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Uma breve história sobre Criptografia

Uma breve história sobre Criptografia

6 de julho de 2015
Criptografia tecnologia presente em muitos aplicativos

Quase todo mundo já ouviu o falar de criptografia e mesmo se não ouviu, com certeza, utiliza sem saber.

Por Fávio Medeiros*

Sites de banco, por exemplo, utilizam um protocolo (HTTPS) que utiliza criptografia para garantir a segurança do seu acesso à sua conta; outro exemplo pode ser o acesso ao seu webmail.

Mas o que realmente é criptografia?

Criptografia, junção de duas palavras gregas κρυπτός (kriptós – secreto, escondido) e γράφειν (gráfein – escrita), é, resumindo, o uso de técnicas para transformar texto ou dados legíveis em informação ilegível, que não possa ser compreendida.

E não é algo novo. Povos antigos como os espartanos e romanos fizeram uso de cifras criptográficas em suas trocas de mensagens.

Para facilitar, dividimos as cifras criptográficas em dois períodos: a criptografia clássica e a criptografia moderna.

Criptografia Clássica

Podemos chamar de criptografia clássica o período que vai desde os povos antigos, passando pela Idade Média e chegando até as máquinas eletro-mecânicas, utilizadas principalmente durante a Segunda Guerra Mundial.

Dentre as cifras clássicas mais conhecidas temos o scytale espartano, a de César e a de Vigenère. E como máquina eletro-mecânica temos a Enigma.

Scytale

A cifragem com o scytale (bastão, em grego) ou cítala espartana consistia em se enrolar uma fita de tecscytaleido em um bastão de madeira de dada largura. A frase a ser cifrada era escrita na fita no comprimento do bastão, denserolada e enviada disfarçada (como um cinto por exemplo) e ao chegar ao destino deveria ser enrolada num bastão de mesma largura para que a mensagem fosse decifrada.

Também era conhecida como bastão de Licurgo, embora alguns estudiosos citem que este tipo de cifra não passa de um mito.

 

 

Cifra de César

Uma das cifras mais conhecidas é a cifra de César, que foi utilizada por Júlio César pcaesarara se comunicar com suas tropas durante as guerras que travava.

Esta cifra é bastante simples, consiste na substituição de uma letra do alfabeto por seu correspondente três casas adiante, ou seja, a letra A é substituída pela letra D, a letra B pela letra E e assim por diante. Neste caso, o algoritmo da cifra é a troca de uma letra por outra em uma determinada posição. E a chave, neste caso, é o número 3.

Cifra de Vigenère – a cifra indecifrávelvigenere

A cifra de Vigenère (atribuída equivocadamente a Blaise de Vigenère) foi descrita primeiramente pelo italiano Giovan Battista Bellaso, em 1553, em sua obra La cifra del. Sig. Giovan Batista Bellaso e por muito tempo foi considerada como le chiffre indéchiffrable (a cifra indecifrável) quando, em meados do século XIX, Charles Babbage e Friedrich Kasiki encontraram um método de resolvê-la.

Seu processo de cifragem é assim: o usuário cifrará a mensagem com uma chave alfabética; caso a quantidade de caracteres da chave for menor que o tamanho de caracteres da mensagem, a chave será repetida até ambas terem a mesma quantidade de caracteres. Fazendo uma relação entre as duas (a mensagem e a chave), cada letra da mensagem será cifrada com um alfabeto definido pelo caracter da chave ao qual estará relacionada.

A máquina Enigma

Até o início do século XX as cifras desenvolvidas podiam ser solucionadas sem a necessidade de uma máquina, bastava tempo e dedicação.

Mas, com o surgimento da mecanização, algumas máquinas foram desenvolvidas com o intuito de acelerar tanto o processo de cifragem/decifragem como em dificultar a criptoanálise das mensagens cifradas.enigma

Dentre estes equipamentos o mais conhecido é a máquina Enigma, utilizada pelos alemães durante a Segunda Guerra Mundial.

A Enigma lembra um pouco uma máquina de escrever, onde ao invés de colocar o resultado no papel, o mesmo era mostrado em um painel luminoso com os caracteres do alfabeto. A chave usada para cifrar/decifrar uma mensagem era configurada por meio de rotores eletromecânicos (3 ou mais) que podiam ser alterados conforme a necessidade para formar a chave.

Foi considerada como impossível de se decifrar uma mensagem cifrada com a Enigma.

Sua quebra só foi possível devido a esforços de poloneses e ingleses, sendo Alan Turing o mais lembrado em ter trabalhado na quebra da cifragem da Enigma.

A partir daqui a criptografia não seria mais a mesma.

Num próximo artigo, vamos fazer um breve resumo da criptografia moderna.

 

Fávio Medeiros*

  • Formado em Tecnologia em Telemбtica pelo CEFET-CE e com Especializaзгo em Criptografia pela UFF, trabalho como Técnico de Informatica no MPF.
  • Autor de alguns artigos sobre programaзгo JavaME e dispositivos portбteis (PDA) para a revista WebMobile.
  • Mantem com artigos com a linguagem de programaзгo Python, ediзгo de livros digitais, alйm de coisas pessoais. blog pessoal: http://siriarah.wordpress.com

Fábio Medeiros@siriarah