A Era da Experiência: tecnologia e sustentabilidade para um novo planeta
16 de maio de 2021Por Alejandro Chocolat
A tecnologia assumiu um papel ainda mais central nos negócios e mostrou que é realmente possível integrar a realidade por meio de plataformas
Conforme o mundo evolui, e a tecnologia também, aumenta a atenção sobre a maneira como vivemos, como fabricamos produtos e como protegemos o meio ambiente. Embora sejamos todos únicos, o mundo é uma comunidade que vive momentos de altos e baixos.
Neste contexto, sem dúvida, a Covid-19 é o maior exemplo de ruptura dos últimos séculos e, à medida que buscamos novas abordagens para sair de momentos de pandemia como o atual, notamos que estamos diante de um grande desafio comum a todos: ter um planeta mais sustentável.
Ao longo dos últimos anos, tivemos importantes avanços preliminares, mas agora com a pandemia causada pelo Coronavírus, empresas dos mais diversos países tiveram que acelerar suas jornadas de digitalização rumo à Era da Experiência.
Com isso, a tecnologia assumiu um papel ainda mais central nos negócios e nos mostrou que é realmente possível integrar a realidade por meio de plataformas, com ambientes digitais imersivos, capazes de gerar produtos mais sustentáveis, assim como locais de trabalho mais seguros.
Neste novo cenário mais socialmente responsável, a manufatura terá que expandir sua presença antes limitada a quatro paredes para uma rede global de valor agregado. A digitalização e a automação já estão permitindo explorar ambientes virtuais para verificar e implementar novas opções de fabricação, antes mesmo de a produção física começar.
Entretanto, a digitalização crescerá em ritmo acelerado para reduzir custos industriais, gastar menos materiais e melhorar a performance, assim como o tempo de chegada de produtos ao mercado, sempre de forma ágil para proteger o meio ambiente.
A boa notícia é que já existem tecnologias capazes de ajudar nessa transformação tão sonhada por todos. A digitalização pode transformar a jornada de produção e operação, permitindo que as indústrias sejam mais eficientes e aptas para atuarem a partir de estruturas e modelos de negócios mais sustentáveis e muito mais centrados no cliente.
O trabalho colaborativo de diferentes áreas por meio de plataformas 3D e de ambientes Cloud vai aumentar a produtividade e minimizar problemas nos produtos antes mesmo de a produção iniciar.
Teremos novos sistemas para integrar empresas com fornecedores e, também, com o mercado como um todo. Com isso, eventuais práticas que não estiverem alinhadas com os objetivos da companhia serão ajustadas prontamente, sempre protegendo os dados e os interesses dos clientes e da sociedade.
A simulação digital também trará ganhos imensuráveis, inclusive eliminando maquetes físicas por modernos estudos prévios digitais, capazes de acompanhar o comportamento dos produtos antes de eles estarem disponíveis no mundo real.
Dessa forma, teremos aumento do desempenho, de confiabilidade e segurança na criação de protótipos com novos materiais, mais ecológicos e baratos.
O Brasil e demais países iniciam juntos essa nova jornada de modernização, de redesenho de negócios e de mudanças de engenharia para a exploração de novos “espaços virtuais”.
Com isso, pode-se dizer que o Coronavírus equalizou as oportunidades e permitiu uma nova largada para indústrias e empresas dos mais diversos setores, interessadas em atingir um novo patamar de produtividade e de sustentabilidade.
Testando produtos e embalagens previamente no computador com plataformas de três dimensões, teremos menos desperdício e menos plástico no planeta. O uso de embalagens sustentáveis será acelerado e otimizado por meio dessa abordagem.
Pesquisas indicam que temos milhões de garrafas vendidas a cada minuto, mas apenas menos de 20% dos resíduos plásticos são efetivamente reciclados. Com a ajuda da tecnologia, poderemos economizar nas embalagens e proteger parques, ruas e oceanos, algo fundamental diante do aumento populacional que teremos no futuro.
Para permanecer nos negócios, as marcas terão que definitivamente se adaptar com máxima rapidez aos novos modelos.
Isso não é uma surpresa, pois já esperávamos alguns avanços, mas certamente essa evolução está muito mais acelerada por causa dos consumidores, que andam cada vez mais preocupados com a questão da sustentabilidade e exigindo soluções para resíduos plásticos, embalagens plásticas sustentáveis e novos modelos de reciclagem.
Clientes estarão preocupados em “reduzir, reutilizar e reciclar” os produtos que usam, da mesma forma que empresas terão que “repensar, reduzir e reinventar” seu design para um formato ecologicamente correto.
Estamos apenas no começo dessa aventura. Na nova economia, os consumidores estão mais diversificados, exigentes e conectados do que nunca, demandando que as marcas incorporem a manufatura ágil para conseguirem mudar a produção de massa para a customização de produtos conforme as necessidades.
Criar materiais inovadores que sejam amigáveis, ambientalmente sustentáveis e lucrativos para os negócios será um imenso desafio, pois apenas com tecnologias de ponta será possível reduzir desperdícios e simular embalagens biodegradáveis, resistentes, leves e com menos gasto com carbono.
A despeito dos obstáculos, é fato que a indústria precisa se modernizar. Um novo ambiente tecnológico pode gerar 60% mais economia de tempo para as empresas, reduzir estoques em 40%, otimizar em 50% o tempo gasto com os ciclos de produção e ter 20% menos manutenção nas máquinas.
Imagine nas opções de obter inovações sustentáveis capazes de harmonizar produtos, natureza e vida. Nos últimos dois séculos, o mundo foi construído como um castelo de cartas sobre uma medida finita de conhecimento e matéria-prima, além de criar uma economia dividida em silos. Isso está gerando um enorme progresso na saúde, educação e padrões de vida, assim como nos obrigando a pensar em equilíbrio e impacto.
A harmonização de produtos, da natureza e da vida está no cerne da indústria do século 21 – o principal motor da inovação em todos os setores da economia e do progresso em todos os domínios da sociedade.
Da economia baseada em produtos, entramos na Era da Economia de Experiência, que valoriza acima de tudo a sensação positiva no uso de produtos com valor agregado. Mais do que simplesmente uma potência de tecnologia, plataformas virtuais já estão fornecendo uma abordagem holística à inovação e inspirando novas ofertas.
Teremos após a pandemia, um novo mundo no qual somos todos consumidores frugais, que querem contribuir e conquistar qualidade de vida. A tecnologia funciona como uma bússola para entender o passado e navegar rumo ao futuro. Resta saber quais serão as empresas visionárias capazes de encontrar novas formas de inventar, aprender, produzir e comercializar.