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O que protege sua conta bancária, seus dados e mesmo as suas mensagens não é a sua senha, mas a criptografia

Por Christiano Sobral

Christiano Sobral

O que protege sua conta bancária, suas informações pessoais e mesmo as mensagens que você troca com seus amigos por sistemas de mensagem instantânea não é a sua senha; mas a criptografia. 

O embaralhamento dos registros e das informações trocadas de forma que, apenas com a chave correta, é possível se ter acesso.

Uma criptografia é, no fim, um meio de modificar uma informação de um modo que, só conhecendo a forma de reverter a sua codificação, torna-se possível interpretá-la.

Por exemplo, converter uma palavra em outra apenas movendo cada letra para a que está a sua direita em um teclado convencional, destes que se iniciam com “qwe”, já impediria a sua imediata compreensão; sendo necessário que o destinatário saiba que é preciso ler o que foi escrito movendo cada letra obtida para sua equivalente à esquerda. Amor, por exemplo, passaria a ser sqpt.

Hoje a criptografia mais poderosa baseia-se na multiplicação de dois números primos, o que é fácil de ser realizado; porém difícil de ser fatorado. Tornando, quase impossível, que seja quebrada. Mas isso com a computação como a conhecemos hoje.

O problema é que, em teoria, o computador quântico, por sua forma de processamento não binário, conseguiria superar esse desafio com facilidade. Significando tornar obsoleta a forma como nós protegemos nossas informações. 

E, diga-se de passagem, essas máquinas não são mais ficção científica; elas já estão aí, na mão de grandes corporações do mundo do silício.

Talvez o que ainda esteja retardando vermos nossos segredos expostos seja, no fim, o custo de utilizar essas ferramentas. Estando, de longe, inacessível para a maioria dos governos, das demais organizações e dos hackers. Mas isso não ficará assim por muito tempo.

Nasci em meio ao desenvolvimento da indústria de computadores, e, quando criança, visitei grandes estruturas que eram os supercomputadores de outrora e, hoje, carrego mais poder computacional do que todo aquele edifício que visitei na infância, dentro do meu bolso. Meu smartphone é muito mais poderoso que aquela máquina fascinante que vi um dia.

O problema é que, o mesmo que ocorreu com os antigos supercomputadores, vai acontecer com os computadores quânticos. E, no futuro, ainda que na forma de aplicações específicas – como ocorre nas placas de vídeo – eles estarão ao alcance de qualquer pessoa. Destruindo o modelo atual de segurança.

Não está claro ainda como será a substituição da tecnologia usada hoje, não aparecendo em nenhuma projeção como um risco a ser antecipado. O que realmente constitui um problema.

A hipótese que se trabalha atualmente é a de que se desenvolva uma criptografia quântica, o que significa que está nas mãos de poucos a possibilidade de obtê-la. Concentrando uma vantagem em polos específicos da indústria atual, e de países específicos.

Talvez poucos tenham percebido, mas a corrida pelo domínio desta nova forma de computação poderá definir quem vai manter-se como potência no futuro. O problema é que, diferente dos supercomputadores do passado, que visitávamos em universidades e eram, em sua maioria, propriedade do Estado, hoje as mais promissoras destas máquinas estão nas mãos da iniciativa privada.

Aparentemente o futuro aponta para o domínio por monopólios tecnológicos, pela atual concentração de capital e inteligência – programadores, patentes, etc. – nas mãos de grandes conglomerados do vale do silício. E direitos, como o da privacidade dos dados pessoais, poderão ser ameaçados continuamente.

Christiano Sobral é advogado e administrador, Diretor Executivo do Urbano Vitalino Advogados. Law Master em Direito Digital, mestre em Estratégia e especialista em marketing, finanças, economia e negócios, e programador

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O QUE É CRIPTOGRAFIA?

A criptografia protege a segurança pessoal de bilhões de pessoas e a segurança nacional de países ao redor do mundo.

A criptografia de ponta-a-ponta (end-to-end encryption ou E2EE) é um recurso de segurança que protege os dados durante a troca de mensagens, de forma que o conteúdo só possa ser acessado pelos dois extremos da comunicação: o remetente e o destinatário. 

Criptografia Simétrica

Criptografia Simétrica utiliza uma chave única para cifrar e decifrar a mensagem. Nesse caso o segredo é compartilhado.

Criptografia Assimétrica

Criptografia Assimétrica utiliza um par de chaves: uma chave pública e outra privada que se relacionam por meio de um algoritmo.  O que for criptografado pelo conjunto dessas duas chaves só é decriptografado quando ocorre novamente o match.  

Criptografia Quântica

Criptografia Quântica utiliza algumas características fundamentais da física quântica as quais asseguram o sigilo das informações e soluciona a questão da Distribuição de Chaves Quânticas – Quantum Key Distribution.

Criptografia Homomórfica

Criptografia Homomórfica refere-se a uma classe de métodos de criptografia imaginados por Rivest, Adleman e Dertouzos já em 1978 e construída pela primeira vez por Craig Gentry em 2009. A criptografia homomórfica difere dos métodos de criptografia típicos porque permite a computação para ser executado diretamente em dados criptografados sem exigir acesso a uma chave secreta. O resultado de tal cálculo permanece na forma criptografada e pode, posteriormente, ser revelado pelo proprietário da chave secreta.