Somos capazes de lembrar de apenas duas ou três senhas – e a maioria das pessoas escolhe combinações relativamente curtas e previsíveis. É hora de mudar.
Markus Jakobsson, TechHive.com
Há 20 anos, uma das maiores preocupações de segurança era que um colega poderia descobrir a sua senha por conta do post-it que você colocou na sua tela do computador. A solução era simples: não escreva suas senhas! Isso foi um bom conselho, e a maioria das pessoas podiam facilmente lembrar as duas ou três combinações de que precisavam.
Desde então, as ameaças contra a segurança evoluíram além do conhecimento, mas a nossa capacidade de lembrar de senhas manteve-se inalterada. Ainda somos capazes de lembrarmos de apenas duas ou três senhas – e a maioria das pessoas escolhem combinações relativamente curtas e bastante previsíveis, a fim de serem capazes de recordá-las.
Gerenciadores de senhas resolveram esse problema, mas eles apareceram com seus próprios. E se um malware invadir e roubar todas as senhas? E o que você faz, em termos práticos, quando tem um dispositivo novo ou emprestado?
Camadas de segurança
Primeiro de tudo, devemos revisar o conselho dos anos 90. Hoje, o adversário típico não é um colega olhando por cima do ombro, mas um hacker sem rosto a milhares de quilômetros de distância.
Anotar as senhas em pedaços de papel pode não ser uma má ideia – embora ainda não recomendamos deixá-los em sua tela. Isto faz sentido particularmente quando o número de senhas aumenta.
Para implementar uma camada adicional de segurança à sua “cola”, você pode fazer todas as senhas serem compostas por duas partes. Uma que você memoriza – esta parte é a mesma para todas as suas senhas dentro de uma determinada categoria – e outra que você anota (e essa é única). Usando este método, qualquer pessoa pode gerenciar centenas de senhas enquanto ainda só terá que lembrar de duas ou três coisas.
Seja criativo
Em segundo lugar, precisamos criar senhas fortes. Quando os usuários são obrigados a incluir letras maiúsculas e minúsculas, bem como números e caracteres especiais, o que eles fazem? Reúnem esses requisitos de maneira que seja mais fácil para lembrar. Então, ao invés de usar senhas como “password” ou “seguro”, eles usam “Password1!” E “Seguro1!”.
Este não é muito inteligente, em termos de segurança, especialmente porque crackers sabem muito bem, provavelmente melhor do que ninguém, que tipo de senhas que as pessoas escolhem.
Se exigimos caracteres maiúsculos em senhas, quase todo mundo vai capitalizar a primeira letra. Se exigimos um numeral, o número “1” é quase três vezes mais provável do que o número “9”, e “3456” é mais de dez vezes mais comum que “4321”.
Da mesma forma, os caracteres “especiais” que as pessoas usam estão longe de ser especiais quando você olha quais são usados e onde eles são colocados na senha. Portanto, técnicas tradicionais de força de senha criam uma falsa sensação de segurança, uma vez que eles contam caracteres, mas pecam em olhar para probabilidades.
Os usuários não são os únicos culpados. A indústria está dando uma falsa sensação de segurança com a maneira como usam os verificadores de senhas. Em vez de considerar letras maiúsculas e minúsculas, números e caracteres especiais mais exigentes, verificadores de força de senhas deveriam entender as combinações e recusar senhas que são muito previsíveis.
E isso pode ser feito! Em um artigo recente que escrevi com meu aluno Mayank Dhiman mostramos como verificadores de força de combinações podem analisar senhas, quebrando-as em componentes, em seguida classificando tais componentes com base na sua semelhança, e computando uma pontuação para a senha com base na pontuação dos componentes.
É hora de ensinar os usuários a serem menos previsíveis.
Fonte IDGNOW
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