por delimitação, no qual o Brasil aparece muito bem cotado, tendo uma expressiva evolução.

Exatamente nesse instante é que entra a introdução de tecnologias como machine learning e inteligência artificial. As indústrias já começaram a adotar e aumentaram sua dependência da tecnologia, consolidando-a como um núcleo-chave de seus sistemas de cibersegurança. 

Essas ferramentas são uma atualização que será capaz de detectar possíveis ameaças em um ritmo mais rápido do que as pessoas podem, além de triturar dados e descobrir tendências preocupantes de atividades maliciosas. 

Por fim, a automação de segurança será capaz de detectar a existência de novas vulnerabilidades de softwares, erros de configuração e outros problemas e garantir que qualquer que seja o problema, ele será mitigado rapidamente. Esses fardos serão retirados das pessoas e, em vez disso, podem gastar seu tempo mais produtivamente focando em assuntos que poderiam ter um impacto positivo nos negócios. 

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