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Transformação digital no mercado imobiliário através de sprints de entrega  

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20 de maio de 2024

Saiba como os sprints de tecnologia podem gerar a transformação digital de uma empresa do setor imobiliário

Por Carlos Bacetti

Carlos Bacetti, Diretor de Tecnologia e Inovação da NEXPE

As sprints de tecnologia podem ser aliadas poderosas para as empresas do setor imobiliário, sobretudo àquelas que trabalham apoiadas em oferecer soluções tecnológicas aos clientes.

Cada rodada de desenvolvimento dentro da área de tecnologia, que tem duração de 15 dias, é chamada de sprint, peça-chave dentro do processo de estruturação da área de tecnologia de uma empresa, na medida em que reduz o tempo gasto nos processos e melhora a qualidade das entregas.

No setor imobiliário, esse modelo é capaz de preparar as empresas para oferecer aos clientes soluções desenhadas para aumentar a eficiência em todo o ciclo de aquisição de imóveis – desde o momento da procura até a compra de um imóvel.

O mercado imobiliário brasileiro vive um momento em que a experiência do cliente e a prestação de serviços são procuradas e muito mais valorizadas, por isso a necessidade de construir empresas com mais ênfase em tecnologia, com o objetivo de oferecer a melhor experiência aos clientes e garantir maior rentabilidade aos negócios.

As empresas que vão liderar o setor são aquelas que entregam a melhor jornada para o cliente. E muitas vezes, o resultado do negócio não está na venda do produto, e sim no serviço prestado. O segredo é colocar a tecnologia para trabalhar para o cliente de forma significativa e tangível.

Em uma empresa imobiliária com foco em tecnologia, o ideal é que a equipe de colaboradores desse departamento represente 15% do total de colaboradores, de forma a propiciar um número mínimo de horas para o desenvolvimento de funções para sistemas proprietários por meio das sprints de entrega.

Empresas tradicionais costumam ter uma área de tecnologia mais pesada e engessada. O primeiro passo para fazer uma transformação digital é a jornada para a nuvem, transferindo todos os processos para um modelo de infraestrutura como serviço e software como serviço (IaaS e SaaS).

Em seguida, é preciso preparar a equipe de tecnologia (infraestrutura e desenvolvimento) para que tudo de novo que seja criado já tenha origem na nuvem (cloud based), por meio de modelos de desenvolvimento, como o Ágile Scrum.

Com as mudanças geradas pelas sprints de tecnologia, é possível reduzir o tempo de realização dos processos pela metade, desde uma solicitação nova até a subida para produção (entrega) de uma melhoria sistêmica. Essa redução do tempo de entrega, que resulta em uma TI mais leve e rápida, coloca a organização apta a alçar novos voos.

É normal em empresas tradicionais que ocorra uma concentração de serviços na TI. Uma alternativa é separar o departamento em três caixas: uma para corrigir erros de produção, outra para melhorias contínuas e a terceira para projetos grandes. Com isso, é possível dar mais foco e ter uma gestão mais eficiente, tendo como resultado entregas de maior qualidade.

O passo seguinte é organizar o time de TI com a contratação de profissionais mais qualificados para áreas estratégicas como as de Garantia de Qualidade (Quality Assurance-QA), Experiência do Usuário (User Experience-UX) e Data analytics (ou análise de dados), três serviços essenciais para garantir um atendimento com foco na experiência do cliente.

E a montagem de squads, pequenas equipes multidisciplinares compostas por pessoas de diferentes habilidades, ajuda na execução das tarefas de forma mais ágil eficaz.

O investimento em análise de dados também é fundamental para gerar informações mais relevantes. Informação é muito importante para entender o que cliente busca, por isso a importância em investir em filtros melhores e qualidade do desenvolvimento.

Com mais velocidade para entender e filtrar as informações, é possível ser mais assertivo, por exemplo, para oferecer um segundo ou terceiro imóvel.

No caso de grupos empresariais compostos por várias empresas, a análise dos diferentes dados gerados pode oferecer uma série de oportunidades valiosas com produtos e serviços complementares para completar a experiência do cliente.

Outro segredo é usar tecnologia onde se enxerga burocracia, destinando toda a parte burocrática, como a de backoffice, para a automação robótica de processos (RPA) com o uso de robôs digitais (bots) para executar tarefas repetitivas anteriormente realizadas por pessoas, dando mais tempo para os colaboradores se dedicarem às tarefas mais sensíveis e intelectuais. Esse processo gera ganhos de velocidade para o cliente. 

A mão de obra de desenvolvimento não precisa, necessariamente, ficar dentro de casa. O fundamental é estruturar internamente áreas estratégicas como as de inteligência, produtos e gestão.

O desenvolvimento considerado “mais padrão” pode ser feito fora da empresa e aumentado e reduzido conforme a necessidade. Com esse modelo, é possível dar velocidade à operação conforme a necessidade.

Todos esses passos citados acima geram ganhos de escala e fazem com que a tecnologia passe a fazer parte do negócio como uma área estratégica dentro da empresa. São mudanças que resultam em ganhos sensíveis em disponibilidade de tecnologia, ou seja, toda a infraestrutura tecnológica da empresa passa a ficar mais disponível.

Atualmente, algumas organizações chegam a contar com 99,9% de disponibilidade de todas as soluções dos sistemas internos.

Ao final do processo de transformação digital, a empresa ficará mais leve e pronta para que o cliente tenha uma experiência positiva com a sua marca.

Sabemos qual a importância da aquisição ou mesmo aluguel de um imóvel, por isso queremos que o cliente tenha a melhor jornada possível. E para que todas essas mudanças ocorram de forma natural e eficaz, é preciso muita governança para garantir uma gestão eficiente.

Todo o aporte em tecnologia, no entanto, não pode deixar de lado o poder de escolha para que seus clientes tenham sempre uma experiência pessoal e única. É preciso respeitar o usuário, para que ele decida como quer dialogar conosco.

A tecnologia cria muita escala, mas deve ser um meio, não um fim. Nosso negócio será sempre guiado na experiência de humano para humano, pessoas conversando com pessoas.

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