Jean Carlo Bob da DN fala sobre caixas eletrônicos, papel moeda e as agências bancárias digitais
29 de outubro de 2021Embora as transações on-line estejam crescendo, é fato que a circulação de dinheiro em espécie continua sendo o meio de pagamento dominante no Brasil
O futuro dos caixas eletrônicos e as agências bancárias digitais
Por Jean Carlo Bob, Diretor Comercial da Diebold Nixdorf Brasil
À medida que a transformação digital avança, com novas soluções e serviços chegando gradualmente aos consumidores, oferecer soluções mais práticas e conectadas tem se tornado um ponto central para as mais diversas indústrias. A digitalização, contudo, também traz suas questões.
Por exemplo: como o setor bancário, cada vez mais on-line, poderá se manter em contato com os clientes e ao mesmo tempo sustentar nossa sociedade ainda bastante dependente do dinheiro físico?
É neste cenário que os caixas eletrônicos deverão ganhar espaço. Para isso, porém, é preciso que as instituições bancárias revejam seus planos e deixem de lado a ideia de que estes equipamentos são meros repositórios de notas.
Ao contrário, é preciso enxergar os caixas automáticos como as verdadeiras agências bancárias do futuro, sendo este o elemento que permitirá unir a experiência digital e as necessidades físicas dos consumidores.
Em outras palavras, os novos tempos exigem que as empresas literalmente levem os serviços financeiros até as pessoas, onde quer que elas estejam – dos shoppings centers e lojas de varejo a postos de gasolina -, sempre com acesso 24 horas por dia e sete dias por semana.
Mas será que essa oferta de serviços não poderia ser feita por aplicativos e celulares? A resposta é não. Embora as transações on-line estejam crescendo, é fato que a circulação de dinheiro em espécie segue sendo bastante substancial para a economia como um todo – especialmente em países como o Brasil, onde a cultura de uso das notas segue muito forte.
Isso fica evidente, por exemplo, ao analisarmos a pesquisa anual da FEBRABAN. Estes documentos indicam que, mesmo com o aumento do número de operações nos canais digitais, o número absoluto de transações nos ATMs continua sendo extremamente relevante no caso brasileiro, com estabilidade nos últimos cinco anos. Ou seja, as pessoas continuam confiando nos ATMs para suas transações – depósitos, saques, extratos etc.
Fora do Brasil, e mesmo em mercados mais maduros, como a Finlândia, pesquisas indicam que o volume de depósitos em caixas eletrônicos continua a crescer, tornando a gestão econômica uma das principais prioridades. Não parece ser o caso, portanto, de pensar em soluções que sejam excludentes entre si.
Na verdade, o caminho nos mostra que o melhor cenário é fornecer um mix de opções mais flexível, combinando os dois lados dessa história. E, para isso, investir em um caixa eletrônico moderno é crucial.
É a partir desses terminais que os clientes poderão ter acesso tanto aos serviços on-line como a transações mais específicas e pontuais, como saques ou depósitos de notas, moedas ou uma mistura de ambos de forma rápida e fácil, por exemplo.
Ao oferecer opções mais flexíveis, com um caixa eletrônico inteligente, os bancos poderão expandir a presença de suas marcas no mundo real, criando verdadeiros centros de experiência aos consumidores (precisem eles de transações mais tradicionais ou um atendimento 100% virtual).
Os benefícios de ter uma rede de ATMs de nova geração, porém, não ficam restritos à experiência dos consumidores. Investir nessas soluções também ajuda a garantir uma maneira mais econômica para os bancos, ampliando o nível de disponibilidade dos caixas eletrônicos e reduzindo os custos de manuseio de dinheiro.
Como isso acontece? Por meio de tecnologias inteligentes, dentro das máquinas, que reforçam temas como a reciclagem de valores (com a contagem e utilização dos numerários na própria máquina) e de monitoramento seguro da operação (que analise, prevê e ajuda os técnicos na hora de possíveis manutenções ou reparos).
À medida que a pressão continua a aumentar para que minimizem os custos operacionais, a possibilidade de melhorar a eficiência de back-end continua sendo a principal prioridade para os bancos.
E isso é plenamente possível com terminais mais inteligentes, desenvolvidos para ajudar a tornar as operações mais fluidas, rápidas e econômicas. Com a ajuda das novas tecnologias e famílias de terminais de autoatendimento, as instituições financeiras certamente serão capazes de oferecer a seus consumidores processos mais efetivos e acessíveis.
De forma prática, pensar nos caixas eletrônicos como agências bancárias, hoje, é colocar o cliente no centro das estratégias – tanto para bancos tradicionais quanto para as instituições totalmente virtuais. Com o foco das organizações cada vez mais centrado na experiência dos consumidores, contar com a inteligência, presença e segurança dos caixas eletrônicos pode ser a chave para se impulsionar a oferta desserviços diferenciados, com mais capilaridade geográfica e maior assertividade.
Resta saber, apenas, quem entenderá que o atendimento dos novos tempos vai além dos aplicativos, mudando também a vida real. Essa a verdadeira questão que está em jogo e que os ATMs estão prontos para ajudar a resolver.
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