No evento, CNseg lançou cartilha sobre o projeto do governo de unificação de informações trabalhistas, fiscais e previdenciárias
Uma cartilha para orientar as empresas do mercado e um workshop sobre o tema marcaram, nesta quarta-feira (5), a inclusão do eSocial na agenda institucional do mercado segurador. Tanto a cartilha, quanto o evento foram promovidos pela CNseg para jogar luz sobre um assunto que dominará os debates do mundo corporativo nos próximos anos, dados os ajustes necessários para cumprir os termos do eSocial.
A chamada Cartilha eSocial é uma iniciativa da Comissão de Recursos Humanos da CNseg, está disponível no portal da Confederação (para consultas ou download, clique aqui) e lista as principais ações que as empresas deverão adotar. “Como o tema ainda é desconhecido da maioria das pessoas, a criação da cartilha visa apoiar as empresas do setor na implantação do eSocial, listando os pontos mais importantes para que possam começar seu projeto a fim de atender este regulamento”, frisa Sandro da Costa Moreira, coordenador do GT eSocial da CNseg.
O eSocial é um projeto do Governo Federal que planeja unificar as informações trabalhistas, fiscais e previdenciárias de cada empregado. Após adiado, dado sua complexidade, a previsão do governo é de que o eSocial vigore a partir de 2016. “O cronograma prevê a fase de desenvolvimento e testes durante o ano de 2015 e implantação, obrigatoriedade e substituição da GFIP ao longo de 2016”, adianta José Maia, auditor fiscal do Ministério do Trabalho e Emprego.
As primeiras adesões ao eSocial serão das empresas com receita anual acima de R$ 78 milhões, englobando depois o grupo com faturamento acima de R$ R$ 3,6 milhões e o restante gradualmente, segundo o cronograma mais recente do eSocial.
Coube à superintendente de Relações com o Mercado da CNseg, Maria Elena Bidino, representando a diretora executiva da CNseg, Solange Beatriz Palheiro Mendes, abrir o “Workshop sobre eSocial”, promovido pela CNseg, no auditório da Escola Nacional de Seguros, e dar ciência ao mercado da criação da cartilha.
Cerca de 140 pessoas participaram do evento, a grande maioria de profissionais de Recursos Humanos das seguradoras, de Previdência Privada, de Capitalização e de Saúde Suplementar. O workshop, dividido em dois painéis, reuniu um time de especialistas. Além de Sandro Moreira e José Maia, participaram dos debates Ailton Leme de Oliveira, especialista em Integração de Processos da General Motors, e consultor Fábio João Rodrigues, avaliando “o eSocial e seus impactos”, tema do primeiro painel. No segundo, foi discutido “Como as empresas do setor de seguros estão se preparando”.
Os debates do workshop e a cartilha da CNseg mostram que as empresas terão de efetuar uma sintonia fina na rotina operacional para atender às exigências do projeto. Afinal, o eSocial reunirá todas as declarações, resumos para recolhimento de tributos da relação trabalhista ou previdenciária, além de informações relevantes sobre o contrato de trabalho, escreve a cartilha. Uma centralização que trará ganhos tanto para quem envia, dada a perspectiva de redução da burocracia, quanto para o Fisco.
Na avaliação do auditor José Maia, o eSocial representa “uma nova era nas relações entre empregadores, empregados e governo. Temos a crença de que o eSocial será um divisor de água na vida do trabalhador brasileiro. Talvez, desde a criação da carteira de trabalho, esta é a iniciativa mais importante para os trabalhadores”, assinalou ele.
A seu ver, o novo modelo de reporte das informações trabalhistas, fiscais e previdência oferece várias vantagens. Entre outros, o registro da informação no momento de seu nascedouro; a captura de informações consistidas (batimentos e análise “semântica”); a segurança na guarda das informações; geração da Guia de recolhimento a partir da folha; integração dos processos da empresa; e flexibilidade no envio e retificação das informações.
Da esquerda para a direita, na mesa: Josélis Lira, da Porto Seguro; Elaine Brandão, da SulAmérica, Andréia Bessa, da Liberty Seguros e Juliana Carvalho, da ASIS Projetos
No 2º painel do evento, foram relatadas algumas das ações adotadas pelas seguradoras tendo em vista o eSocial. A SulAmérica, por exemplo, de acordo com sua representante na mesa, Eliane Brandão (gerente de RH da Sul América), montou um núcleo do eSocial ligado diretamente à gerência de RH, tendo como maior preocupação a unificação dos sistemas de pagamento. Para montar o projeto junto com representantes das áreas envolvidas, foi contratada uma consultoria especializada.
Para tratar das questões referentes ao eSocial, a Porto Seguro também criou um comitê especial, sob a coordenação de um gerente de projeto, dividindo o processo em quatro frentes: cadastral, processos, sistemas e comunicação, detalhou Josélia Lira Soares da Silva.
Já Andréia Bessa, gerente de Administração e Benefícios da Liberty Seguros, informou que o gerenciamento da implantação do eSocial ficou por conta da área de projetos da seguradora, que estruturou um curso sobre o tema via internet, para líderes e funcionários, por entender que o maior desafio é o da mudança de cultura.
Com seus mais de 100 mil funcionários, o grande desafio para o grupo Bradesco, segundo a gerente executiva Selma Xavier dos Santos, foi garantir o funcionamento eficiente dos sistemas para todas as empresas da organização.
Quem também participou do painel foi a consultora de mapeamento de processos Juliana Carvalho, da ASIS Projetos, que apontou os erros mais comuns das empresas na implantação do eSocial, como o cadastro das rubricas e dos cargos.[3]
Encerrando o evento, José Maia declarou-se surpreso com o fato de cada empresa ter dado uma ênfase diferente para cada fase do processo. Ele afirmou que, com o eSocial, muitas informações ricas, mas que ficavam arquivadas nos fundos das gavetas das empresas, poderão ser mais bem aproveitadas.
Fonte: www.segs.com.br eSocial é debatido pelo mercado segurador