[Ouça] Biometria facial: caminho sem volta – Por Márcio Nunes
20 de agosto de 2018Biometria facial: caminho sem volta
O mercado brasileiro deve chegar este ano a marca de 5 milhões de certificados digitais emitidos com captura, extração e comparação biométrica facial e de impressão digital como fator de autenticação.
Com isso, a combinação entre certificados digitais e biometria deve garantir a segurança e a confiabilidade de dezenas de milhões de transações digitais a serem realizadas em todo o País.
A biometria passou a ser requisito de segurança para certificados digitais em 2016. Naquele ano, os postos emissores de certificados passaram a coletar biometria facial e impressões digitais para serem utilizados com fatores de autenticação de segurança. Desde então, todos os cadastrados na base da ICP-Brasil passaram a ser identificados por meio da biometria e cada certificado passou a ser emitido com base em um cadastro de informações biográficas e biométricas.
Na prática, o uso da biometria eliminou o tempo que anteriormente era dedicado para a conferência e validação das identidades. De um lado, o uso da biometria simplificou o processo de emissão e, de outro, ampliou a proteção aos titulares dos certificados. Um dos principais papéis de qualquer sistema de segurança é garantir disponibilidade, autenticidade e integridade do ecossistema digital, propiciando um ambiente de confiança transacional.
Saber quem é, se realmente é quem se apresenta ser e como tornar imutável a vontade e expressão digital de cada interação, permite criar serviços digitais cada vez mais confiáveis e escaláveis. Mais que isso, em um mundo de bilhões de uns, é fundamental que os sistemas de identificação tratem dados biográficos e biométricos como combustível necessário para dar acesso às informações, privilegiando a proteção e privacidade da experiência digital.
Fazendo uso da biometria, o certificado digital assina e criptografa as informações com privacidade e autenticidade em termos de autoria, respaldados por um arcabouço normativo e legal que garante a presunção de validade jurídica de qualquer vontade digital expressa por uma pessoa física em um ato particular ou profissional.
Ao combinar a biometria e o certificado digital como métodos de identificação fisiológica e positivação digital durante as diversas iterações de um usuário, um novo patamar de segurança é estabelecido, criando realmente ambientes digitais muito mais confiáveis e melhorando ainda mais a experiência de uso. Neste caso, a balança da conveniência e da segurança podem se equilibrar melhor, estabelecendo ambientes digitais realmente produtivos e eficientes.
A aposta na adoção desta tecnologia vem crescendo a passos largos no Brasil e em outros países. Diversos segmentos, tais como bancário, varejo, segurador, saúde, entre outros, já estão usufruindo a ferramenta que, em poucos anos, se tornará obrigatória.
Márcio Nunes, diretor geral da Valid Certificadora e Cio da Valid global.
Desmistificando o Certificado Digital – Entrevista com Marcio Nunes