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O mercado da biometria – Por Ricardo Abboud

15 de abril de 2019

Diante de fraudes em documentos de identificação e roubo de identidade, com novas ameaças como terrorismo ou crimes cibernéticos, e diante das mudanças abrangentes nas regulamentações internacionais, novas soluções tecnológicas vêm sendo implementadas gradualmente

Por Ricardo Abboud*

A biometria é uma dessas tecnologias, que se estabeleceu como o meio mais eficaz de se identificar e autenticar indivíduos de maneira confiável e rápida, por meio do uso de características únicas.

Ricardo Secco Abboud

O mercado de biometria globalmente deverá atingir US$ 50 bilhões até 2024, de acordo com a Global Markets Insights. Biometrias não relacionadas a impressões digitais serão responsáveis pela maior participação no mercado da biometria, ultrapassando US$ 18 bilhões até 2024.

Aplicações biométricas em segurança e setores governamentais na América do Norte estão impulsionando as tendências do mercado regional.

De fato, de acordo com o estudo, a América do Norte, com os Estados Unidos no comando, representará mais de 30% da quota global da indústria biométrica em 2024.

A região Ásia-Pacífico (APAC) também testemunhará um crescimento sólido da tecnologia biométrica. Iniciativas governamentais como o CRIC (China Residente Identity Card) com seu impulso para o reconhecimento facial ou o Aadhaar, documento único de identidade indiano, favorecerão muito a comercialização da indústria de biometria na APAC.

Categorias de biometria

Existem duas categorias de características biométricas: fisiológicas e comportamentais. Dentro das fisiológicas, os aspectos analisados podem ser morfológicos (impressões digitais, formato da mão, dos dedos, padrão de veias, olho – íris e/ou retina – formato da face, etc.) ou biológicos (DNA, sangue, saliva ou urina), estes mais comumente utilizados por equipes médicas e polícia forense.

Já as características Comportamentais envolvem o reconhecimento por voz, padrão de assinatura (velocidade de movimento da caneta, acelerações, pressão exercida, inclinação), padrão de digitação, modo de usar objetos, andar, som de passos, gestos etc.

As diferentes técnicas utilizadas são objeto de pesquisa e desenvolvimento contínuos e são constantemente aprimoradas.

No entanto, nem todos os diferentes tipos de medições têm o mesmo nível de confiabilidade: medições fisiológicas são geralmente preferidas por oferecer o benefício de permanecer mais estável ao longo da vida de um indivíduo e não estarem sujeitas aos efeitos do estresse quando comparados com a identificação por medição comportamental.

Aplicação da lei e biometria

Estas aplicações são predominantemente utilizadas por autoridades nacionais, uma vez que o registro biométrico e a gestão dos dados de uma população exigem um enquadramento legal e técnico rigidamente regulado.

Por exemplo, podemos citar o sistema de identificação criminal AFIS (Automated Fingerprint Identification System) que processa, armazena, pesquisa e recupera imagens de impressão digital e registros de cidadãos.

Hoje os Sistemas Automatizados de Identificação Biométrica (ABIS) podem criar e armazenar informações biométricas que correspondem a modelos biométricos para face, impressões digitais e íris.

O reconhecimento facial em tempo real, capaz de identificar pela face face alguém em uma multidão ao vivo ou em vídeos gravados, também está ganhando interesse da segurança pública, em cidades, aeroportos e fronteiras, como no caso do passaporte eletrônico, no qual duas impressões digitais são armazenadas, além da foto do passaporte.

Muitos países criaram infraestruturas biométricas para controlar os fluxos migratórios de e para seus territórios: scanners de impressão digital e câmeras nos postos de fronteira capturam informações que ajudam a identificar viajantes que ingressam em um país de maneira mais precisa e confiável.

Em alguns países, o mesmo se aplica aos consulados para pedidos de visto e renovações. Como exemplos conhecidos desta aplicação podemos citar: Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos – o maior do seu tipo no mundo – e o EURODAC, da União Europeia, que mantém dados biométricos para os requerentes de asilo e é utilizado por 32 países europeus.

Cuidados de saúde e subsídios

Existem outras aplicações, principalmente documentos de identidade nacionais, difundidas em países da Europa, Oriente Médio e África, para programas de identidade e seguro de saúde, como no Gabão.

Com esses documentos de identidade biométricos, as impressões digitais são usadas para confirmar a identidade do portador do documento antes que ele ou ela tenha acesso a serviços governamentais ou de saúde.

Identidade Civil e registro populacional

As bases de dados AFIS, frequentemente ligadas a uma base de dados de registros civis, asseguram a identidade e unicidade do cidadão em relação ao resto da população de uma forma fiável, rápida e automatizada. Eles podem combinar impressões digitais, foto e captura de íris para maior confiabilidade.

O projeto indiano Aadhaar é emblemático na história do registro biométrico. É, de longe, o maior sistema de identificação biométrica do mundo e pedra angular do rígido sistema de identificação e autenticação na Índia.

O Aadhaar é um número de identificação de 12 dígitos único, emitido para todos os residentes indianos, e é baseado em seus dados biográficos e biométricos (uma fotografia, dez impressões digitais, captura das duas írises).

Cartões de identificação inteligente

Tokens e cartões inteligentes (IDs ou cartões bancários) são cada vez mais usados como parceiros ideais para um sistema biométrico.

Há agora a integração do scanner de impressão digital nos cartões inteligentes, otimizando a forma de autenticar pessoas, de maneira mais segura e conveniente.

Esses cartões de sensores biométricos abrem uma nova dimensão na identificação com um dispositivo fácil de usar, portátil e seguro.

Eles foram lançados ano passado pelo Bank of Cyprus e pela Gemalto e garantem a segurança no pagamento por chips de contato.

Eles usam o reconhecimento de impressões digitais em vez de um código PIN/senha para autenticar o titular do cartão. Os cartões também podem ser adaptados para oferecer suporte a serviços de verificação de identidade pessoalmente ou online.

Como os dados biométricos do usuário são armazenados no cartão e não em um banco de dados central, os detalhes do cliente são fortemente protegidos caso o banco sofra um ataque cibernético.

Da mesma forma, se o cartão for perdido ou roubado, a impressão digital do titular não poderá ser replicada. Uma coisa é certa: a biometria fornece evidências irrefutáveis da conexão entre o documento e seu detentor.

Ricardo Abboud – Gerente de Vendas para programas governamentais do Brasil, Unidade de Negócio DIS da Thales

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