Hoje em dia, a internet é um dos nossos mais importantes recursos públicos ao redor do mundo. É aberta, livre e essencial para a nossa vida diária. É onde conversamos, jogamos, compramos e realizamos operações financeiras. É também onde podemos criar, aprender e organizar.
Tudo isso é possível graças a um conjunto de princípios básicos, como a crença de que a segurança individual e privacidade na internet são fundamentais.
Neste contexto, a Mozilla dedica seus esforços na defesa estes princípios e em manter a internet como um recurso público global, inclusive alertando para possíveis ameaças. Recentemente, uma dessas ameaças contra a internet aberta ganhou destaque: os esforços para minar a criptografia.
A criptografia é um elemento-chave para uma internet saudável. Ela trata da codificação de dados, de modo que apenas pessoas com um acesso especial podem desbloqueá-la, como o remetente e o destinatário desejado da mensagem. Os internautas dependem da criptografia todos os dias, muitas vezes sem perceber, e isso permite coisas incríveis. Ela protege as contas de e-mails, consultas de pesquisa online e dados médicos. Além disso, permite fazer compras e realizar operações bancárias online com segurança e protege jornalistas e suas fontes de informação, ativistas de direitos humanos e denunciantes.
Para Mark Surman, diretor executivo da fundação Mozilla, a criptografia não é um artigo luxo – é uma necessidade. “Por este motivo é que a Mozilla está encarando essa prática com seriedade. Ela é parte do nosso compromisso para proteger a internet como um recurso público, aberto e acessível a todos”, afirma.
Agências governamentais e autoridades ao redor do mundo estão propondo políticas que irão prejudicar a segurança do usuário por meio do enfraquecimento da criptografia. A justificativa para essas mudanças muitas vezes é que uma forte criptografia beneficia e ajuda a proteger pessoas mal-intencionadas. Na verdade, uma criptografia forte é essencial para todos os internautas. “Respeitamos as preocupações dos agentes da lei, mas acreditamos que as propostas de enfraquecimento da criptografia – especialmente referente aos backdoors – prejudicaria seriamente a segurança de todos os usuários da Internet”, defende Surman.
A Mozilla está continuamente abrindo caminho para projetos como o Let’s Encrypt, uma Autoridade Certificadora (CA) aberta, dedicada a facilitar a execução de um site criptografado. Desenvolvida em colaboração com a fundação Electronic Frontier, Cisco, Akamai e muitas outras empresas de Tecnologia. A Let’s Encrypt é um exemplo de como a Mozilla usa a tecnologia para garantir que todos estão mais seguros na internet.
No entanto, à medida que mais e mais governos propõem medidas como do backdoors, a tecnologia sozinha não será suficiente. Será necessário o envolvimento da comunidade Mozilla e do internauta em geral. O engajamento do usuário será essencial para mostrar às autoridades que a privacidade individual e de segurança online não podem ser tratadas como uma opção.
Todas as pessoas e empresas que defendem esse princípio podem desempenhar um papel crucial se abraçarem e disseminarem essa mensagem. “Sabemos que este é um caminho difícil. A maioria das pessoas sequer sabem o que é criptografia. Ou acreditam que não há muito que se possa fazer para defender a privacidade online. Ou ambos os casos”, afirma o diretor executivo.
Por conta disso, a Mozilla iniciou uma campanha pública de educação com o apoio da sua comunidade ao redor do mundo. As iniciativas, que acontecerão nas próximas semanas, incluem o lançamento de vídeos, blogs post e atividades com o objetivo de aumentar o conhecimento do cidadão sobre a criptografia. O primeiro vídeo já está disponível e mostra a importância do controle das nossas informações pessoais. “Queremos que as pessoas assistam e utilizem o vídeo para iniciar uma conversa com amigos e familiares. Dessa forma, todos poderão pensar mais sobre privacidade e segurança online”, destaca Surman.
A Mozilla acredita que, se pudermos educar milhões de internautas sobre os conceitos básicos da criptografia e sua conexão com nossas vidas cotidianas, será possível ter um público consciente e que irá defender seus direitos no momento que for necessário. Mark acredita ainda que esse momento está chegando em muitos países ao redor do mundo. “As pessoas podem colaborar assistindo, compartilhando e incentivando conversas sobre os vídeos que iremos postar nas próximas semanas”.