Deep web, o submundo da internet e os crimes anônimos
22 de março de 2019No dia 12 de março, a internet completou 30 anos e foram muitas evoluções nesse percurso: a criação do Protocolo de Internet (IP), o início do World Wide Web (www), a migração de internet discada para banda larga, conexão através de celulares por meio do 4G, redes sociais, entre tantos outros avanços e novidades que a tecnologia já proporcionou e continua proporcionando para o universo digital.
Por Bruno Prado*
Estudos estimam que a deep web seja 500 vezes maior que a surface web. E assim como no mundo real, o mundo virtual também tem seu lado obscuro.
Muitas pessoas se aproveitam desse submundo, que não pode ser encontrado pelos mecanismos de buscas convencionais, para incitar violência, cometer crimes, vender bens, serviços e conhecimentos ilícitos.
Exemplo disso foi uma das repercussões do ataque na escola de Suzano (Grande São Paulo), que aponta uma possível conexão dos atiradores com os fóruns da deep web.
O Ministério Público de São Paulo está investigando se os integrantes do fórum “Degolachan” teriam auxiliado os jovens a cometerem a chacina. De acordo com o que já foi apurado, eles teriam recebido informações de local para conseguir as armas e dicas de como cometer o crime.
A deep web é repleta de fóruns que discutem assuntos como prática de crimes e onde circulam diversos conteúdos fraudulentos como venda ilegal de cartões de crédito, celulares, cédulas falsas, roubo de identidade etc.
Dessa maneira, empresas e usuários comuns acabam sendo fraudados por criminosos que não podem ser identificados.
Uma prática comum entre os cibercriminosos é a utilização de logins e senhas de usuários reais para fazer compras online com cartão de crédito roubado. O que acontece é que muitas empresas ainda não estão preparadas para identificar esse tipo de prática.
Para que isso seja possível, elas precisam investir em inteligência e soluções para antecipar uma possível fraude. No caso de compras com cartão roubado, por exemplo, é possível se antecipar e checar se ele pertence a uma lista de cartões vazados na deep web, através de softwares que realizam o monitoramento em tempo real desse tipo de informação.
Se o cartão estiver em alguma dessas listas, é possível identificá-lo através do número e solicitar ao banco o bloqueio, assim prejuízos são evitados.
O consumidor, por sua vez, precisa estar atento e evitar ao máximo compartilhar senhas, informações de login, conta bancária, número de cartão de crédito e outros dados pessoais na internet de forma geral, em equipamentos, aparelhos e aplicativos em que a procedência da conexão seja desconhecida.
*Bruno Prado é fundador e CEO da UPX Technologies