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A Britcham realizou palestras em torno de um tema que aflige o setor púbico e o mundo empresarial: a segurança no ambiente online

Com a participação de Carlos Lima, head de Defesa e Segurança do Governo Britânico, e de Marta Schuh, diretora técnica de Cyber Insurance da Marsh, reunião discutiu estratégias para driblar ataques hacker

A Câmara Britânica de Comércio e Indústria (Britcham) reuniu empresários e executivos para palestras em torno de um tema que aflige o setor púbico e o mundo empresarial: a segurança no ambiente online.

O evento, que teve apresentação de Ana Paula Vitelli, presidente da Britcham, contou com duas importantes palestras: a de Carlos Lima, head de Defesa e Segurança do Governo Britânico, e a de Marta Schuh, diretora técnica de Cyber Insurance da Marsh.

Carlos ressaltou que o Governo Britânico vem fazendo um trabalho forte e ativo em torno da cibersegurança, com apoio em estatísticas e informações.

Ele afirmou que apesar do tema ser frequentemente abordado, ainda falta bastante conhecimento técnico, até em nível sênior.

Para o profissional, ‘’deve haver mais resiliência das empresas em torno desse assunto, com ajuda, suporte e informações robustas para que os profissionais possam trabalhar para evitar ataques desse nível’’.

Os dados que Lima apresentou são alarmantes: quase quatro em cada dez (39%) empresas e três em cada dez (30%) instituições identificaram uma violação ou ataque de segurança cibernética nos últimos doze meses.

Vale lembrar que empresas e instituições maiores são mais propensas a identificar uma violação ou ataque do que empresas e instituições menores.

Outro fator alarmante que Carlos trouxe em sua palestra: ‘’considerando apenas empresas de médio e grande porte, o custo médio estimado de todos os ataques cibernéticos com resultado material nos últimos 12 meses foi de £ 19.400’’.

Em compensação, Lima afirmou que o avanço na cibersegurança nos últimos anos é notável. ‘’Em 2016, 69% das empresas investiam em proteger seus dados, enquanto em 2022, 82% das empresas já apostam em programas para proteção no ambiente cyber’’.

Ainda assim, 36% das empresas não tomam nenhuma providência no quesito cibersegurança.

Marta Schuh, diretora técnica de Cyber Insurance da Marsh.

Depois de Carlos, foi a vez de Marta Schuh, diretora técnica de Cyber Insurance da Marsh, fazer sua palestra. Para ela, ‘’hoje em dia, dependemos tanto da tecnologia quanto da eletricidade’’.

A rápida digitalização está expondo as economias a vulnerabilidades cibernéticas novas e mais intensas que permitem uma variedade mais perigosa e diversificada de crimes cibernéticos.

Um recente caso deste tipo aconteceu com as Lojas Americanas, em fevereiro desse ano: a gigante do varejo brasileira teve um prejuízo de R$ 923 milhões por conta de um ataque em seu sistema.

Para Marta, todas as companhias que estão no mercado e que zelam por seus dados devem avaliar rigorosamente um investimento em cibersegurança.

‘’Essa preocupação deve partir do nível mais alto, ou seja, deve vir dos C-Levels pois os ataques geram perda de receita, perda de operação e até perda de reputação’’.

Para isso, segundo Marta, é preciso incluir os responsáveis por segurança tecnológica no processo de governança, prover budget para investimentos de cibersegurança e incentivar a adoção das melhores práticas dentro da cultura da organização.

E assim, traduzir os impactos do risco cibernético ao negócio e buscar mecanismos de mitigação de perdas.

Marta ainda colocou que 72% dos ataques de ransomware (um malware que criptografa arquivos importantes no armazenamento local e de rede e exige um resgate para descriptografar os arquivos) destroem o backup.

‘’E no desespero, 90% das empresas acabam pagando o resgate’’, completou a diretora técnica de Cyber Insurance da Marsh. Para concluir sua tese em torno de ciberataques, a executiva da Marsh explica que ‘’o seguro cibernético quase sempre compensa, pois em 98% dos incidentes em que a empresa vítima tinha um seguro cibernético, a seguradora pagou alguns ou todos os custos, com 40% no total cobrindo o pagamento do resgate’’.

Sobre a Britcham

A Câmara Britânica de Comércio e Indústria no Brasil – Britcham, há 105 anos no Brasil, atua no fomento do comércio, indústria, serviços e relacionamentos entre Brasil e Reino Unido através de atividades inovadoras e de valor agregado às empresas e à comunidade.

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