Educação, diversidade e inclusão: a base das finanças descentralizadas

Por Thales de Freitas, CEO da Bitso no Brasil

Em um mundo onde a mudança é a única constante, não podemos mais considerar as finanças como o domínio de um único gênero. Principalmente quando falamos de um novo sistema financeiro digital e descentralizado, guiado pela liberdade e pela inovação, a diversidade torna-se um aspecto essencial. O universo cripto é diverso por natureza.

Valorizamos a liberdade de escolha e a multiplicidade. Serviços e produtos inovadores são criados por e para pessoas de diferentes origens, etnias, religiões, gêneros… E vemos isso se tornar cada vez mais evidente mesmo em setores que historicamente tiveram maior participação masculina, como finanças e tecnologia. Cada vez mais mulheres estão apostando na tecnologia a serviço da inclusão financeira para descentralizar suas finanças e, com ela, o gênero.

Um recente estudo (Global Gender Gap Report) mostrou que o envolvimento das mulheres na criptoeconomia é cada vez maior, mas elas ainda enfrentam um grande desafio em relação ao acesso desigual ao conhecimento. 92% das mulheres pesquisadas já ouviram falar sobre criptomoedas, cerca de um quarto já investiu em alguma e mais de um terço pretende comprar criptomoedas em 2022. No entanto, 80% das mulheres ainda acham o tema difícil de entender e 72% acreditam que investir é muito arriscado.

Como líderes de um mercado em ampla expansão, temos a oportunidade e o dever de promover a diversidade, a equidade e a inclusão, para tornar cripto cada vez mais útil para as pessoas. Um sistema acessível e aberto é um sistema inclusivo, onde todas as pessoas têm a liberdade de ser quem realmente são e a oportunidade de serem capacitadas igualmente. Trabalhamos para quebrar o status de que os modelos financeiros nos determinam e que são “apenas para alguns”.

Nesse ponto, a educação financeira e a criação de treinamentos e produtos com perspectiva de gênero tornam-se indispensáveis. Informação, gestão de riscos, investimento em plataformas seguras e confiáveis também fazem parte dessa fórmula. Sim, informação é poder. É hora de educar e, ao mesmo tempo, desmistificar.

É por isso que incentivamos iniciativas que visam esses propósitos. É uma questão de olhar em volta, perceber como as mulheres estão liderando diversas conversas nesse sentido e, portanto, criar um poder absolutamente transformador na indústria. Há um impulso contínuo na adoção de criptomoedas pelas mulheres e por um público cada vez mais diverso.

Vejo isso no meu dia a dia, desde desenvolvedores de software para nossa plataforma, até especialistas em criptomoedas na área jurídica, finanças e engenharia, cada vez mais mulheres fazendo parte deste universo. Nossa CFO, por exemplo, é referência no mercado! É essa diversidade de ideias, experiências e culturas que promove a inovação.

E é assim que vamos mudar o mundo. Um passo e um criptoativo de cada vez. Para termos sucesso nesta missão, precisamos de todos a bordo: uma tripulação múltipla e diversa, trabalhando junta, com inclusão e equidade. Reduzir a lacuna financeira, assim como a diferença de gênero, é tarefa de todos: público, privado, ONGs, pessoas físicas, eu e você. Eu pergunto mais uma vez: ainda há trabalho a ser feito? Claro! Mas temos certeza de que a mudança já começou.

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