A CBF pressiona os clubes para implementarem o reconhecimento facial e participa de campanha contra o racismo
25 de setembro de 2023A escolha de bons fabricantes e desenvolvedores de tecnologia biométrica para ser utilizado no reconhecimento facial nos estádios de futebol é essencial para que o acordo assinado ontem, 24 de setembro de 2023, entre os Ministérios da Igualdade Racial e o Ministério do Esporte com a Confederação Brasileira de Futebol em torno do combate ao racismo e promoção da igualdade racial no futebol seja celebrado
A lei geral do esporte, sancionada em junho de 2023 – LEI Nº 14.597, DE 14 DE JUNHO DE 2023, determina que os estádios de futebol com capacidade acima de 20 mil pessoas devem utilizar obrigatoriamente a biometria facial como meio de acesso. Esse prazo é de dois anos, a partir da publicação da lei.
Como publicamos anteriormente no artigo: A Biometria Facial já é realidade para coibir violência nos estádios de futebol. O problema é grave e recorrente e que já ceifou várias vidas tirando a tranquilidade do torcedor em ir ao estádio acompanhado por seus familiares.
Em um esforço para combater esse problema, o governo federal, a CBF – Confederação Brasileira de Futebol e os clubes de futebol estão trabalhando para implementar o reconhecimento facial como medida de segurança nas entradas dos estádios.
O reconhecimento facial utiliza a tecnologia biométrica para identificar pessoas a partir de características de seu rosto. Essa tecnologia é amplamente utilizada em diversos setores, como segurança pública, controle de acesso e marketing. Acesse a coluna especial do Crypto ID sobre Biometria e saiba mais sobre esse tema.
No contexto dos estádios de futebol, o reconhecimento facial pode ser usado para identificar torcedores com antecedentes criminais, torcedores proibidos de entrar no estádio e torcedores que estão sendo procurados pela polícia. Essa tecnologia também pode ser usada para controlar o fluxo de pessoas nas entradas dos estádios, o que pode ajudar a evitar tumultos e confusões.
Ricardo Cadar CEO da Bepass, empresa que é uma das principais fornecedoras desse serviço para estádios de futebol no Brasil, apresentou recentemente a palestra: A revolução dos acessos por Biometria Facial. O case de uso de biometria em estádios de futebol foi apresentado durante a BioCon que Conferência Global Biométrica da Innovatrics este ano realizado no Brasil, na cidade de São Paulo.
A Bepass já fornece seu sistema para o Allianz Parque, estádio do Palmeiras, e está em negociações com outros clubes brasileiros.
Vantagens do reconhecimento facial em estádios de futebol
O reconhecimento facial oferece uma série de vantagens para a segurança nos estádios de futebol, incluindo:
- Maior segurança: o reconhecimento facial pode ajudar a identificar torcedores com antecedentes criminais, torcedores proibidos de entrar no estádio e torcedores que estão sendo procurados pela polícia.
- Controle de acesso: o reconhecimento facial pode ser usado para controlar o fluxo de pessoas nas entradas dos estádios, o que pode ajudar a evitar tumultos e confusões.
- Facilitação do acesso: o reconhecimento facial pode tornar o acesso aos estádios mais rápido e eficiente.
“Acredito que o reconhecimento facial seja importante para o combate à violência nos estádios de futebol brasileiros. A tecnologia biométrica avança em todos os setores como financeiro, comércio, saúde, transporte, entre outros, e pode ajudar a identificar e impedir a entrada de torcedores violentos nos estádios. Além disso, o reconhecimento facial pode tornar o acesso aos estádios mais rápido e eficiente, o que pode reduzir a ansiedade e o estresse dos torcedores, que muitas vezes enfrentam filas longas e tumultuadas. Adicionalmente, a biometria possibilitará aos grandes clubes coibir a fraude de identidade do sócio torcedor, assim como pode acabar com a ação de cambistas”, declara Regina Tupinambá sócia fundadora do maior portal de identificação digital do Brasil, Crypto ID.
A CBF já está pressionando os clubes a implementar o reconhecimento facial. A Bepass, por sua vez, está trabalhando para expandir sua oferta de serviços para outros clubes brasileiros.
O reconhecimento facial é uma tecnologia promissora para melhorar a segurança nos estádios de futebol brasileiros. No entanto, é importante considerar os desafios dessa tecnologia.
” A implementação do reconhecimento facial deve ser feita de forma transparente e responsável. Os torcedores devem ser informados sobre como seus dados pessoais serão coletados e utilizados. Além disso, é importante que a tecnologia seja utilizada de forma justa e não discriminatória. Uma forma de respeitar as diferenças é contratar fornecedores de softwares e hardwares biométricos que utilizam, comprovadamente, a tecnologia biométrica de ponta evitando que pessoas sejam discriminadas e excluídas”, complementa, Regina Tupinambá.
Quando um leitor biométrico não consegue ler digitais não significa que o problema seja das pessoas
“Leitores biométricos com baixa resolução enfrentam dificuldades para identificar as pessoas, com dedos secos, frios, sujos, empoeirados, engordurados ou com digitais desgastadas por uso de produtos químicos. O mesmo ocorre com o reconhecimento facial. Uma camera ruim causa uma série de problemas de identificação e o mais grave é que pode descriminar pessoas com tons de pele diferente de branco. Desta forma, ao contratar um projeto, os fornecedores precisam ser muito bem selecionados para que o investimento em projetos biométricos não deixe de entregar o retorno esperado, concluí Regina Tupinambá.
Combate ao racismo e promoção da igualdade racial no futebol
Os Ministérios da Igualdade Racial e o Ministério do Esporte assinaram no domingo ontem 24 de setembro de 2023, com a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) um protocolo de intenções para o combate ao racismo e promoção da igualdade racial no futebol. O acordo foi celebrado durante o jogo São Paulo x Flamengo, pela final da Copa Betano do Brasil 2023 no Estádio do Morumbi.
A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, o ministro dos Esportes, André Fufuca e o presidente da Confederação Brasileira de Futebol, Ednaldo Rodrigues, participaram do evento.
André Fufuca defendeu um esforço de todos os envolvidos para fazer história, com uma política efetiva de combate ao racismo no futebol e em todas modalidades no geral.
“Sermos reconhecidos pela capacidade de coibir esse mal. E não apenas coibir, mas abolir essa questão do racismo. O racismo deve ser abolido dos campos e também fora dos campos. É dessa maneira que nós teremos uma sociedade mais fraterna e justa. Tenho certeza de que hoje, no momento que damos os braços para a CBF, nós estamos visando ao futuro do esporte mais justo, fraterno, sem violência”, assinalou.
Com os infindáveis casos de racismo dentro e fora do país, as duas pastas já dialogavam desde o mês de fevereiro no grupo de trabalho “Esporte Sem Racismo”, que também envolve o Ministério da Justiça e Segurança Pública para estabelecer esforços conjuntos para o combate do racismo e para a promoção da diversidade e inclusão racial no futebol. Segundo levantamento do Observatório da Discriminação Racial do Futebol, foram registrados 90 casos de ofensas raciais em 2022, contra 64 em 2021. Um aumento de 40%. O Regulamento Geral de Competições da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) para 2023 indica punição a casos de discriminação, que pode variar de uma advertência até a perda de pontos.
O grupo de trabalho foi criado por portaria em 16 de junho de 2023, e entregou no último mês o relatório com as seguintes missões: realizar programas transversais de combate ao racismo e de promoção da inclusão da população negra nos esportes a serem executados pelos órgãos competentes da administração pública federal; propor estratégias de integração entre as políticas públicas de igualdade racial, esporte e promoção e acesso à justiça e promover diálogo intersetorial no âmbito governamental e com atores da sociedade civil voltado para a replicação de práticas racistas.
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