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Blockchain pode ajudar a proteger dispositivos médicos e dados de Saúde

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O Blockchain pode ajudar a proteger dispositivos médicos e a melhorar a privacidade do paciente, mas a chave é a implementação adequada, de acordo com um profissional de segurança da Partners Healthcare.

CIO / IDG News Service

As desvantagens incluem a desconfiança da tecnologia por causa dos problemas potenciais de desempenho e de sua associação com o ransomware e uso da BitCoin como pagamento por itens ilegais na Dark Web, disse o vice-diretor do CISO, Esmond Kane, ao público presente à SecureWorld, realizada dias atrás em Boston.

Blckchain é um livro público distribuído e inviolável de transações que tem sido usado para registrar com segurança os empréstimos, transferir ações e contratos comerciais. Funciona através de uma troca de rede de computador peer-to-peer, onde cada nó na cadeia mantém uma cópia do livro-razão e pode confiar em outras cópias por causa da forma como eles são assinados usando chaves de hash criptografadas. As transações são registradas como blocos de dados a serem adicionados à cadeia; cada bloco contém um hash criptográfico exclusivo que é usado para rastrear esse bloco, bem como outros na cadeia associada.

Dados dentro dos blocos não podem ser modificados e as cadeias são seguras por design.

Por isso, esse livro público, descentralizado e criptografado pode fazer diferença também em aplicações do setor, diz Kane. Com uso de Blockchain seria possível agilizar a resolução de conflitos de seguros saúde, o gerenciamento de dispositivos médicos que fazem uso da Internet e o fornecimento de configurações de privacidade granulares para dados médicos pessoais.

A Partners Healthcare está interessada nisso para dar aos pacientes a capacidade de definir diferentes configurações de privacidade em suas informações médicas. A mecânica não foi elaborada, mas por quebrar os registros em componentes e conceder acesso a peça por peça, haveria menos risco de privilegiar qualquer potencial destinatário.

O Bblockchain seria capaz de controlar, por exemplo, quem poderia ter acesso a certas informações, como se um empregado sofre e vem recebendo tratamento para algum transtorno psicológico, diz ele. Essa informação seri acessível à segura do paciente, longe dos olhos do empregador.

Dispositivos médicos poderiam ter dados identificadores únicos e informações sobre eles poderiam ser armazenados em um livro-razão compartilhado, acessível por outros sistemas para automatizar a manutenção e gestão, diz ele.

Bloqueios públicos e privados

O uso de blocos públicos pode ter problemas de dimensionamento, especialmente em aplicações que é usado para criptografia. Os atrasos podem ser significativos, diz Kane. Os serviços de Blockchain privados da IBM, Amazon e Microsoft, dão níveis de serviço muito melhores, diz ele.

Além disso, profissionais de tecnologia financeira dizem que o uso de Blockchain exige uma infraestrutura extra de gerenciamento de chaves, diz Kane.

Ele observa que vários Blockchain públicos têm problemas de segurança, não necessariamente por ter uma cadeia defeituosa, mas por causa de como ela foi implementada.

Como Blockchain é descentralizado, Blockchains públicos com nós em outros países podem apresentar problemas se eles não se moverem para novas bases de código à medida que revisões estiverem disponíveis.

A própria FDA (Food and Drug Administration) decidiu usar o serviço de Blockchain da IBM, junto com o Watson, para troca segura de dados de pacientes em tratamento de câncer. O IBM Watson Health e a FDA irão explorar o intercâmbio de dados de pacientes de várias fontes, incluindo prontuários eletrônicos (EMRs), ensaios clínicos, dados genômicos e dados de saúde de dispositivos móveis, wearables e a “Internet das Coisas”. Enfim, toda a informação disponível relacionada à oncologia.

“O setor de saúde está passando por mudanças significativas devido à grande quantidade de dados sendo gerados. A tecnologia Blockchain fornece uma estrutura altamente segura e descentralizada para o compartilhamento de dados que irá acelerar a inovação em todo o setor”, afirmou Shahram Ebadollahi, IBM Watson Health Chief Science Officer.

Prontuários eletrônicos (EMRs) carregam uma massa de dados, incluindo dados demográficos, tratamento e informações genômicas, e agem como repositórios para a investigação biomédica. Mas como os dados em EMRs são os mais altamente sensíveis, tem havido pouco progresso no compartilhamento de informações para pesquisa e uso clínico, para ajudar na tomada de decisão do médico.

Os pesquisadores da IBM acreditam que, mantendo uma trilha de auditoria de todas as transações em um ledger distribuído inalterável, a tecnologia Blockchain estabelece a responsabilidade e a transparência para a troca desses dados sensíveis.

“Soluções transformadoras de saúde serão possíveis quando os pesquisadores e provedores de saúde tiverem acesso a uma visão de 360 ​​graus dos dados dos pacientes. Hoje, os pacientes têm pouco acesso aos seus dados de saúde e não podem compartilhar facilmente com pesquisadores ou provedores”, afirma o cientista da IBM.

Além disso, a IBM entrevistou recentemente 200 executivos de saúde, tanto administradores de seguros quanto provedores de tratamentos médicos, e descobriu que 16% esperam ter um serviço de Blockchain comercial em escala em 2017 para compartilhar dados de forma segura.

O uso de prontuários eletrônicos padronizados e certificados tem se mostrado útil para o intercâmbio eletrônico de informações de saúde entre provedores e seguradoras. Também tem melhorado a qualidade dos cuidados e fluxo de trabalho. Além de usos mais óbvios, os dados prontuários eletrônicos também são vistos como de valor inestimável para a realização de análises farmacêuticas, médicas e de saúde em larga escala. Até a presente data, mesmo nos Estados Unidos, pouco progresso tem sido feito no uso desses prontuários por causa da privacidade dos pacientes e de questões de segurança.

No futuro, o uso de dados médicos seguros do paciente pode ser essencial para o desenvolvimento de novos medicamentos e é fundamental para permitir a medicina personalizada, onde os tratamentos médicos são adaptados a um paciente específico com base na genômica e outros fatores.

Segundo pesquisadores, o uso de dados de pacientes para treinar algoritmos de aprendizado de máquina pode melhorar drasticamente tanto a qualidade quanto o custo dos cuidados de saúde através da modelagem de simulação.

“Dar aos pacientes a oportunidade de compartilhar seus dados com segurança, para fins de pesquisa ou através de seus prestadores de cuidados de saúde, criaria oportunidades para grandes avanços na área”, disseram a IBM e a FDA, em uma declaração conjunta feita no início desse ano.

Fonte: CIO