Últimas notícias

Fique informado

Blockchain na oncologia: a criptografia à favor da humanização da Saúde

2 de agosto de 2021

Spotlight

Doc9 lança Guia Prático de Prompts para ChatGPT no Jurídico: Como Maximizar a Eficiência com a Inteligência Artificial

Para obter os melhores resultados com o ChatGPT no contexto jurídico, siga as dicas importantes do Guia Prático de Prompts da doc9.

28 de maio de 2024

Governo Federal apoia Rio Grande do Sul na emissão 2ª via da Carteira de Identidade Nacional

O mutirão coordenado pelo Governo do RS começou nos abrigos de Porto Alegre. Expedição da segunda via será imediata

20 de maio de 2024

Setor de saúde precisa investir mais em pessoas e tecnologia

Com o pico da Covid-19 ficando para trás, as organizações de saúde de alto desempenho buscarão reforçar seus principais recursos tecnológicos

17 de julho de 2021

Saúde: saiba como a tecnologia e a inovação têm transformado o setor

Na área da Saúde, as tecnologias têm somado e agregado valor não somente ao tratamento dos pacientes, mas à cultura organizacional das instituições

16 de julho de 2021

Como o Blockchain pode ajudar na segurança da IoT

Sempre que pensamos em Blockchain, automaticamente pensamos em criptoativo, que é uma grande revolução no sistema financeiro

29 de junho de 2021

Blockchain pode transformar energia em receita na Indústria 4.0

As tecnologias Blockchain já vêm sendo testadas há muito tempo e ganharam notoriedade no setor financeiro através das criptomoedas

21 de maio de 2021

O Blockchain aplicado à gestão hospitalar tem apresentado inúmeras vantagens, como o potencial de melhorar o compartilhamento de dados

Por Felipe Teles

Quando o assunto é segurança e proteção de dados pessoais, entra em cena uma série de fatores relacionados à assistência e proteção do paciente

Certa vez atendi uma paciente que tomou uma decisão muito severa quando descobriu o câncer: manteria o quanto pudesse a notícia em segredo, tendo apenas o marido como único confidente. Colegas de trabalho e até mesmo os filhos ficaram surpresos quando ela contou que já estava, inclusive, encerrando as sessões de radioterapia – não pode mais manter sigilo pois já estava com uma cirurgia marcada. Curioso, perguntei o motivo de tal decisão.

“Doutor, as pessoas olham diferente para quem tem câncer. Ficam com pena, os parentes choram. Eu não queria me sentir daquela forma.

Infelizmente, o câncer ainda é uma doença muito pouco conhecida pela sociedade. É justamente a desinformação que leva ao preconceito. Porém, as pessoas têm direito constitucional de não publicar suas enfermidades.

Afinal, todo o mercado está sob a vigência da LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados). E os hospitais ainda são as entidades que enfrentam os maiores desafios na adaptação tecnológica para garantir a segurança das informações.

O Blockchain aplicado à gestão hospitalar tem apresentado inúmeras vantagens: potencial de melhorar o compartilhamento de dados (gerenciamento de consentimento e aplicação de políticas de controle de acesso) e utilização em pesquisa médica, bem como para alcançar a otimização da cadeia de abastecimento farmacêutico, trazendo propriedades tais como transparência, rastreabilidade e imutabilidade nos formulários.

No entanto, o Blockchain não pode garantir a privacidade e segurança dos dados.

Assim, nunca é proposto como um sistema autônomo de tecnologia, mas combinada com técnicas criptográficas. Pensando de forma mais capilar, a validação de dados via blockchain restringe aos profissionais da assistência uma miríade de informações que poderiam colocar em risco as informações dos pacientes caso caíssem em domínio público.

De forma simplificada, pelo blockchain o paciente oncológico é detentor de uma criptomoeda com suas informações de saúde que só podem ser autenticadas pelos médicos e equipes autorizadas.

Com a integração de novas ferramentas voltadas para amparar o diagnóstico, como a Inteligência Artificial, a tecnologia blockchain permite também a confiabilidade do cruzamento de dados. Vamos explicar: o blockchain agrupa os dados em blocos imutáveis e interligados de forma encadeada.

Os blocos são adicionados à rede após a validação feita por outros computadores, ação executada por algoritmos de consenso. Em seguida, o bloco é assinado com a função criptográfica Hash, ampliando exponencialmente a segurança das informações (devido à propriedade determinística da função hash, pode-se facilmente verificar se o conteúdo do bloco foi modificado comparando-o com o identificador do bloco subsequente).

Ou seja, os dados pessoais dos pacientes ficam imersos em uma cadeia com barreiras de segurança de alto nível e com uma criptografia que impede a alteração documental. Como isso está diretamente ligado à segurança do paciente oncológico?

Pois bem, o setor Saúde está passando por um profundo processo de digitalização e compartilhamento das informações assistenciais. Imagine, por exemplo, se um determinado paciente recebe uma dosagem errada de quimioterapia ou se, por conta da alteração dos dados do prontuário eletrônico, essa pessoa é submetida a exposições de radioterapia que podem comprometer o tratamento e sua integridade física. Com a segurança do blockchain associada à criptografia isso se torna quase impossível.

Hospital de Barretos

No tratamento oncológico, a confidencialidade entre médico e paciente é determinante para uma relação mais humana. Por isso, outra vantagem do Blockchain é a redução de sequestro de dados por hackeamento.

Um caso para estudo: o ciberataque no Hospital do Câncer de Barretos, em 2017, que impôs a suspensão de 3 mil consultas e exames. O prejuízo foi também sentimental: afinal, muitas personalidades famosas estavam em tratamento naquele hospital e faziam de tudo para divulgar o estado de saúde.

Discorrer sobre os benefícios do blockchain à Saúde e, especificamente, à oncologia demandaria tratados e mais tratados. Mas, até que ponto essa tecnologia ainda será provedora de tamanha segurança para os dados pessoais?

Está aí outro grande desafio do setor: muitos hospitais ainda desconhecem esse processo de criptografia e, por isso, não atualizam seus parques tecnológicos. Justamente por isso essas entidades sofrem com a dualidade da revolução tecnológica, na qual a velocidade de transformação é muito superior à de adaptação.

Sobre Dr. Felipe Teles

Felipe Teles é radioncologista, membro titular da Sociedade Brasileira de Radioterapia, especialista em Gestão Hospitalar com experiência em hospitais da Espanha e do Brasil. Também é responsável técnico pelo departamento de radioterapia do Instituto do Câncer do Complexo Hospitalar Imaculada Conceição – Curvelo, Minas Gerais.

LVMH, Richemont e Prada se unem em um consórcio de blockchain

A inteligência artificial como aliada na otimização de diagnósticos da saúde

Dados pessoais na área da saúde: novas responsabilidades de hospitais, clínicas e planos